SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Anunciada na manhã desta quarta-feira (19), a sinalização dada pelo WGA, sigla que em inglês representa o sindicato dos roteiristas, para uma nova greve da categoria, não só não pegou o mercado americano de surpresa, como também não tem causado o desespero que a mesma paralisação, em 2007, causou em Hollywood.

Produtores de cinema e de séries para o streaming e TV têm dado a entender que uma possível nova greve em 1º de maio não terá o teor devastador daquela realizada há 16 anos. De acordo com Ted Sarandos, co-CEO da Netflix, a plataforma tem um material robusto para ser lançado ao longo de todo o ano e produções prontas ao redor do mundo, o que diminuiria o impacto da greve ao menos no serviço de streaming.

No cinema o cenário é parecido. Dentro da programação de 2023, a maioria dos estúdios, dos maiores como Paramount, Sony, Warner e Disney, até os de menor porte, como A24, já tem lançamentos previstos para este ano que estão finalizados e outros que já estão em processo de pré-produção com os roteiros finalizados.

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Para este ano já estão previstos lançamentos como “Barbie”, “Aquaman e o Reino Perdido” e “Oppenheimer”, da Warner, “Velozes e Furiosos 10”, da Universal, “Missão Impossível 7”, da Paramount, a adaptação do jogo de videogame “Gran Turismo” e “O Protetor 3”, com Denzel Washington, ambos da Sony, “A Pequena Sereia” e “Indiana Jones e a Relíquia do Destino”, da Disney, além do aguardado “Assassino da Lua das Flores”, de Martin Scorsese, pela Apple.

Também no próximo ano, a maioria dos filmes considerados como carro-chefe dos estúdios nos cinemas já estão em processo de pós-produção, ou avançados na produção, entre eles “Missão Impossível 8”, “Coringa: Folie à Deux”, “Avatar 3”, “Wicked”, “Planeta dos Macacos 4”, “Kung Fu Panda 4” e “Capitão América: Nova Ordem Mundial.”

O prejuízo deve se fixar em projetos de longa duração para a TV, como a longínqua “Grey’s Anatomy”, que inicia sua produção na primavera americana, entre março e junho, e tem episódios abertos para revisão pela equipe de roteiristas. Em 2007, a economia de Los Angeles sofreu prejuízo de US$ 2,1 bilhões com a paralisação das produções.

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Com estúdios como a Amazon, Disney, HBO e Netflix investindo com mais peso no streaming, e com uma frente de projetos prontos ou prestes a serem gravados, é possível que o prejuízo não seja tão profundo.

O que deve ditar os rumos de um possível prejuízo considerável para os estúdios e para o estado da Califórnia é o tempo que a greve deve durar.

Caso ultrapasse os cinco meses, como em 1988, o maior período de paralisação do sindicato dos roteiristas, talvez seja caso de preocupação, entretanto não é impossível imaginar que, com o novo regime de contrato de trabalho adotado pelas plataformas, com autores produzindo em grande quantidade e em tempo recorde, o mercado esteja preparado para absorver a greve antes de voltar para a mesa de negociações.

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