Mateus finaliza o seu Evangelho com a promessa de Jesus: “Estarei convosco todos os dias até o final dos tempos”, conforme o nome, anunciado pelos profetas: “Ele será chamado de Emanuel (Deus conosco)”. Esta presença de Jesus não é estática, mas, dinâmica, pois Ele, já na obra da Criação e da Revelação, colaborou com o Espírito Santo, no empreendimento criativo e salvífico do Pai: “Criou o céu e a terra e o homem com duas mãos –diz Santo Agostinho– as mãos do Verbo Eterno e as mãos do Espírito Santo. Assim, aconteceu na obra da Revelação. Também, na edificação do Reinado do Pai sobre a Terra, pediu a colaboração da Igreja, sua esposa, e do Espírito Santo”.

O Verbo Encarnado, ao vir a este mundo, nunca abandonou a intimidade com o Pai; assim, ao voltar para o Pai, não se afastou de nós” (Santo Ambrósio). E, para dar continuidade a esta sua presença, deu à sua Igreja o dom do Espírito Santo, que a tornou seu prolongamento no tempo e no espaço: “Ao subir ao céu, entregou à Igreja os seus   dons e carismas: a uns de apóstolos, a outros de profetas, a outros de evangelistas e a outros de pastores e mestres” – escreve Paulo aos Coríntios.

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“O Dia Mundial de Orações pelas Vocações” –neste quarto domingo da Páscoa– visa conscientizar os cristãos de sua vocação e missão, exortando-os a se tornarem discípulos-missionários, unindo oração e ação, contemplação e construção de um mundo novo, de justiça e paz. Tema deste ano: “Pedi, pois, ao dono da Messe”. Em sua mensagem, Papa Francisco recorda que a palavra “vocação” não está restrita ao clero ou aos consagrados, mas, abrange todos os filhos da Igreja: também, os cristãos leigos são chamados a se engajarem na evangelização do mundo, pois cada um recebeu, nos sacramentos da Igreja, um dom para o serviço do Evangelho, da justiça e promoção humana, no mundo.

E servir o Evangelho é transmitir a Boa Nova, segundo o estilo de vida de Jesus, de mansidão e humildade: mais do que uma linguagem falada, o discípulo de Cristo é chamado a evangelizar com uma linguagem não-falada, isto é, pelo testemunho de sua vida. Como Cristo foi o adorador do Pai “em espírito e verdade” e servidor dos homens, –transformando o exercício do poder, de objeto de competição e dominação, em um serviço humilde e generoso ao próximo– assim, os cristãos são chamados a trilhar o mesmo caminho.

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Os países latino-americanos, desde o início da colonização, são atormentados por uma pesada injustiça: a desigualdade social, a concentração das riquezas nas mãos de poucos. Um convívio social, fiel ao ideal evangélico, é o único capaz de realizar as aspirações mais profundas do coração humano. Unindo-se com outras forças populares e democráticas, os cristãos são chamados a colaborar para a afirmação dos valores humanos e cristãos, em nossa sociedade. Pão para quem tem fome; solidariedade para quem sofre exclusão e opressão; fome e sede de justiça, liberdade, fraternidade e paz no coração de todos.

(*Padre Ernesto Ascione é missionário comboniano.)

 

Foto do destaque: TC Digital

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