Contando com mais de 200 pessoas, a maioria mateense, um grupo de pacientes busca a criação da Associação de Fibromiálgicos e Doenças Correlacionas do Norte do Espírito Santo, a Afidnes. De acordo com a professora e também paciente Solange Polito Areia Lodi, o grupo tem como objeto dar apoio aos fibromiálgicos e portadores de doenças autoimunes além de busca informações e dar orientações sobre os direitos e o respeito da sociedade.

O grupo de pacientes com fibromialgia faz reuniões mensais para debater e trocar experiências sobre a doença. Foto: Divulgação

Também é objetivo do grupo direcionar as pessoas com diagnóstico recente a seguirem um caminho mais assertivo na procura por profissionais legalizados para o ofício e indicar como adquirir as medicações prescritas pelos especialistas. O grupo pretende ainda criar um canal de bate papo, troca de experiências e ajuda com conselhos para que os pacientes não caiam “no precipício da depressão e do suicídio”.

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As reuniões acontecem uma vez por mês com a participação de especialistas –médicos, fisioterapeutas, psicólogos, enfermeiros, psicanalistas, educadores físicos, advogados ou/e representantes dos órgãos públicos, entre outros– para troca de informações sobre o que existe de mais atual no tratamento e na melhoria da qualidade de vida do paciente.

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Uma das lutas da Associação e a criação de um centro especializado em fibromialgia em São Mateus.

“Dores crônicas no corpo inteiro”

Diagnosticada há 15 anos, a professora Solange frisa que, dentre as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com a doença é a sensibilidade intensa ao toque ou à pressão da musculatura que aparece através de respostas desproporcionais e doloridas a estímulos.

“Dores crônicas no corpo inteiro, além de distúrbios do sono e cansaço ao acordar –mesmo após dormir uma noite toda–, falhas de memória e dificuldade de atenção, desconfortos intestinais, depressão, dores de cabeça e ansiedade, são outros sintomas que indicam a fibromialgia” – detalha.

Assinalada pela anormalidade nos neurotransmissores, que apresentam problemas de decodificação durante as atividades celulares, a fibromialgia está relacionada ao sistema nervoso central.

Solange acrescenta que a doença, que gera dores terríveis, acomete mais as mulheres, sendo que a única comprovação é o diagnóstico médico.

“Hoje, ainda não se conhece a causa e nem se descobriu a cura dela [da doença]”, sustenta, acrescentando que a fibromialgia acomete mais pessoas de 30 a 60 anos, mas que já foram diagnosticados casos em outras faixas etárias menores.

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“Um simples abraço pode causar dor”

De acordo com Solange, um simples abraço pode causar dor em uma pessoa com fibromialgia, “em vez de sensação de aconchego”. Ela acrescenta que a doença também pode gerar cansaço permanente.

“É comum que aqueles que convivem com os pacientes os interpretem mal ou desacreditem das suas manifestações de incômodo e desconforto. Não raro, são considerados preguiçosos por causa do estado de exaustão que apresentam quando, na verdade, ficam impedidos de realizar tarefas rotineiras devido ao esgotamento provocado pela fibromialgia” – lamenta.

Ela explica que, muitas vezes, as pessoas só acreditam nas doenças já amplamente conhecidas e com sintomas aparentes. “Mas a fibromialgia é uma doença que incomoda muito e seus portadores sofrem imensamente com as dores advindas desta patologia. Por isso, pedimos também que a população entenda que esses pacientes merecem um olhar e um tratamento especial porque, mesmo não apresentando marcas físicas, eles têm marcas emocionais e as dores causadas pela fibromialgia existem, ainda que não apareçam” – reforça.

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Em reconhecimento aos transtornos provocados pela fibromialgia, Solange disse que foi instituída uma lei municipal que determina o atendimento preferencial em órgãos e empresas públicas, concessionárias de serviços públicos e empresas privadas, além das empresas comerciais que recebem pagamentos de contas localizadas em São Mateus àqueles que possuem a doença. “O projeto foi levado para vários municípios do norte e, na maioria, também virou Lei”, acrescenta.

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