Conforme dados da estação automática do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), instalada no Bairro Litorâneo, São Mateus teve em 2022 o maior volume de chuva para o mês de novembro dos últimos 14 anos. As consequências da chuva, sendo registrados mais de 500mm acumulados em novembro e início de dezembro, levaram várias famílias a ficarem desabrigadas ou desalojadas no Município.

O Inmet aponta que as chuvas que ocorrem no Espírito Santo são devido à atuação de uma Zona de Convergência do Atlântico Sul.

Em novembro deste ano, São Mateus teve um acumulado de 472,2mm. O volume fica ainda mais expressivo se levar em conta os primeiros seis dias de dezembro, quando foram registrados 114,2mm, ampliando o acumulado no período de 35 dias para 586,4mm.

Antes de 2022, o mais recente ano que teve um volume de chuvas em novembro maior foi em 2008. De acordo com o Inmet, naquele ano a estação meteorológica registrou 553,4mm no período de 30 dias.

A média para o mês de novembro, levando em conta os dados de 2013 a 2022, é de 197,06mm. Portanto, como neste novembro foi registado 472,2mm, o acumulado é 139,62% maior em relação à média.

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CHUVAS DE 2008

Vias alagadas e desmoronamentos. Assim como acontece neste ano, com volume bem acima do normal, a chuva intensa de novembro de 2008 também impactou o Município.

Conforme os arquivos do jornal Tribuna do Cricaré, naquele ano foram registrados alagamentos de vias em Guriri e em bairros da Cidade. A água invadiu casas no Bairro Vitória, houve desmoronamentos na encosta da Ladeira do Besouro e adjacências, deixando a Avenida Cricaré interditada. Houve desabamentos em residências, além de ruas danificadas em diversos bairros.

 

Tempo deve começar a ficar firme na sexta-feira

 

A previsão do Incaper é para mais chuvas nesta quinta-feira, que segue com o tempo instável em todo o Espírito Santo. “O Sol aparece entre algumas nuvens e chove em alguns momentos do dia em todo o Estado”.

No entanto, o tempo deve começar a ficar firme a partir de sexta-feira, quando já previsão de Sol entre nuvens e chuva esparsa no norte do Estado. As demais áreas têm variação de nuvens, mas não há previsão de chuva. As temperaturas aumentam em todas as regiões.

A sexta-feira será de sol entre nuvens e pancadas de chuva a partir da tarde nas regiões Sul, exceto no trecho litorâneo. As demais áreas do Estado têm predomínio de Sol e não há previsão de chuva. As temperaturas aumentam em todas as regiões.

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O tempo deve seguir estável no final de semana, sábado e domingo, em todo o Espírito Santo. “O Sol predomina e não há previsão de chuva. As temperaturas aumentam em todas as regiões” – complementa a Coordenação de Meteorologia do Incaper.

 

Período chuvoso acendem alerta para risco de contaminações diversas

Além do momento delicado que muitos capixabas estão passando por causa das fortes chuvas, como alagamento de ruas e casas que já deixaram mais de 2000 pessoas desabrigadas e dos bloqueios de estradas, é muito importante que as pessoas fiquem atentas para o risco elevado de contaminações.

Conforme o médico capixaba Rogério Santorio Filho, a chuva e as enchentes podem transmitir doenças como micose, hepatite e leptospirose. Ele explica que os meios de transmissão dessas patologias conseguem se espalhar mais facilmente nessas condições.

“A micose é uma doença de pele causada por fungos e que pode aparecer após períodos de chuva devido à umidade; alguns tipos de hepatite podem ser transmitidos em época de chuva, principalmente o vírus da Hepatite A. A leptospirose é causada pela bactéria Leptospira que pode ser encontrada em fezes e urina de animais contaminados, principalmente os ratos” – reforça.

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O médico aponta ainda que outra questão que pode ser um problema, é a dengue. “A proliferação do mosquito aumenta muito nesses períodos e para se proteger, recomenda-se usar repelente e nunca deixar água parada, para evitar a proliferação do mosquito”.

Coordenador do hospital São Francisco, da Rede Meridional, Rogério Santorio Filho, afirma que “em casos extremos, quando necessário entrar em contato com esse tipo de água, que pode estar contaminada, é recomendado o uso de botas de plástico impermeáveis ou, na ausência das botas, cobrir mãos e pés com 2 ou 3 sacos plásticos, um por cima do outro, e prendê-los com uma fita adesiva”. Também indica ser fundamental fazer uma limpeza completa das casas e objetos recuperados.

“Em caso de mal-estar ou qualquer sintoma como febre ou dores nesses períodos de chuvas intensas e alagamentos, a recomendação é procurar o posto de atendimento médico mais próximo”, afirma o clínico.

Foto do destaque: Wellington Prado/Divulgação

 

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