Um trabalho de conclusão de curso do Centro Universitário Vale do Cricaré (Univc) foi destaque no 13º Congresso Internacional de Fisioterapia, realizado em Florianópolis na semana passada. O trabalho apresentado pelo coordenador de curso e pró-reitor de Relações Institucionais, José Roberto Gonçalves de Abreu, foi desenvolvido pelos agora fisioterapeutas Hamanda Rodrigues Souza, Mariana Soares Leal Providello e Rafael Kock Faustini, em pesquisa sobre o perfil epidemiológico de mulheres com fibromialgia no norte do Estado, especificadamente de São Mateus e Conceição da Barra.

José Roberto ressalta que o congresso é realizado anualmente, uma vez em cada capital brasileira, sendo considerado o maior da América Latina na área de Fisioterapia e que reúne profissionais de referência na área. A pesquisa sobre fibromialgia foi aprovada para ser apresentada oralmente. Outros projetos também foram apresentados pelo professor, como um relacionado ao processo de envelhecimento e os fatores de queda em idosos.

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De acordo com José Roberto, o trabalho despertou empolgação nos presentes, salientando que não existem muitas pesquisas sobre fibromialgia do ponto de vista epidemiológico, “que significa a identificação do perfil de pacientes de determinados locais”. Conforme ressalta, a pesquisa permite direcionar políticas públicas relacionadas aos pacientes.

O professor detalha que o Curso de Fisioterapia do Univc fez a aproximação de um grupo de pacientes de São Mateus e Conceição da Barra que está na construção de uma associação para representar os portadores da doença. “Essas pessoas se comunicam, trocam informações sobre medicação, profissionais, é um serviço de autoajuda e nós ajudamos enquanto instituição, tanto com serviço de fisioterapia, como oficina, enquanto assistência e pesquisa” – destaca.

PROJETO DE EXTENSÃO

José Roberto afirma que foi criado um projeto de Extensão no Univc denominado Alívio, no qual é ofertado apoio assistencial aos pacientes.

O que é a fibromialgia?

A fibromialgia é considerada uma das condições reumatológicas mais frequentes em todo o Mundo, conforme explica o professor José Roberto. Ele relata que é uma doença que acomete atualmente algo em torno de 2,5% da população brasileira.

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Segundo ele, um dos problemas verificado é que a doença é identificada somente com diagnóstico clínico “porque não é detectado por exames”. Sendo assim, frisa que essa condição gera dificuldades para as pacientes pesquisadas, por exemplo, no local de trabalho, “já que por muitas vezes são alvos de dúvidas se estão sentindo realmente as dores”. Ele ressalta que essa questão resulta, inclusive, em problemas psicológicos nas pacientes.

“A fibromialgia causa dor musculoesquelética difusa dentre outros sintomas, como fraqueza, fadiga, rigidez matinal, distúrbios do sono, alterações de humor, ansiedade e depressão” – detalha.

Resultados da pesquisa

Para a realização da pesquisa do perfil epidemiológico de mulheres com fibromialgia no norte do Estado, especificadamente em São Mateus e Conceição da Barra, foram entrevistadas 98 pacientes, sendo filtrados 68 questionários completos para chegar ao resultado.

A pesquisa apontou que 43% das pacientes entrevistadas têm ensino superior completo, 10% o ensino superior incompleto, 29% o ensino médio completo, 4% o ensino médio incompleto, 6% o ensino fundamental completo e 7% o ensino fundamental incompleto.

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Em relação à renda familiar, 27,9% é de até um salário mínimo, 26,5% de 1 a 2 salários mínimos, 25% de 2 a 3 salários mínimos, 10,3% de 3 a 4 salários mínimos e 10,3% acima de cinco salários mínimos.

A pesquisa mostra também que em 69% dos casos o profissional responsável pelo diagnóstico da doença foi exclusivamente reumatologista. Nos demais, 1% ortopedista junto com reumatologista, 1% ortopedista junto com psiquiatra, 7% ortopedista, 3% especialista em dor crônica, 1% psiquiatra, 3% neurologista, 1% ortopedista junto com fisioterapeuta e 12% clínico geral.

ATIVIDADE FÍSICA

A pesquisa apresentada no Congresso Internacional detalha que 53% dos pacientes entrevistados manifestaram que não praticam atividade física regularmente. Os demais responderam que realiza uma vez por semana (4%), duas ou três vezes (37%) e quatro a seis vezes (6%).

A conclusão é de que a idade média das mulheres pesquisadas é de 48 anos, possuem hábitos de vida sedentário, sendo a maioria casada. Outro ponto levantado é que 80,9% relataram dor intensa, com impacto na rotina de trabalho e problemas psicológicos.

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