CADÊ AQUELE MATO QUE ESTAVA AQUI?

Depois de quase seis meses, a Prefeitura de São Mateus conseguiu montar uma força-tarefa e iniciar a limpeza da cidade nesta semana. O mato em vias públicas era o principal objeto de reclamação dos moradores. Agora, com mais de 100 trabalhadores de duas empresas contratadas pelo Município, as ruas, avenidas e praças estão recebendo os serviços de limpeza. A explicação da Prefeitura é que o fato se deu em razão da suspensão de contratos que ocorreram no final do ano passado, no período de afastamento do prefeito Daniel. Ao retornar ao cargo, no final de dezembro, ele iniciou o procedimento de licitação para contratação de empresas para realizar os serviços, o que, conforme os desafios burocráticos, demorou esse tempo. É o preço que se paga pela instabilidade política.

De máscara, a respeitada epidemiologista e escolhida pela comunidade acadêmica para ocupar o cargo de reitora da Ufes, Ethel Maciel usou a sessão solene em homenagem aos professores na Ales para frisar que a pandemia ainda não acabou. (Foto: Ana Salles-Ales/Divulgação)

SANGUE NOS OLHOS

A professora e epidemiologista reconhecida em todo o País, Ethel Maciel, utilizou a fala dela na sessão solene da Assembleia Legislativa do Espírito Santo para cobrar o cargo de reitora da Ufes, dizer que a epidemia não acabou ainda e lamentar o corte de R$ 5 bilhões em recado para Bolsonaro. Ethel Maciel frisou que, apesar de ter vencido a consulta interna da Ufes, de ter sido escolhida pela comunidade acadêmica, não foi empossada pelo presidente no cargo de reitora. Também destacou cortes do governo federal na educação, ciência, tecnologia e saúde, ao discursar como oradora em nome dos professores na sessão de quinta-feira proposta pelo deputado Bruno Lamas para homenagear os profissionais e entregar a Comenda Paulo Freire.

“Só estamos sentados nessa sessão graças à ciência, só estamos aqui hoje porque fomos vacinados, porque muitos cientistas se dedicaram para que tivéssemos aqui a nossa vacina e pudéssemos estar novamente em convívio. E diante disso tudo, de tudo que passamos, o governo federal ainda se sentiu na posição de cortar o dinheiro da educação” – desabafou a homenageada.

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OPOSITORES DO INTELECTO

Com o advento da informação rápida, da instantaneidade das ações, pessoas como Einstein, Beethoven, e outros grandes gênios teriam as mesmas oportunidades se vivessem nos dias de hoje? O neurocientista Fabiano de Abreu Agrela explica que, nos séculos passados, admirava-se o intelecto e os gênios da época tinham oportunidades justamente pelo fato das pessoas terem admiração por eles. Hoje em dia, uma pessoa intelectual passa despercebida no meio da multidão. “Se você tem uma boa ideia ou um pensamento revolucionário, as outras pessoas veem isso como competição, pois estamos vivendo uma era narcisista”, afirma o neurocientista.

TEMPOS SOMBRIOS

É exatamente isso que estamos vivenciando na atualidade, principalmente quando se refere à política. Nestes tempos, em que o assunto do momento são as eleições, informações falsas, as fake news, ganham muito mais relevância diante de uma parcela da sociedade que consome cada vez mais as redes sociais, ou apenas o ‘zap do tiozão’, onde preponderam postagens irresponsáveis, muitas vezes vulgares, de autores escondidos em perfis falsos e sem compromisso com o que escrevem – ou vomitam. Um exemplo disso são as pessoas, políticos e até os que se dizem formadores de opinião, que atacam as urnas eletrônicas. É sabido que, desde quando foi implementado o voto eletrônico, em 1996, não houve registro de um mísero caso de fraude eleitoral. No entanto, o próprio presidente da república utiliza de argumentos infundados e de fake news para atacar o sistema que sempre o elegeu, inclusive todos os seus filhos.

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MAS HÁ UM PROPÓSITO

Essas irracionalidades, de atacar o sistema eleitoral, precisam ser combatidas antes que seja tarde demais. Ganhou força, muita força, a partir das eleições de 2018 e hoje já não causam mais tanta aversão na sociedade. No entanto, cada vez que as pessoas aceitam esses descalabros, abre-se um leque de oportunidades para que as eleições não aconteçam ou sofram tentativas de serem questionadas para que o resultado das urnas não seja respeitado. Um exemplo disso foi o que disse o presidente Jair Bolsonaro na live semanal de quinta-feira. Ele iniciou dizendo que seria “um absurdo” as eleições no Brasil ter tantos observadores internacionais: “Para quê?”, questionou o presidente. Pois deveria ter ciência de que todos os sistemas democráticos do mundo possuem observadores internacionais, sendo o Brasil o mais elogiado entre eles por demonstrar transparência, agilidade e segurança.

 

OUTRO DESCALABRO

Um outro descalabro nesses tempos sombrios, que na verdade são dois, são as decisões monocráticas do ministro Kassio Nunes de suspender a cassação dos mandatos de dois políticos. Um deles, Francischini, delegado da Polícia Civil do Paraná, perdeu o mandato de deputado federal porque no segundo turno das eleições de 2018 resolveu atacar as urnas com vídeos comprovadamente fraudulentos. Essa atitude abre uma avenida de oportunidades para aqueles que desejam melar as eleições e fazerem o que bem entenderem, inclusive usando e abusando das fake news e outras estratégias de manipulação para atacar o sistema eleitoral brasileiro. Analistas políticos enxergam as atitudes de Kassio Nunes como uma afronta ao TSE, já que o próprio presidente o considera os seus 10% no STF.

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VOLTANDO AOS OPOSITORES DO INTELECTO

Diante disso, se destacar, que é algo que as pessoas com inteligência fazem, pode acabar parecendo um problema para as demais. Terão pessoas que vão tentar negligenciar a capacidade intelectual dos outros. É necessário ter coragem para se sobressair. Logo, quando a pessoa sente que está atrás de uma tela, que está mais sozinha, porque a interação real e humana ao redor acaba diminuindo, se acha no direito de atacar as outras pessoas e disseminar todos os tipos de bobagens. O que não ocorre, graças a Deus, diante das interações sociais reais e humanas. Discutir e debater o que é verdade e o que é mentira com pessoas que não se conhecem, atrás de uma tela, acaba sendo uma experiência muito traumática. Precisamos urgentemente voltar a condenar e combater a ignorância. Isso está nos levando cada dia mais ao caminho da perdição moral.

O QUE DIRIA RUI BARBOSA?

Parafraseando Rui Barbosa, as pessoas chegaram ao cúmulo de terem vergonha de serem inteligentes diante de tantos enraivecidos e furiosos defensores do indefensável. O pensamento original, do Rui Barbosa, é o seguinte: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.

COISAS DO BRASIL

Enquanto tem gente morrendo, tem outros enchendo a pança, já dizia Marcelo D2 em Mantenha o Respeito.

 

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