E tu, Belém, terra de Judá, não será mais a menor, pois de Ti nascerá o Salvador (Lc 2,6)

“O povo, que andava nas trevas, viu uma grande luz; uma luz raiou para os que habitavam uma terra sombria de morte” (Is 9,1). Aquele que os patriarcas sonharam, os profetas predisseram e o povo pedia, chorando a Deus em suas orações, afinal chegou: “Hoje, vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor” (Lc 2,11).

Nos tempos de Jesus – Belém, distante 8 quilômetros apenas de Jerusalém – era um lugarejo minúsculo, desconhecido, perdido no mapa. Nem Herodes, o rei, sabia de sua existência e localização. Hoje é um centro de peregrinação mundial, parada obrigatória para todos aqueles que professam a fé cristã, fé que não é baseada em “fábulas ou mitos” (1 Pd1,16), nem em alguma doutrina ou moral, nem num código de leis, mas numa Pessoa, que é o próprio Filho de Deus e nosso Salvador.

A entrada principal na Basílica da Natividade é baixa e estreita: grande sinal da necessidade de ter um coração humilde (Mt 11,25-26)) e um espírito puro (Mt 5,8) para vermos o Cristo (Mt 11,25; 13,16; Lc10,21). A Basílica superior é propriedade exclusiva dos ortodoxos; aos católicos ficou a Basílica inferior, onde, numa capelinha, bem no canto da parede, estava a manjedoura (Lc 12,12). Esta capelinha guarda a famosa estrela que, no chão do altar, indica o local do nascimento do Senhor, com a frase em prata: “Hic, de Vírgine Maria, Iesus Chistus natus est” (Aqui, nasceu Jesus Cristo, o Filho da Virgem Maria).

O aconchego subterrâneo da capela e o silêncio ajudam-nos a saborear a sacralidade do lugar e entender melhor porque apenas estas duas categorias de pessoas viram o Menino: os pastores, gente humilde, que sabiam de não saber nada, e os Reis Magos, letrados, que sabiam de não saber tudo! Como Maria guardava tudo em seu coração (Lc 2,19.51), nós, também, perante tão grande mistério, de um Deus que se fez homem (Jo1,14), somos chamados a nos questionar interiormente: a renascer e a recolocar Cristo acima e antes de tudo em nossa vida, pois “em nenhum outro há salvação: debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens pelo qual possamos ser salvos” (At 4,12).

Que a semente do Reino, que Ele lançou, desde o seu presépio, cresça no meio de nós, para tornar a nossa sociedade mais humana, justa, livre e fraterna. Feliz nascimento de Jesus no seu coração e em sua família.

Por
Ernesto Ascione -Administrador paroquial Paróquia de Santo Antônio

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here