O Instituto de Pesquisa Arqueológica e Etnográfica Adam Orssich (Ipae) afirma que a espada encontrada no Rio Cricaré “trata-se de um registro material de um importante período da história capixaba”. No entanto, de acordo com mensagem enviada à Rede TC pelo diretor financeiro do Ipae, Igor da Silva Erler, o achado não pode ser tratado como mercadoria, evitando que haja uma “caça ao tesouro” na localidade e “colocando em risco todo o patrimônio arqueológico que se encontra em uma região especialmente importante para a história do Espírito Santo e para o Brasil”.

O diretor do Ipae entende que as pessoas não podem assumir para si bens arqueológicos e faz um alerta: “É importante sempre salientar que a coleta, comercialização e posse individual de itens arqueológicos, sejam do período histórico ou pré-colonial, é crime, estando esses bens protegidos pela Constituição através da Lei Federal 3.924/1961 e regulada pela Portaria Iphan 07/1988”. Igor da Silva Erler afirma também que, “infelizmente ainda no Brasil, os sítios arqueológicos são de baixa visibilidade e a sua destruição é invisível para a maioria da população”.

ESPADA

Após ser encontrado por Weverson Pirola Martins, que mergulhava no rio em dia de lazer, o artefato foi objeto de estudos do historiador mateense Eliezer Nardoto e do especialista em armas militares Carlos Fernando Parreira Júnior, que veio de São Paulo, com passagens aéreas pagas por Eliezer, para dar um parecer mais detalhado, atestando tratar-se de uma espada do século XVI.

Inclusive, em visita às Meleiras no dia 10, local onde a espada foi encontrada, o especialista paulista e o historiador mateense pediram para que moradores da localidade que já tenham encontrado outros objetos no rio que os entregue às autoridades para que possam ser estudados, enriquecendo ainda mais os conhecimentos para possivelmente determinar o local exato onde ocorreu a Batalha do Cricaré.

IPHAN

O achado também despertou interesse do Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural Nacional (Iphan) e da graduanda em Arqueologia Clara Reis de Arimateia, da Universidade Federal de Sergipe, que entraram em contato com a Rede TC manifestando preocupação com a preservação do patrimônio histórico. A Superintendência do Iphan no Espírito Santo marcou uma visita a São Mateus para esta quarta-feira (17) com o objetivo de obter mais informações a respeito do artefato.

São Mateus–ES

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