Os casos de dengue são um problema frequente em todo o Brasil. No entanto, mesmo com o aumento de notificações nos períodos chuvosos, São Mateus não registra óbito por causa da doença há dois anos, segundo o secretário municipal de Saúde Henrique Follador.
“Do dia 2 de janeiro até a presente data [3 de maio] foram 400 casos de dengue notificados e 81 confirmados laboratorialmente. Não há registro de óbito por dengue nos últimos dois anos” – frisou Follador, em entrevista à Rede TC de Comunicações nesta terça-feira (3).
De acordo com o secretário, alguns bairros de São Mateus concentram os maiores números de notificações de dengue. São eles: Litorâneo, Guriri, Vila Nova, Bom Sucesso e São Benedito (Rodocon).
Segundo dados apresentados pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) na semana passada, entre os dias 27 de março e 23 de abril ocorreu um aumento de mais de 45% nos registros de casos de dengue no Estado.
Henrique Follador reforça que São Mateus acompanha essa média apresentada pelo Estado, confirmando que houve aumento de casos neste ano em relação ao mesmo período de 2020 e 2021, primeiros dois anos da pandemia do novo coronavírus.
CUIDADOS
Para eliminar o mosquito transmissor da dengue, o aedes aegypti, o secretário de Saúde Henrique Follador afirma que a Prefeitura desenvolve ações junto à população nos bairros e escolas, com agentes de combate às endemias.
“Essas ações de conscientização ocorrem diariamente nas casas seguidas de orientações importantes quanto à limpeza de calhas, caixas d’água descobertas, reservatórios, geladeiras, ralos, áreas externas, pratinhos de plantas e outros” – reforça.
Foto: Secretaria de Saúde de São Mateus/Divulgação
Pandemia e falta de chuvas fez diminuir casos de dengue no Município, avalia Follador
Sem mencionar números, o secretário municipal de Saúde Henrique Follador afirmou em entrevista à Rede TC de Comunicações que os dois primeiros anos de pandemia o Município registrou uma diminuição nos casos confirmados de dengue. Ele atribui a observação ao fato de que as pessoas precisaram ficar confinadas devido às restrições de circulação por conta da pandemia.
Também relaciona o baixo registro de dengue às poucas chuvas registradas no período. No entanto, neste ano, com o aumento do período chuvoso, também houve uma escalada no registro de casos de dengue em relação aos dois primeiros anos da pandemia, ou seja, 2020 e 2021.
“Devido a maior incidência de chuvas houve um aumento dos casos esse ano, comparado aos anos anteriores, onde as pessoas estiveram mais em casa, devido à necessidade de bloqueio de casos de covid-19 em isolamento social. Isso, de forma individual e coletiva, as pessoas passaram a cuidar mais de suas residências e de áreas externas, o que proporcionou uma diminuição dos casos de dengue” – avalia Henrique Follador.
Casos no Espírito Santo
Na semana passada, a Secretária da Saúde do Espírito Santo apresentou dados sobre a transmissão da dengue referentes às últimas quatro semanas epidemiológicas. De acordo com a Sesa, o período foi responsável por 45,3% de todas as notificações de casos de dengue neste ano.
Ainda de acordo com a Sesa, desde janeiro até a semana passada haviam sido notificados 5.173 casos e, desse total, 2.348 somente nas últimas quatro semanas.
Segundo o chefe do Núcleo Especial de Vigilância Ambiental, Roberto Laperriere Júnior, a questão climática é um dos fatores que proporciona o aumento de novos casos, não somente da dengue, mas das demais arboviroses, como zika e chikungunya.
INCIDÊNCIA
De acordo com o boletim da Sesa, os municípios com incidência alta de dengue, ou seja, aqueles com mais de 300 casos a cada 100 mil habitantes, são: Pinheiros, Jaguaré, São Gabriel da Palha e Muniz Freire.
São Mateus aparece entre os municípios com incidência média, quando registra de 100 a 300 casos por cada grupo de 100 mil habitantes, além de Linhares, Fundão e Ponto Belo. Os demais municípios capixabas estão enquadrados na classificação baixa.
Foto do destaque: Divulgação
