Seguindo orientação do Ministério Público do Espírito Santo, a secretária municipal de Educação Edna Rossim relata que foi solicitada uma nova vistoria da Defesa Civil Municipal, junto com a Defesa Civil Estadual, na Escola Municipal Assentamento Zumbi dos Palmares. A vistoria acontece na tarde desta sexta-feira (3).

Uma vistoria acontece nesta sexta na Escola Zumbi dos Palmares. Foto: Divulgação

Caso os órgãos acatem a reivindicação da Secretaria de Educação, para a liberação parcial do prédio escolar, interditado desde agosto, a secretária garante que as aulas presenciais poderão ser retomadas na segunda-feira (6).

Educadores e representantes dos estudantes e de familiares de alunos da Escola Zumbi dos Palmares participaram de um ato na tarde desta quinta-feira (2), no Centro de Vivência Amélia Boroto, em defesa da reabertura da escola, sugerindo o isolamento apenas da ala do prédio que apresenta problemas estruturais.

A secretária de Educação Edna Rossim se reuniu com educadores, estudantes e familiares de alunos da Escola Zumbi dos Palmares. Foto: Divulgação

Após o ato, as pessoas seguiram para a sede da Secretaria de Educação onde ocorria uma reunião online da secretária com integrantes do Ministério Público. Segundo a secretária, alguns dos participantes do ato formaram uma comissão junto com a direção da escola e acompanhou o fim da conversa. Posteriormente, Edna Rossim conversou com o grupo.

Ela disse que a interdição feita pela Defesa Civil Municipal ocorreu em agosto, antes de ela assumir o cargo. “Eu cheguei com esse encaminhamento, solicitei a desinterdição”, frisa a secretária. Explicou ainda que visitou a escola e entendeu que não há a necessidade de interdição de todo o prédio, conforme pede a comunidade escolar.

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MPES pede TAC para reforma

Edna frisa que além de uma nova vistoria da Defesa Civil Municipal, junto com a Defesa Civil Estadual, em caso de liberação dos órgãos, o Ministério Público pediu que a Prefeitura assine um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) se comprometendo a realizar melhorias na estrutura do prédio.

“Se comprovado os nossos anseios, ocuparemos outra ala do prédio e retornaremos com as aulas”, destaca. O ano letivo termina no dia 15 de dezembro.

ESCOLAS DO CAMPO

Educadora e integrante do Comitê de Educação do Campo, Mariana Motta destaca que existe uma série de pautas para o fortalecimento das escolas do campo. Frisa que a atividade desta quinta-feira teve como foco principal a reabertura da Escola Zumbi dos Palmares, que conta com 150 estudantes.

Mariana destaca a luta pelo fortalecimento das escolas do campo. Foto: Wellington Prado/TC Digital

Mariana detalha que o prédio foi inaugurado em 2016, mas desde a inauguração já apresentava rachaduras em uma ala. Ela detalha que a comunidade relatou o fato, mas continuou funcionando até a interdição completa do prédio em agosto deste ano.

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Ela detalha ainda que após a interdição, a pedido do Ministério Público, uma equipe do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) esteve no local e não condenou o prédio, mas apontou a necessidade de reparos estruturais para que a escola pudesse voltar a funcionar.

A professora destaca que o entendimento da comunidade era que isolasse a área com problemas para ser feita a reformas, mas que as aulas possam continuar acontecendo em outra área.

“Às vezes, a escola é o único lugar que tem representação do poder público naquele espaço. Cada escola tem seu valor” – afirma Mariana, reforçando a pauta permanente de luta contra o fechamento de escolas do campo e reformas nos demais prédios.

Temor por debandada

Também presente no ato, a vereadora Luciete Cerqueira, a Ciety, manifestou preocupação com debandada de alunos caso as aulas não sejam retomadas na Escola Zumbi dos Palmares. Ela entende que retornando por duas semanas até o fechamento do ano letivo de 2021, educadores, educandos e familiares podem ficar mais motivados para o ano letivo de 2022.

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A vereadora Ciety também destaca a importância das escolas do campo. Foto: Wellington Prado/TC Digital

Ciety avalia que a escolas do campo, independente da quantidade de alunos, permitem os estudantes vivenciarem a realidade onde residem. Sendo assim, é contraria a qualquer fechamento de escola do campo. O vereador Cristiano Balanga também esteve no local no momento de concentração dos participantes do ato.

HISTÓRIA DE LUTA

Integrante da coordenação do Assentamento Zumbi dos Palmares e familiar de aluno, Adenis Fornaciari destaca que a Escola Zumbi dos Palmares foi uma conquista obtida com muita luta e esforço iniciados desde a organização do assentamento em 1999.

Adenis relata que a Escola Zumbi dos Palmares é fruto de muita luta. Foto: Wellington Prado/TC Digital

Adenis detalha que a escola funcionou por aproximadamente 15 anos em um casarão, sem adequação para o ensino. E acrescenta que com o empenho da comunidade foi conseguida a construção do prédio, inaugurado em 2016.

“A importância para o filho do agricultor, de um assentado, que está trabalhando no assentamento, é ter o convívio. É importante que os alunos tenham essa ligação direta com o campo, com a comunidade. A partir do momento que coloca num ônibus para estudar na cidade, ele acaba deixando o vínculo que tem com a comunidade, passa a ter uma visão totalmente diferente” – sustenta.

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