Em assembleia geral, no campus de Goiabeiras, na tarde desta quinta-feira (25), docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) rejeitaram a proposta do Governo Federal e mantêm a greve. Simultaneamente à deliberação, professores do campus de São Mateus, com apoio de acadêmicos e técnicos, realizaram ato público no centro de São Mateus, com objetivo de buscar apoio popular explicando as pautas do movimento grevista.

O ato em São Mateus foi denominado O Laranjaço. Os participantes, ao som da música O Bagaço da Laranja, de Zeca Pagodinho, e exibindo faixas, realizaram panfletagem e distribuíram laranjas à população. “Não podemos ficar com o bagaço da laranja”, destacavam ao entregar a fruta aos pedestres e motoristas.

A greve, nacional, teve adesão de professores da Ufes em 15 de abril. “Aqui em São Mateus, na primeira semana, a gente fez as articulações internas e agora vamos para a rua para comunicar com a população sobre a greve, mostrar a importância da universidade e como é importante que venha mais verbas para o Ceunes para ajudar no desenvolvimento regional”, sustenta o docente Victor Pena.

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O Governo Federal propôs não oferecer reajuste em 2024, com 9% aumento a partir de janeiro de 2025 e 3,5% em 2026. A reivindicação da categoria é de três reajustes consecutivos de 7,06%, em 2024, 2025 e 2026.

Pauta além do reajuste

“Além do reajuste salarial, a gente pretende que venha mais verbas, mais investimentos para as universidades, que tenham mais ampliações para o Ceunes, mais cursos, que se pense melhor na assistência estudantil, na permanência dos estudantes nas universidades”, frisa o professor Victor Pena.

O docente reforçou que a pauta é ampla. Victor sustenta que desde 2016 ocorreram uma série de cortes de verbas nas universidades. E o movimento busca fazer pressão para melhorias. Sobre a luta pelo reajuste, Victor salienta que a questão atual não afeta apenas os docentes.

“Isso tem atrelado problemas até mesmo para a manutenção de cursos nas universidades. Tem cursos com dificuldade da contratação de professores. Por exemplo, um professor sai de licença para qualificação, a universidade precisa contratar um professor substituto, mas a gente está com muita dificuldade de conseguir contratar porque um professor que pega 40 horas no Estado, ganha mais do que trabalhando como professor substituto na universidade” – explica.

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Assembleia em Vitória

 A assembleia geral em Vitoria avaliou a proposta do Governo Federal. De acordo com a Associação dos Docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Adufes), foram 117 votos pela rejeição e 17 a favor do que propôs o Governo. Com isto, está mantida a reivindicação original, de três aumentos salariais consecutivos de 7,06% cada a partir deste ano até 2026.

Para o professor Victor Pena, a proposta apresentada pelo Governo Federal ainda não atende as expectativas dentro do cenário nacional. “A gente não vê como propício aceitar essa primeira [proposta]. Mas se já há uma contraproposta, mostra que o Governo está vendo e começando a dialogar. A ideia é a gente aumentar esse diálogo e buscar melhorias maiores para a nossa universidade” – afirma.

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