O consumidor mateense está cada vez mais assustado com o aumento repentino no preço dos produtos da cesta básica. Itens de hortifruti e o indispensável feijão são alguns que apresentam variação elevada de preço. No entanto, a carne vermelha lidera em reclamações.
Em um supermercado do centro, o chã de dentro, por exemplo, que era vendido a R$ 24,98 na semana passada, nessa quinta-feira (28) estava a R$ 33,98. A diarista Rosmira Lira dos Santos desistiu de comprar carne vermelha e levou frango. “Aproveitei uma promoção de frango que está R$ 7 o quilo. Carne não está dando para comprar não, o preço está absurdo” – comentou.
A aposentada Gracileia Botazini percebeu alteração no preço do feijão. “A marca de feijão que eu costumo comprar estava a pouco mais de três reais na semana passada, agora já está mais de cinco reais”, observa.
PREÇO MAIS AZEDO
O preço de algumas frutas e legumes também estão assustando o consumidor. Em um outro supermercado, o quilo do limão era comercializado nesta a R$ 7,99 nesta quinta, mais que o dobro do preço normal, que gira em torno de R$ 3,50 o quilo, segundo o gerente Gilson Marquiole.
A aposentada Rita de Cássia Giovanelli também percebeu aumento em vários itens da cesta básica, mas, segundo ela, o aumento não se restringe apenas aos supermercados. Os produtos de farmácia também estão pesando no bolso. “Tenho problemas de saúde e tenho um gasto alto com remédios, e também está tudo mais caro”, afirma.
A bancária aposentada, Neide Paraguassu, acredita que a elevação no preço da gasolina é o principal motivo do aumento dos produtos da cesta básica. “Com a gasolina a quase cinco reais, a despesa com transporte e logística também sobe, e quem paga essa conta somos nós”, diz.
EXPORTAÇÃO
Para o gerente de supermercado Genilson de Freitas, a carne está liderando o aumento de preço da cesta básica. Ele afirma que o aumento do preço no açougue já era esperado e deve se manter no início de 2020, “por conta do aumento das exportações de carnes para a China”.
Ele afirma que os produtores preferem enviar a carne para fora do que vender para o mercado interno. “Porque lá fora eles pagam melhor. Isso provoca a baixa oferta do produto no País e, consequentemente, o aumento do preço” – explica.
No entanto, o gerente garante que os supermercados têm tomado algumas medidas para aliviar o custo das compras para o consumidor. “Aqui, por exemplo, a empresa está negociando com o fornecedor de carne de porco, e conseguimos baixar o preço. Itens como linguiça, salsicha podem substituir a carne. Além disso, outra opção são os ovos” – ressalta.
Ceia de Natal mais enxuta
Alguns entrevistados disseram que a ceia de Natal deste ano será mais magra. A dona de casa Ionice Aguiar Ferraz, 57, afirma que vai receber mais de 20 pessoas em casa para o feriado natalino e vai buscar alternativas para economizar. “A gente sempre faz um churrasco, mas dessa vez não vai dar. Cada um vai levar alguma coisa. Vai ser mais simples, mas sem ceia a gente não fica” – garante.
O aposentado João Oliveira, 66, também terá uma ceia mais econômica. Em visita ao supermercado nesta quinta, ele trocou a carne de boi pela carne de porco. “Não tem nem fila aqui, ninguém quer comprar carne mais. O porco está num peço melhor, mas mesmo assim comprei pouco. Se continuar assim, a ceia vai ser sem carne esse ano” – diz.
Já Eloise Avanzi, 65, também aposentada, reclama que o auxílio do INSS não é suficiente para as despesas do mês. “Falaram agora que o salário mínimo vai subir, mas não adianta nada porque o preço das coisas sobe junto. Tá muito difícil” – avalia.