Após as fortes chuvas que causaram estragos na região sul do Espírito Santo, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) emitiu nesta segunda-feira (20) novo aviso meteorológico especial para os próximos dias. “Há previsão de pancadas moderadas a fortes de chuva. As chuvas virão acompanhadas de descargas atmosféricas e rajadas de vento, podendo ocasionar grandes acumulados. Não se descarta a ocorrência de granizo em pontos isolados” –a informa o Instituto.
De acordo com a Coordenação de Meteorologia do Incaper, nesta terça-feira (21), a formação de um canal de umidade mantém a instabilidade em todo o Espírito Santo. “Previsão de pancadas de chuva, podendo ser acompanhadas de rajadas de vento e trovoadas, a partir da tarde, em todas as regiões. Há risco de temporais em alguns pontos do estado” – prevê. Em São Mateus, o Sol pode aparecer entre nuvens, mas há previsão de pancadas de chuva com trovoadas a partir da tarde, com risco de temporais em alguns pontos da Microrregião Nordeste.
Na quarta-feira (22), a configuração da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) mantém as condições de instabilidade. Há previsão de pancadas de chuva acompanhadas de rajadas de vento e trovoadas, além do risco de temporais em alguns pontos. Na quinta (23), a persistência da ZCAS mantém o tempo fechado sobre o Espírito Santo. Previsão de pancadas de chuva, que podem ser fortes em praticamente todo o Estado.
Sexta-feira (24), o Incaper mantém a previsão de pancadas de chuva com trovoadas em todas as regiões. “As chuvas virão acompanhadas de descargas atmosféricas e rajadas de vento, podendo ocasionar grandes acumulados” – destaca. A tendência para sábado (25) continua a mesma: chuva com trovoadas, acompanhadas de descargas atmosféricas e rajadas de vento, podendo ocasionar grandes acumulados.
Chuva foi provocada por frente estacionária, explica Instituto
Em nota técnica elaborada pela Coordenação de Meteorologia do Incaper, o meteorologista Bruce Pontes explica as razões da chuva: “O sistema meteorológico de grande escala que provocou a formação de nuvens profundas foi uma frente estacionária que gerou um vórtice ciclônico de baixos níveis em sua extremidade”.
“Teoricamente, o giro ciclônico (no sentido horário no Hemisfério Sul) dos ventos de sudeste em baixos níveis ligados à passagem das frentes acaba sendo intensificado quando o sistema avança de forma lenta pela região, que tem uma costa e barreira topográfica (montanhas) num formato relativamente perpendicular aos ventos de sudeste” – detalha.
O meteorologista explica ainda que, com a intensificação do giro ciclônico, normalmente é formado um vórtice ciclônico em baixos níveis, que está associado a movimentos verticais ascendentes em algumas de suas bordas. “Dependendo da posição e velocidade de deslocamento do vórtice, as nuvens mais profundas podem se formar sobre o continente e provocar chuva torrencial”.
Ainda de acordo com Bruce Pontes, outro fator que pode ter contribuído para a intensificação do fenômeno foi a temperatura da superfície do mar (TSM) no entorno do vórtice, que está mais quente que o normal durante os últimos dias. “A TSM mais elevada resulta em mais disponibilidade de umidade (vapor d’água) à superfície, que tende a se elevar e arrefecer, condensando, especialmente junto aos fatores já mencionados”.
*Com informações da Assessoria de Comunicação do Incaper
