Considerado um dos maiores entendedores de armas militares da América do Sul, o especialista Carlos Fernando Parreira Júnior disse que aceita como original a espada encontrada no Rio Cricaré. Ele afirma que respeita a opinião do pesquisador e curador do acervo de armas do Museu Histórico Nacional, Juarez Fonseca Menezes Guerra, porém, indica que modelos chineses do século XX podem ser réplicas do artefato encontrado em São Mateus. “A águia bicéfala heráldica é muito usada em brasões das famílias europeias, principalmente na Alemanha, Rússia, Dinamarca, Espanha. Não conheço nenhuma família chinesa que usaria águia bicéfala” – argumentou Carlos Fernando.

Carlos Fernando: “Temos que ter muito cuidado para autenticar, mas há que se ter um cuidado dobrado para não autenticar”.

Em entrevista à Rede TC na tarde desta segunda-feira (1º), após tomar conhecimento da Reportagem com o relatório do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) afirmando que a espada é chinesa e decorativa do século XX, o especialista voltou a dizer que o artefato encontrado no Rio Cricaré se trata de uma peça muito boa. “Se não for, ela me enganou”. Ele frisou ainda que a espada “nunca se pareceu com uma peça chinesa” e que as feitas atualmente para decoração podem ser réplicas do objeto encontrado em São Mateus.

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“O modelo, para mim, é totalmente europeu. Não aceito como modelo chinês. Se ela é da época em que o Iphan está falando, é uma cópia porque os chineses fazem réplica de espadas do mundo todo. O Juarez é uma pessoa que eu respeito. Trabalhamos juntos para o mesmo museu no Rio de Janeiro e ele tem muito conhecimento. Se ele falou que não é autêntica, tem muita moral. Porém faço restauro de espadas com 200 anos que tem porca de 30. Não vou dizer que não é autêntica por causa de uma porca. Temos que ter muito cuidado para autenticar, mas há que se ter um cuidado dobrado para não autenticar” – relatou.

 

RELATÓRIO DO IPHAN

O técnico do Iphan Rafael Borges Deminicis descreve no relatório que, além de Juarez Guerra, também foi consultado o doutor em História, técnico da Superintendência do Iphan-RJ, Adler Homero Fonseca de Castro. “A ambos expliquei o caso e encaminhei as imagens da espada das quais eu dispunha. O pesquisador Juarez Fonseca mencionou que o pomo de espada de guerra ibérica característico do século XVI seria a espada rapineira, e menciona que a espada mostrada não se parece com nenhum exemplar do século XVI. Adler Homero foi bastante enfático ao verificar que não se trata de exemplar do século XVI, mas possivelmente de uma réplica, bastante recente, possivelmente, uma espada decorativa chinesa” – escreveu o arqueólogo no relatório.

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São Vicente-SP

 

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