Para lidar com as possíveis dificuldades de adaptação ao ambiente escolar após os dois anos de afastamento da sala de aula por causa da pandemia do novo coronavírus, estudantes mateenses estão tendo acompanhamento psicológico na volta ao convívio escolar.

A medida é uma das ações que estão sendo adotadas pela Secretaria Municipal de Educação para auxiliar aqueles alunos que os professores e os próprios pais detectarem alguma dificuldade.

Nesta quinta-feira (12), a Prefeitura de São Mateus lança o Programa de Fortalecimento da Aprendizagem (PFA) com diversas ações para acelerar e recuperar a aprendizagem dos estudantes que foram prejudicados durante a pandemia.
No entanto, a secretária de Educação Luciana Moreira Costa destaca que esse acompanhamento psicológico dos estudantes não integra o leque de ações do PFA.

“O acompanhamento psicológico não faz parte efetivamente do programa, mas é uma ação da Secretaria de Educação. O plano de trabalho com acompanhamento de psicólogos já foi introduzido na rede municipal e está em andamento dentro das unidades escolares. O acompanhamento é feito de forma coletiva com os alunos, dando apoio psicológico e incentivo para eles” – detalha.

Luciana ressalta que, a princípio, os atendimentos psicológicos estão sendo realizados por região. “São só dois psicólogos para atender a rede de ensino que tem 108 unidades. Estamos fazendo frentes de trabalho. Fizemos um levantamento junto aos gestores das regiões com maior necessidade desse trabalho e os psicólogos já estão trabalhando nas unidades” – afirma.

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A secretária de Educação Luciana Moreira Costa destaca que esse acompanhamento psicológico dos estudantes não integra o leque de ações do Programa de Fortalecimento da Aprendizagem, mas foi bem recepcionado pela Secretaria de Educação.
Foto: Divulgação

A secretária disse ter boas expectativas com o programa que será lançado nesta quinta e também com os atendimentos coletivos com psicólogos. “Espero um fortalecimento na aprendizagem dos alunos que foram prejudicados pela pandemia. A expectativa é que isso cause um impacto positivo dentro das unidades de ensino” – complementa.

 

Diretora afirma que percebeu abalo emocional e desmotivação

A diretora da Escola Dr. Arnóbio Alves de Holanda, Eliane Roncatto, destaca a falta de motivação dos estudantes como uma das dificuldades a serem superadas na adaptação das crianças e adolescentes na volta às aulas presenciais.

“Percebemos que os alunos retornaram muito abalados psicologicamente por diversos motivos. Seja por problemas familiares, condições financeiras devido o desemprego dos pais, ou pela ausência do convívio com os colegas por dois anos. Percebemos alguns alunos apáticos e desligados diante das explicações dos professores em sala de aula” – afirma.

Eliane relata ainda que ao perceberem o comportamento dos alunos, que apresentaram dificuldades na aprendizagem, as pedagogas da escola elaboraram um plano que teve a participação da psicóloga que atende na unidade de saúde do Bairro Forno Velho (Cohab), onde fica a escola.

“O plano de ação foi enviado para a Secretaria Municipal de Educação e recebeu elogios. A Secretaria inclusive já tinha os psicólogos contratados. A Rosângela Miranda [diretora pedagógica da SME] recebeu uma cópia do plano de ação que estamos desenvolvendo com a psicóloga do postinho e imagino que serviu poque enviaram os psicólogos para fazerem esse acompanhamento também em outras escolas” – frisa Eliane.

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A diretora detalha que o atendimento psicológico ofertado aos estudantes não é um atendimento clínico. “Pegamos os casos mais críticos observados e conversamos com os professores. Montamos grupos de alunos para serem atendidos, porém não é um atendimento clínico, mas sim um trabalho em grupo, colaborativo”.

A diretora da Escola Dr. Arnóbio Alves de Holanda, Eliane Roncatto, afirma que a ideia do acompanhamento psicológico surgiu da percepção de desmotivação de alguns estudantes na volta às aulas.
Foto: Divulgação

Segundo ela, para os casos que demandam atendimento clínico, a escola entra em contato com a família e orienta a buscar ajuda profissional.
Eliane ressalta que o trabalho com os psicólogos vem apresentando resultados positivos.

“Hoje, com o acompanhamento, está normalizando um pouco mais. Estamos em maio, caminhando para o meio do ano, e os alunos estão mais adaptados à escola”.

Programa de fortalecimento da aprendizagem recebe aprovação dos pais

A diretora Eliane Roncatto frisa que o Programa de Fortalecimento da Aprendizagem, elaborado pela Secretaria Municipal de Educação, deve começar a ser implantado nas unidades escolares do município já na próxima semana. Dessa forma, realizou uma reunião com os pais para dar detalhes do programa na segunda-feira (9).

“Fizemos uma reunião com os pais dos alunos que vão participar do programa na escola. A gestora da Secretaria de Educação veio participar e explicou sobre o programa. Os pais gostaram muito e se comprometeram enviar os filhos no contraturno. A expectativa é boa. Ainda não começamos, mas espero que seja um sucesso e que os alunos tenham um resultado bom” – avalia.

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A diretora destaca ainda que para a realização do programa, a SME oferecerá transporte para os estudantes. A unidade escolar oferece a alimentação no contraturno.

“Concordo 100%”

Celaine Gomes é mãe da estudante Beatriz Assis e para ela as ações organizadas pela Secretaria Municipal de Educação estão mais que aprovadas. “Concordo 100% que isso está acontecendo. já era para ter iniciado o ano letivo com essas ações e auxiliares, mas compreendo as dificuldades. Essa semana uma auxiliar começou a atuar na sala da minha filha, na disciplina de Língua Portuguesa. Perdemos tempo, mas estou feliz com esse avanço” – descreve.

A preocupação de Celaine com o aprendizado da filha e dos demais estudantes é também a longo prazo. “O retorno foi tumultuoso. No início veio o medo porque era muito conteúdo para as crianças. Sou uma mãe presente e tento ajudar a minha filha dentro de casa. A preocupação é o que vai acontecer nos próximos anos.

Quero que a minha filha saia do colégio com aprendizado. Se ela conseguir pelo menos 80%, complemento o restante em casa. A família tem que caminhar junto com a escola e a escola com a família. Percebo que os professores estão ajudando o máximo possível nessa tarefa” – complementa.

 

Foto do destaque: Divulgação

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