A Rede TC de Comunicações publica hoje a quarta e última rodada de entrevistas com os candidatos a governador do Espírito Santo. Já foram debatidos os temas política econômica, saúde, educação pública. Neste sábado, o tema é infraestrutura.
Aos sete candidatos ao Governo do Estado, foram enviadas duas perguntas. A primeira é sobre a duplicação da BR-101, uma luta que se arrasta por décadas. A segunda questão é sobre soluções que os candidatos apresentam para a construção de uma barragem em São Mateus que garantiria reservação de água para o abastecimento na cidade.
Conforme as orientações apresentadas para as assessorias de campanha, a resposta para cada pergunta foi limitada em até 720 caracteres, com tolerância para conclusão da frase.
Os candidatos Renato Casagrande (PSB), Carlos Manato (PL), Audifax Barcelos (Rede), Guerino Zanon (PSD) e Cláudio Paiva (PRTB), responderam. Já os candidatos Vinícius Sousa (PSTU) e Aridelmo Teixeira (Novo) não responderam.
Vinícius Sousa entrou em contato com a Reportagem na tarde desta sexta-feira (23) se desculpando e afirmando que, devido às agendas de campanha, preferiu se dedicar na preparação para uma sabatina ocorrida nesta semana.

Rede TC – A duplicação da BR-101 é uma luta estadual que se arrasta por décadas. Com a concessão da rodovia ao setor privado, houve um lampejo de esperança de que as obras finalmente seriam realizadas, mas que foi frustrado com a inapetência da concessionária. Como resolver esse impasse e tirar a tão sonhada duplicação da BR-101 do papel, especialmente no trecho norte que não recebeu nenhum km de duplicação?

Casagrande – As rodovias são de responsabilidade do Governo Federal e ter essas vias duplicadas será um ativo importante para o ES. Estamos em contato com a Bancada Federal, com o Governo Federal e a ANTT para encontrarmos soluções para a concessão da BR-101. Já temos articulação inclusive para a garantia da continuidade do investimento de manutenção por parte da empresa até que esse impasse seja resolvido. É muito importante que essas obras aconteçam, pois o potencial logístico do Espírito Santo é enorme.

Manato – Todos sabem da necessidade de duplicação dessa artéria logística federal que corta o Espírito Santo. Por razões financeiras e orçamentárias, a União, em iniciativa louvável, incluiu a via em amplo processo de concessão. Mas pouco se fez, chegando ao cúmulo de, recentemente, a empresa concessionária da BR-101 pleitear a rescisão unilateral do contrato, com graves prejuízos à população capixaba. A BR-101 é fundamental para a logística e desenvolvimento do nosso Estado. Precisamos atuar de forma conjunta para, ao lado do setor público, da bancada federal e das forças vivas de nossa economia e sociedade, mudar essa realidade. Isso só será possível com um novo Governo, só será possível com Manato…

Audifax – Acho que faltou diálogo do Governo do Estado com a concessionária que era responsável pela BR-101. Sei que é totalmente possível adequar as condições de qualquer empresa que assumir a concessão às necessidades do Estado. A empresa alegou problemas de licenciamento ambiental como motivo para deixar a concessão, justamente no trecho mais ao Norte. O Estado precisa de um Iema com servidores capazes de cumprir prazos e agilizar o licenciamento, o que não acontece hoje. Além de modernizar o órgão ambiental capixaba, quando for eleito, vou conversar diretamente com o governo federal para resolver qualquer impasse e acelerar o processo para que uma nova empresa assuma a BR-101. O problema é que o governador não conversa com o presidente e quem sai perdendo é o capixaba.

Guerino – Esse é um projeto que precisamos ter uma boa articulação em Brasília. Hoje temos um governador de esquerda que não dialoga com o governo federal, e quem fica no prejuízo são os capixabas. Então, como governador vou liderar esse projeto junto com a nossa bancada para discutir a situação não só da BR-101, mas das BRs que passam pelo Espírito Santo. Vamos mapear o andamento das grandes obras regionais que impactam na logística do Estado e buscar investimentos e soluções imediatas através da articulação permanente com Brasília e com a iniciativa privada. Tenho certeza que com um bom trabalho de equipe e boa gestão, conseguiremos resolver essa situação que tanto atrapalha o desenvolvimento do Estado.

Cláudio Paiva – Esse engodo que tem a BR-101 aí, para mim isso é um engodo, é caso de Polícia Federal. Porque eles assinam um contrato, exploram a rodovia durante anos ininterruptos, não faz nem um investimento, enchem os bolsos de dinheiro e, agora, na hora de entregar a obra quer devolver a concessão. Eu sou contra a devolução. Tem que cobrar as multas que estão no contrato, são multas altíssimas para que eles possam entender que o Brasil está diferente, não é aquela bagunça que era no passado. O Brasil com Bolsonaro é um Brasil diferente. Eu sou a favor do rigor da lei, sou a favor que isso caia nas mãos do Ministério Público Federal, porque isso é um contrato federal, as concessões são concessão da BR, não são das nossas vias vicinais…

Rede TC – São Mateus convive com o problema sazonal de salinização do Rio Cricaré. O senhor pretende construir barragem de reservação de água para o abastecimento na cidade?

Casagrande – A salinização é um problema antigo da região e muito relacionado com a vazão mais baixa do rio, um fenômeno conhecido como cunha salina. O que a gente se propõe é estudar e analisar as soluções mais viáveis. A construção de novas barragens é uma alternativa, mas há soluções diferentes, como a exploração de poços e alternativas de captação de água. Além disso, é preciso um esforço de médio e longo prazo para revitalizar a Bacia do São Mateus, lembrando que parte dela, principalmente as nascentes, estão em Minas Gerais. Devemos, portanto, fortalecer uma articulação que intensifique a proteção e a revitalização da bacia. Isso reflete diretamente na vazão do São Mateus e, consequentemente, na redução do problema de salinização.

Manato – Vamos fazer um grande projeto de infraestrutura e saneamento básico, com sistema de drenagem e barragem, atendendo também a Guriri. É importante o cidadão de São Mateus observar que há anos a cidade sofre com a salinização e o governo atual pouco fez para resolver tal problema. Um problema que assola as famílias de todo o município. Por isso, peço a oportunidade do voto em Manato […] para transformarmos a realidade da população de São Mateus e de todo o Espírito Santo.

Audifax – Sim, pretendo construir reservatórios capazes de suprir a necessidade de São Mateus. Não é admissível que em pleno 2022 uma cidade tão importante quanto São Mateus passe por um problema há tanto tempo sem uma resposta eficaz do poder público estadual. E a falta d`água não é um problema só de São Mateus. Muitos municípios do Estado sofrem com isso quando a solução é simples e relativamente barata. A construção de pequenas barragens, para atender a cada localidade, é uma forma inteligente de atender muita gente no Estado que sofre com a falta d`água. Claro que precisamos de um olhar ágil e técnico do ponto de vista ambiental para não criar problemas para essas regiões.

Guerino – Esse é um problema que atinge a população de São Mateus e realmente merece um olhar atento do Estado. E acredito que as barragens podem ajudar muito. Como prefeito de Linhares, nós construímos 23 barragens no interior do município com a capacidade total de armazenamento de mais de 600 milhões de litros d’água. Essas barragens são voltadas para a agricultura e irrigação e tem apresentado resultados muito significativos para as comunidades. Então, no governo também vamos levar essa prática para diversas regiões do Estado, inclusive São Mateus. Vamos fazer um estudo técnico para construir cada barragem no local adequado a ajudar a resolver esse problema de salinização da água que tanto aflige os moradores de São Mateus…

Cláudio Paiva – Vou ter que fazer um estudo de viabilidade junto com a equipe que vai cuidar dessa área para que a gente possa achar uma saída plausível para essa situação. Eu dei uma olhada rapidamente, lá no Rio Grande do Norte acontecia a mesma situação. A maré subia e ia de encontro ao rio, porque o rio estava muito assoreado, então tem que fazer uma pesquisa com os técnicos, isso é um problema técnico. Mas eu tenho certeza que no nosso governo nós vamos fazer de tudo para que esse problema seja solucionado, olha eu já ouço falando nesse problema há muito tempo, esse problema não vem de agora. Eu tenho certeza que, tecnicamente, com a equipe técnica, a equipe que cuida dessa área, da nossa secretaria, vai atuar veementemente com rigor para resolver essa situação.

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