Em 2019, Edivalter Andrade celebrará trinta anos da ordenação presbiteral. Nessas três décadas, dois anos serão de uma experiência especial como integrante do episcopado brasileiro. Bispo de Floriano, no Piauí, dom Edivalter tem a convicção de que a formação dele, na Diocese de São Mateus, é referência objetiva para o pastoreio que desenvolve no Médio Parnaíba.

Com a naturalidade de ter acompanhado de muito próximo a história da Igreja Particular de São Mateus, ele destaca como frutos virtuosos da diocese aniversariante a consolidação do dízimo dos fiéis para a sustentabilidade financeira, a formação do clero e a caminhada das comunidades eclesiais de base, “que dificilmente se encontra em outra parte do Brasil uma experiência igual”.

O BISPO

Filho de José Justino de Andrade Filho e de Iva de Paula (já falecida), Edivalter Andrade nasceu no dia 17 de abril de 1962 em Barra de São Francisco, cidade em que foi sagrado bispo, no dia 10 de junho de 2017, para quatorze dias depois ser empossado em Floriano (PI). Formado em Filosofia, Teologia e Serviço Social, dom Edivalter atuou como reitor no Seminário Maior da Diocese de São Mateus e trabalhou nas paróquias de São Mateus, Jaguaré, Vila Valério e Barra de São Francisco. Foi ainda vigário-geral, coordenador de Pastoral e ecônomo diocesano, além de diretor da Rádio Kairós e membro do Conselho Presbiteral e do Colégio de Consultores.

A ENTREVISTA

Rede TC de Comunicações – O que é singular nestes 60 anos da Diocese de São Mateus?

Dom Edivalter Andrade – Destaco a maturidade da Igreja de São Mateus, sinalizada, por exemplo, na sua sustentabilidade garantida pela participação dos fiéis no dízimo como principal fonte de recursos; o número razoável de presbíteros que vem permitindo a assistência pastoral das atuais e criação de novas paróquias. Também entendo como sinal de maturidade os dois bispos dados às Igrejas do Nordeste brasileiro.

Rede TC – Que legado do norte capixaba o senhor levou para a missão na Diocese de Floriano, no Piauí?

Dom Edivalter – Quanto ao legado, eu destaco a caminhada das Comunidades Eclesiais de Base. A experiência que fizemos na Diocese de São Mateus e no Estado do Espírito Santo é muito particular. Acho que dificilmente se encontra em outra parte do Brasil uma experiência igual. Nos últimos anos, as CEBs em São Mateus perderam algumas das características próprias, sobretudo na liturgia e no compromisso social. Mesmo assim, se comparadas às experiências de outros lugares, as comunidades de São Mateus têm muito a partilhar com outras Igrejas. Quando eu reflito com agentes de pastoral e lideranças a proposta de uma Igreja Comunidade de Comunidades, tenho sempre a referência da experiência vivida na Diocese de São Mateus e a mensagem do Papa Francisco na [exortação apostólica] Evangelii Gaudium.

Rede TC – Depois de muita dedicação, a Diocese de São Mateus apresenta um clero próprio mais volumoso, resultado inclusive de vosso trabalho como reitor do Seminário Maior. Um dos primeiros padres ordenados na Diocese de São Mateus, há 29 anos, como o senhor avalia o papel do sacerdote neste momento?

Dom Edivalter – Em qualquer tempo o papel do sacerdote será sempre um ministro de Deus junto ao povo. Homem de oração, do culto, servidor do Evangelho e promotor de vida digna para todos. No momento atual cabe-nos também ajudar o povo no discernimento entre o que realmente é de Deus e o que não é segundo a vontade Dele. As pessoas estão sendo muito enganadas por pregadores que se apresentam em nome de Deus, mas não são de fato. Precisamos ajudar o povo a conhecer a verdade e evitar a manipulação por fake news.

Rede TC – Como o senhor foi recebido em Floriano com a experiência pastoral que levou da Diocese de São Mateus?

Dom Edivalter – A recepção em Floriano foi e continua sendo maravilhosa. Sempre me dizem por aqui que rezaram muito pedindo a Deus um bispo que fosse um bom pastor, e que estão contentes porque suas preces foram ouvidas. Eu também estou muito feliz com o acolhimento do povo, dos padres e das irmãs. Peço a Deus a graça de sempre corresponder à minha vocação de ser um bispo com a ternura de Cristo.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here