As fake News estão trazendo problemas imediatos e prejudicando a saúde das pessoas. A observação é do subsecretário estadual de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso. Em entrevista à Rede TC de Comunicações, ele disse que um dos fatores da baixa procura pela vacinação contra a dengue no Estado é o fato de muitas pessoas optarem por acreditar em notícias falsas.

Conforme Reportagem do jornal Tribuna do Cricaré publicada na edição desta sexta-feira (26), a adesão à campanha de vacinação contra a dengue está baixa, tanto em São Mateus quanto em todo o Estado do Espírito Santo. Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, das 1.112 doses do imunizante recebidas pelo município, apenas 84 haviam sido aplicadas até quarta-feira (24). Já a Secretaria Estadual de Saúde aponta que a meta é aplicar 131.146 doses de vacina contra a dengue, porém, até a tarde de quinta-feira (25), haviam sido aplicadas em todo o Estado 35.554 vacinas, ou seja, 24,40% do público-alvo.

No mesmo quadro de dados apresentados pela Sesa aparece o percentual de vacinados com a segunda dose da vacina contra a dengue no Estado: 0,09% da meta, ou seja, 132 crianças e adolescentes imunizados com a segunda dose.

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Subsecretário estadual de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso afirma fake News sobre vacinas é responsável pela baixa procura por imunizantes no Estado.
Foto: Sesa/Divulgação

“O que temos notado é que, infelizmente, as pessoas vão muito pelas notícias falsas. Não estamos conseguindo achar um outro fator que esteja atrapalhando [o avanço na vacinação]. A Sesa recebeu a vacina contra a dengue em fevereiro, foram 58.530 doses. Na ocasião, os municípios escolhidos pelo Ministério da Saúde para receberem essas primeiras doses foram os 23 da Região [de Saúde] Metropolitana. Há pouco mais de duas semana, o Ministério ampliou incluindo os 29 municípios da Região Central Norte, com Colatina, São Mateus, e só ficou a Região Sul. Esse remanejamento aconteceu devido a baixa cobertura porque ficamos praticamente dois meses sem procura, que foi muito baixa” – explica Orlei Cardoso.

 

Pais estão negando autorização para a vacinação na escola, aponta Orlei

 

O subsecretário estadual de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, ressalta que o Governo do Estado tem feito parcerias com os municípios na promoção de estratégias para atrair o público-alvo, que são crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Ele cita como exemplo as ações conjuntas com o Programa Saúde nas Escolas (PSE), onde são entregues aos alunos autorizações para que levem aos pais e retornem com a assinatura dos responsáveis. No entanto, segundo Orlei Cardoso, na grande maioria, os pais não autorizam.

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Caso não apresente crescimento relevante, a vacinação contra a dengue será aberta para outras faixa-etárias no Espírito Santo.
Foto: Marcello Casal Jr.-ABr/Divulgação

“Infelizmente, esse é o maior problema. Temos mais de 700 salas de vacina disponíveis nos 78 municípios. Ou seja, locais para vacinar nós temos e a vacina está disponível. O que está acontecendo é a falta [disseminação de notícias falsas] de informação. Algumas pessoas preferem acreditar nas notícias falsas do que na realidade” – enfatiza.

“Na verdade, qualquer vacina, é só olhar pelo Sistema Nacional de Imunização, não tem relatos de pessoas que tenham morrido por causa delas. Muitas pessoas acabam indo na conversa de outras e, como nesse caso que citei, não autorizam que os filhos tomem a vacina” – reforça.

De acordo com o subsecretário, o Estado tem estreitado os laços com os municípios, com os agentes comunitários de saúde, “que passam de casa em casa para ajudar nessa sensibilização”.

 

Ampliação do público-alvo

 

Segundo Orlei Cardoso, a estratégia neste momento é avaliar como está a procura pela vacina até a primeira quinzena de maio. Caso não apresente crescimento relevante, a vacinação será aberta para outras faixa-etárias, uma vez que as vacinas recebidas pelo Estado têm vencimento para 30 de junho e 31 de julho.

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“Não podemos deixar quem tem interesse sem tomar e perder essas vacinas. Estamos muito atentos a isso. Tem vacina disponível para todos nessa faixa-etária de 10 a 14 anos e a população não pode perder essa oportunidade. Só nesse ano a dengue já matou 22 pessoas no Estado. No ano passado foram 98 mortes e a vacina ajuda a evitar casos graves da doença e óbitos” – complementa.

Foto do destaque: Marcello Casal Jr.-ABr/Divulgação

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