Diversas praças, monumentos e prédios públicos do Rio de Janeiro amanheceram com homenagens a Marielle Franco, vereadora assassinada no dia 14 de março do ano passado, ao lado do motorista Anderson Gomes. Faixas, banners, cartazes, fotos, girassóis e balões enfeitavam pontos como o Largo do Machado, os Arcos da Lapa, a Câmara Municipal, o Largo da Carioca, a Praça Tiradentes e a Assembleia Legislativa.

Em meio a frases que lembram as bandeiras defendidas por Marielle, como “eu sou porque nós somos” e “mulheres não serão interrompidas”, figurava a pergunta “Quem mandou matar Marielle?”, que continua sem resposta mesmo depois da prisão, na terça-feira, de dois acusados de terem executado o crime, o policial militar reformado Ronnie Lessa, suspeito de atirar, e o ex-PM Elcio Vieira de Queiroz, suspeito de dirigir o Cobalt que seguiu Marielle naquela noite. As autoridades garantem que as investigações vão continuar.

A missa de um ano da morte de Marielle e Anderson foi celebrada às 10h na Igreja da Candelária, no centro do Rio. Depois da cerimônia, os pais de Marielle conversaram com a Imprensa. A mãe, dona Marinete da Silva, agradeceu todas as homenagens em memória de sua filha. “Eu agradeço, é um dia de dor, para a gente estar junto, mas é também um dia de muita tristeza, porque um ano não é fácil o que a gente tem vivido hoje. Então eu agradeço a todos que estão aqui, por esse carinho, por esse afeto, para reverenciar cada vez mais a memória da minha filha, num dia que é sagrado pra família”.

Marinete disse que a missa é um momento importante para a família, que é católica. “É isso que Marielle pregava, ela era uma moça católica, foi catequista, em cima de todo o simbolismo que a gente tem como católico, como cristão, é reverenciar essa memória dessa maneira”.

Sobre a reunião que teve ontem com o governador Wilson Witzel, Marinete disse que o tamanho do símbolo que Marielle se tornou hoje supera qualquer atitude desabonadora que ele possa ter tido. Durante a campanha eleitoral do ano passado, Witzel foi fotografado ao lado de candidatos a deputado que quebraram uma placa que homenageava a parlamentar.

“Ele me pediu desculpa, disse que não estava diretamente no ato, a gente sabe que foi uma atitude isolada, que não foi uma atitude decente. Eu falei com o governador como minha filha é grande. Ele conseguiu emoldurar um pedaço da placa e pôs no gabinete dele para ver todos os dias. O tamanho dessa mulher não existe, ela transcende tudo que ele fez, tudo o que o Brasil precisa ouvir dessa menina, ela ultrapassou os limites” – disse a mãe.

Rio de Janeiro–RJ

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