ADI ENTREVISTA OS CANDIDATOS AO GOVERNO DO ESTADO

A série de entrevistas elaboradas pela Associação dos Diários do Interior do Espírito Santo (ADI-ES) chega ao fim com dois assuntos fundamentais na gestão de um governador: saúde e educação. Nesta reta final, os candidatos Manato (PSL), Aridelmo Teixeira (PTB), André Moreira (PSol), Renato Casagrande (PSB), Rose de Freitas (Podemos) e Jackeline Rocha (PT) responderam sobre projetos que a atual gestão deixa, como a Escola Viva, que ao ser implantada foi alvo de protestos de estudantes e hoje é aclamada em todo o Estado. E também a Rede Cuidar, com centros especializados no interior para atender a população capixaba, evitando deslocamentos para a Grande Vitória.

PERGUNTAS E RESPOSTAS

ADI-ES – O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) mostra avanço do Espírito Santo no ranking nacional, chegando a liderá-lo. Entretanto ainda está abaixo das metas do Ministério da Educação. Como acelerar ainda mais este desempenho?

Manato (PSL)

Carlos Manato – Vou trabalhar para atingir a meta de 5.1 do Ideb. Vamos ter o PNE, o Plano Nacional da Educação. Na Escola Viva vamos discutir o que pode melhorar, porque é um projeto excelente. Os diretores serão escolhidos pelas comunidades escolares. Nós não vamos influenciar, vamos capacitar esses diretores. E vamos botar cultura militar nas escolas do Espírito Santo. O que é isso? É a cultura do civismo, do patriotismo. Na minha época, chegava toda sexta-feira e cantava o Hino e jurava bandeira. Escola ensina as disciplinas, mas educação quem dá é o pai. Vamos incentivar o estudante com medalhas por bom comportamento, que se destacam com notas. E vamos punir com rigor, não tem ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Vamos chamar o pai para conversar, não resolveu, põe para fora da escola.

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Aridelmo Teixeira (PTB)

Aridelmo Teixeira – Por lei, o Estado fica com o ensino médio e os municípios ficam com o fundamental, o infantil e a creche. Para a educação, o segundo ciclo do fundamental, que é do sexto ao nono ano, o município que quiser o Estado vai assumir. E será em tempo integral também, porque os pais precisam ficar tranquilos sabendo que aquelas crianças estão o dia todo na escola. Em todo município terá uma escola de tempo integral. Com isso vamos produzir vocações para o local, porque a Escola Viva tem as trilhas, ela encaminha o aluno. Se a escola estiver no meio agrícola, vamos estudar a área da cadeia de valor, incluindo matérias de acordo com a vocação do município. Vou cuidar do ciclo da educação infantil e da creche, ampliar o Paes (Pacto pela Aprendizagem no Espírito Santo). No meu governo 50% das crianças vão ter creche, e 100% vão ter da 4ª a 5ª série. Também vamos ter a pré-escola de tempo integral, para o pai trabalhar com tranquilidade. No Ideb de 2011 a 2014, o desempenho caiu quase 0,5 ponto. Nós recuperamos nestes últimos quatro anos. Escola Viva, Jovens do Futuro e Paes foram programas que eu trouxe. Eu não tinha cargo, mas era voluntário, pegando dinheiro da iniciativa privada e viabilizando projetos dentro da Sedu.

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André Moreira (Psol)

André Moreira – O Ideb aumentou porque fechou o ensino regular noturno. Quando você fecha esse tipo de ensino, acaba matando totalmente a evasão escolar. Não porque aumentou a presença, matou o local que tinha evasão. As escolas bem ranqueadas são, em maioria, dos municípios. Pertencem ao primeiro ciclo, não do Governo do Estado. Os professores que têm amor pela educação, e nas piores condições, fazem a escola funcionar. Vamos ampliar o orçamento de 25% para 30%. Desde 2011, desde Casagrande, não tem sido garantido os 25% do orçamento para a educação. Isso foi inclusive uma denúncia do deputado Sergio Majeski, que denunciou o Hartung, mas vale para o Casagrande também. Desde o MDE (Manutenção e Desenvolvimento do Ensino), o dinheiro está sendo tirado para colocar em outros lugares, deixando um déficit na educação. É uma pedalada fiscal. Uma forma de maquiar o cumprimento das metas orçamentárias.

Renato Casagrande (PSB)

Renato Casagrande – Educação é um trabalho contínuo e permanente. O resultado que conquistamos hoje foi plantado nos últimos anos. Ainda temos 50 mil jovens fora da sala de aula, precisamos fortalecer escolas do campo, o ensino de jovens e adultos. Vamos ampliar a educação de tempo integral, e dar condições adequadas de ensino para escolas de tempo normal. Também teremos uma política permanente de formação dos professores, com parceria junto ao Ifes (Instituto Federal do Espírito Santo) e à Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo).

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Rose de Freitas (Podemos)

Rose de Freitas – Nós ficamos em segundo lugar no Ideb, mas em nível de escola pública ainda estamos atrás. Temos que alcançar o melhor. A educação privada ainda está em primeiro lugar, e a ideia é fazermos uma parceria com a educação privada e com instituições como o Ifes, que tem em todo o Estado.

Jackeline Rocha (PT)

Jackeline Rocha – Como em todas as outras áreas de nosso plano de governo, com a educação não é diferente: o diálogo sempre estará presente. Teremos colaboração constante com os municípios capixabas, para ampliação ao atendimento da educação infantil, já que a base é responsável pela primeira formação do cidadão. Iremos lutar pela continuação da oferta de escola em tempo integral, mas sempre lembrando de que não pode ser ofertada apenas para alguns. É preciso que haja uma política de ação que realmente democratize a educação integral, favorecendo o ensino de todos os cidadãos capixabas. Lutaremos pela universalização, até 2020, do atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e elevar, até o final do período de vigência do PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%. Teremos diálogo contínuo com os municípios, de modo a estarmos cientes de suas reivindicações, e lutarmos de forma gradativa para melhoria constante de nosso quadro educacional.

Vitória-ES

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