JULIANNE CERASOLI

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Não existe uma data obrigatória, mas a maioria das equipes da Fórmula 1 está começando nesta segunda-feira sua parada obrigatória de duas semanas no mês de agosto. E engana-se quem pensa que é fácil burlar as regras e continuar trabalhando.

Há um artigo no regulamento esportivo (artigo 24, com quatro subitens) especificando o que pode ou não ser feito durante 14 dias consecutivos em agosto, e também (a partir deste ano) por nove dias após 24 de dezembro.

Durante estes períodos, as equipes não podem fazer nenhum tipo de trabalho associado à performance, nem podem instruir fornecedores a fazer o mesmo. Eles não podem usar as ferramentas de simulação por computador, túnel de vento, não podem produzir novas peças, nem ferramentas.

As atividades de fábrica já são bastante policiadas pela Federação Internacional de Automobilismo para frear os gastos, algo que começou a ser desenvolvido justamente em 2009, então não é difícil controlar essa pausa. Até mesmo os emails dos engenheiros e projetistas, dentre outros profissionais da área técnica, são bloqueados.

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Em tempos de teto orçamentário, todas as atividades voltadas à performance das equipes são muito policiadas pela FIA, então mesmo atividades terceirizadas acabam entrando no período de férias, o que não necessariamente acontecia num passado próximo.

O único tipo de trabalho permitido nos carros é de reparo de danos por acidentes, então a oficina da Ferrari pode ter algum movimento no reparo dos danos que levaram ao abandono de Carlos Sainz na Bélgica.

Não que a fábrica fique totalmente vazia. Há quem aproveite esta época do ano para fazer a manutenção dos simuladores e do túnel de vento, por exemplo, o que é permitido pelas regras.

E há outros setores que não estão relacionados à performance do carro, como o financeiro e o marketing, e que podem continuar em operação. Ainda assim, é de praxe que, especialmente o grupo que vai às corridas e chega em agosto mais desgastado, tire férias neste período.

Entre os pilotos, tem quem queira ficar com a família, como Lewis Hamilton, quem diga que vai atrás de praia, como George Russell, das montanhas, como Valtteri Bottas, ou mesmo quem já avisou que vai continuar trabalhando.

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É o caso de Daniel Ricciardo, que voltou ao grid no GP da Hungria e está tentando tirar o atraso em relação aos demais, especialmente depois de não se entender com os pneus no GP da Bélgica. “Não quero tirar férias, quero continuar meu treinamento porque preciso tirar o prejuízo. Os outros provavelmente vão viajar. Eu vou tirar uns dias de folga, mas não muitos. Vou focar na parte física e em estudar essas duas corridas para tentar entender melhor principalmente o que aconteceu em Spa”.

A pausa de agosto começou a ser adotada como um acordo de cavalheiros para ajudar no controle de gastos quando a F1 foi fortemente atingida pela crise mundial de 2008, com a saída de montadoras. Na época, o calendário estava em expansão, e as temporadas estavam ficando mais longas. Hoje, com 24 corridas programadas (em 2023, duas foram canceladas, mas o número segue o mesmo para o ano que vem), e toda a preparação nos primeiros meses para deixar os carros prontos para o início do campeonato, a pausa de agosto se tornou uma necessidade para permitir que todos tirem férias. Tanto, que a F1 estuda outro período de fechamento das fábricas para outubro no ano que vem.

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Melhorar as condições de trabalho dos profissionais das equipes se tornou uma preocupação principalmente agora que a F1 já não pode pagar salários tão altos devido ao teto de gastos, e há um êxodo para outras categorias.

Foto do destaque: LAT Images/Divulgação

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