Em apenas oito anos, o manguezal de Barra Nova, que faz parte do Rio Mariricu, em São Mateus, apresentou o dobro do tamanho, segundo o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema). O dado apresentado pelo instituto nesta quinta-feira (12), foi constado por meio de um estudo de monitoramento das áreas de manguezal em todo Espírito Santo. De 2007 a 2015 foram monitoradas 20 bacias hidrográficas e mapeadas as áreas de manguezais.

De acordo com Pablo Merlo Prata, da Coordenação de Gerenciamento Costeiro e Territorial (Cogest-Iema), o aumento do manguezal em Barra Nova ocorreu pelo fato do mangue estar numa região muito plana e ter vários canais de drenagem.

“Barra Nova apresentou quase o dobro da quantidade de manguezal, muito em virtude de ser um local que tem muita drenagem e pouca vazão. Dessa forma, o mar entrou nos canais de drenagem onde havia muita superfície para o mangue colonizar. Assim, muitas plântulas começaram a ocupar as margens desses canais” – disse.

Foto: Iema

Conforme Pablo Merlo, o estudo também constatou um aumento de 10% dos manguezais em todo o Espírito Santo. “Iniciativas de preservação são importantes, sobretudo nas unidades de conservação. Ao preservar o manguezal, conseguimos o aumento da restinga e da Mata Atlântica, pois tudo é um conjunto. Isso significa que estamos contribuindo com aumento da cobertura florestal do Estado”, avalia.

Leia também:   Aulas de jiu-jitsu ajudam autistas a desenvolverem habilidades e interação, aponta professor

Com imagens dos manguezais entre 2007 e 2015, foi possível constatar o período de uma grande seca no Estado, que ocorreu entre 2012 e 2015. “Quando há seca, os manguezais se expandem. Se temos baixas vazões do rio, todos os propágulos, que são as sementes do mangue que o rio pode lançar para fora do estuário, vão para o mar e, posteriormente, seguem para onde tentarão colonizar. Pelo fato do rio estar com a vazão reduzida, os propágulos tendem a ficar dentro do estuário. É a partir daí que há a expansão do mangue nessa região”, explica o coordenador do Cogest-Iema.

Expansão

“No período da seca, o mar entrou nessa região e o manguezal expandiu com força. Houve maior expansão na região norte capixaba, mas em alguns lugares foi registrada a perda de manguezal, como no caso do Rio Itabapoana, no extremo sul do Estado, que perdeu 40% de mangue por causas que ainda desconhecemos. Mas, nesse caso, estamos fazendo uma conferência em campo”, acrescentou Prata.

Aterro, ocupação desordenada e poluição são algumas das causas que contribuíram para a redução do manguezal. Já no caso dos manguezais que tiveram um crescimento significativo, acima de 1%, a maioria está dentro de Unidades de Conservação e isso mostra a importância dessas áreas no contexto da preservação.

Leia também:   Saae lança refis para quitação de contas atrasadas

“O Parque Estadual de Itaúnas, por exemplo, não é todo constituído por manguezal, mas a parte que existe o sistema de manguezal houve incremento. Isso é verificado em 80% dos casos onde existe proteção integral. Nas áreas com uso sustentável, como no caso das Áreas de Proteção Ambiental (APA), a gente verificou que houve problemas devido à ocupação irregular”, identificou o responsável pela Coordenação de Gerenciamento Costeiro e Territorial do Iema.

Mangues estáveis

As áreas que ficaram estáveis com relação ao tamanho do manguezal são áreas em que o mangue, geologicamente, é antigo e contou com alterações humanas. É o caso do manguezal do Piraquê-Açu, em Aracruz, do Rio São Mateus e do Rio Itapemirim, que não tiveram alterações significativas, pois estão bem estabilizados.

Outras questões relacionadas aos mangues, como poluição hídrica, aterros, lixo, resíduos sólidos e assuntos sobre degradação do meio ambiente, estão sendo avaliadas no trabalho desenvolvido pelo Iema.

*Com informações da Assessoria de Comunicação do Iema

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here