Se os estudantes dos campi de Vitória da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) ficaram sem a oferta de refeições desde terça-feira (10), o problema dos alunos do Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes) existe há mais tempo.

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Presidente do Diretório Acadêmico (DA) e do Centro Acadêmico de Química, o aluno Charles Eduardo dos Santos Lima relata que desde o dia 4 de maio os estudantes do campus em São Mateus estão sem alimentação disponibilizada pela Ufes.

Charles salienta que as exceções são os estudantes assistidos no Programa de Assistência Estudantil, que receberam R$ 200 para garantir a alimentação até o dia 20. A Ufes comunicou que a previsão é que a partir do dia 23 a produção de refeições nos restaurantes universitários seja reiniciada nos campi de São Mateus e de Vitória (Goiabeiras e Maruípe).

Após o retorno presencial e até o dia 3 de maio, Charles relata que eram disponibilizadas marmitas para os estudantes do Ceunes por meio de agendamento online. Contudo, o presidente do DA frisa que muitos estudantes não conseguiam o agendamento e acabavam sem refeição, além das reclamações sobre a qualidade do alimento.

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Charles detalha que os estudantes foram comunicados que, por entraves em licitações, a Ufes não conseguiu entregar as marmitas a partir do dia 4 de maio, mas que uma empresa já estava em processo de contratação para produzir as refeições no Restaurante Universitário (RU).  Contudo, seria preciso prazo até 23 de maio para treinamento da equipe.

Ele afirma que a questão foi abordada em assembleia do Diretório Acadêmico realizada no Ceunes no dia 5, na qual entraram em pauta outras questões como transporte e funcionamento da biblioteca.

Retorno sem planejamento

Para Charles Eduardo, o retorno das aulas presenciais pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) foi mal planejada. “Foi uma volta totalmente errada. Era para voltar, mas tivemos dois anos de planejamento para se organizar, para voltar num ambiente bom, para estudar dentro das normas de segurança” – sustenta.

No entanto, exime a direção do Ceunes de culpa pelos problemas. “Agradeço muito ao diretor [Luiz Antonio Favero Filho] que a gente tem, que está lutando. Disponibilizou um micro-ondas da própria casa dele para os alunos esquentarem marmitas e conseguiu um freezer e uma geladeira para armazenar comida. Só que para um campus do tamanho do Ceunes não é suficiente. A gente não o culpa, mas sim a Reitoria que não planejou direito a volta do presencial” – manifesta.

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Charles frisa que os estudantes de São Mateus participariam dos protestos realizados em Vitória, mas não conseguiram. Eles vão aguardar até o dia 23 para ver se a promessa da Ufes de oferta de refeições no RU será cumprida. O DA pretende realizar deliberações ainda sobre outros problemas enfrentados pelos alunos do Ceunes, os quais Charles aponta que, antes mesmo da pandemia, eram deixados de lado pela Ufes, “como se [o Ceunes] fosse para não existir”.

“O diretor tem que se matar para conseguir algo. Os alunos pedem e ele tenta, mas a reitoria não está nem aí para gente” – reforça.

UFES

A Ufes emitiu nota para comentar sobre os restaurantes universitários. O reitor Paulo Vargas afirmou que “a instituição tem compromisso com a permanência dos estudantes na Universidade e tem se esforçado para retomar as atividades dos restaurantes universitários”.

Ele disse que os processos de compra de produtos e serviços na instituição são regidos por normas legais que precisam ser observadas e informou sobre percalços encontrados nos processos licitatórios decorrentes, de não comparecimento de interessados nas licitações, de incapacidade de apresentação de documentos exigidos por parte das empresas e desinteresse de fornecedores devido ao processo inflacionário.

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Afirmou ainda que a Ufes iniciou os procedimentos para contratações desde o ano passado, tendo sido finalizados recentemente, o que asseguraria a retomada da produção dos alimentos nos restaurantes universitários a partir de 23 de maio.

 

Foto de destaque: TC Digital

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