PRIVATIZAÇÃO DO SUS
Nesta semana o brasileiro foi tomado por uma avalanche de informações relacionadas à privatização ou não do Sistema Único de Saúde (SUS). Em menos de 24 horas o presidente Jair Bolsonaro revogou o decreto, assinado por ele e pelo ministro Paulo Guedes –e sem a participação do Ministério da Saúde—, que permitia que o Ministério da Economia fizesse estudos sobre a inclusão de Unidades Básicas de Saúde (UBSs) no Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (PPI). É o famoso mijou pra trás. Mas o presidente ficou devendo aos brasileiros algumas respostas. Por exemplo, se o decreto era essa maravilha toda que pintaram, porque revogá-lo? Ele não tem certeza do que anda fazendo ou vale a máxima do vai que cola?

CONTRA
O assunto privatização do SUS também foi tema de debate nesta semana na Assembleia Legislativa do Espírito Santo. O deputado Sergio Majeski afirmou que o SUS, mesmo apresentando falhas e a necessidade de ser melhorado, deve ser defendido com unhas e dentes. Os deputados Doutor Hercules, Janete de Sá, Luciano Machado e Enivaldo dos Anjos também apoiaram a fala de Majeski, posicionando-se contra a privatização do SUS. Enivaldo, no entanto, destacou que quem tem poder aquisitivo deveria pagar ao Estado pelo serviço prestado. “Os pobres ficam prejudicados, nos corredores, porque o sistema fica superlotado, atendendo emergencialmente quem poderia contribuir. O governo deveria, sim, era cobrar dos planos de saúde” – defende Enivaldo.

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SAÚDE
Em meio a essa pandemia, a exaustão a que estão condicionados os profissionais da saúde, o atendimento médico em São Mateus apresenta melhora. Com a unidade de Pronto Socorro e o próprio Hospital Roberto Silvares praticamente esvaziados, o atendimento ocorre de maneira ágil e eficiente, conforme percebem alguns usuários.

MAS…
Porém, é preciso atenção dos gestores quanto à manutenção das estruturas físicas. No Pronto Socorro, por exemplo, a maioria dos aparelhos de ar-condicionado está com defeito, jorrando água nos corredores, consultórios, enfermaria, sala de medicação, laboratório. Enfim, demanda mais cuidados com os pacientes e exige um esforço extra da equipe de limpeza.

O rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, cujos donos são a Vale a anglo-australiana BHP, causou uma enxurrada de lama que inundou várias casas no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. Inicialmente, a mineradora havia afirmado que duas barragens haviam se rompido, de Fundão e Santarém. No dia 16 de novembro, a Samarco confirmou que apenas a barragem de Fundão se rompeu.
Local: Distrito de Bento Rodrigues, Município de Mariana, Minas Gerais.
Foto: Rogério Alves/TV Senado

DESASTRE DA SAMARCO
Na próxima semana, 5 de novembro, completam-se 5 anos do maior desastre ambiental do Brasil, o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, e o lançamento de lama que afetou o Rio Doce até a foz, e até a Barra Nova. O Ministério Público Federal organizou nesta semana uma coletiva de imprensa e apresentou alguns dados importantes. Por exemplo, que todos os programas de recuperação ambiental estão atrasados. Outra afirmação da Procuradoria da República é que as empresas responsáveis não querem pagar as indenizações, afirmando que elas querem economizar às custas do sofrimento alheio. Além dos pedidos de prisão, o MPF também quer uma intervenção no conselho de administração da Samarco, responsável pelo desastre.

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Agência do INSS de São Mateus. Foto: Wellington Prado/TC Digital

INSS
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) disse ontem à tarde que já começou a pagar as diferenças relacionadas ao auxílio-doença durante a pandemia a quem recebeu antecipação de um salário mínimo neste mês de outubro. No entanto, alguns usuários continuam reclamando que não receberam e que a central 135 também não sabe informar sobre o pagamento. No início de setembro o INSS havia informado que pagaria essa diferença no mês que termina hoje. Mesmo sendo provocado, com questionamentos enviados à assessoria de comunicação do órgão e também para a Secretaria Nacional da Previdência, do Ministério da Economia, o INSS se recusa a responder, deixando os segurados num sofrimento sem fim.

É A CLASSE MÉDIA!
Diálogo entre Colbert e Mazarino, durante o reinado de Luís XIV, na peça teatral Le Diable Rouge, de Antoine Rault:
Colbert: Para arranjar dinheiro, há um momento em que enganar o contribuinte já não é possível. Eu gostaria, senhor superintendente, que me explicasse como é possível continuar a gastar quando já se está endividado até o pescoço.
Mazarino: Um simples mortal, claro, quando está coberto de dívidas, vai parar na prisão. Mas o Estado é diferente! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se. Todos os Estados o fazem!
Colbert: Ah, sim? Mas como faremos isso, se já criamos todos os impostos imagináveis?
Mazarino: Criando outros.
Colbert: Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.
Mazarino: Sim, é impossível.
Colbert: E sobre os ricos?
Mazarino: Os ricos também não. Eles parariam de gastar. E um rico que gasta faz viver centenas de pobres.
Colbert: Então como faremos?
Mazarino: Colbert, tu pensas como um queijo, um penico de doente! Há uma quantidade enorme de pessoas entre os ricos e os pobres: as que trabalham sonhando enriquecer e temendo empobrecer. É sobre essas que devemos lançar mais impostos. Cada vez mais, sempre mais! Quanto mais lhes tirarmos, mais elas trabalharão para compensar o que lhes tiramos. Formam um reservatório inesgotável. É a classe média!
(Dos contos do consultor político Gaudêncio Torquato)

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