CLAYTON CASTELANI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRES) – A Bolsa de Valores Brasileira avançava nesta sexta-feira (11), dando sinais de que fechará no azul pela quinta semana consecutiva. Desde dezembro de 2020, quando completou um ciclo de sete semanas em ascensão, o mercado acionário do país não tinha um período tão longo de altas.

Às 11h59, o Ibovespa subia 0,81%, a 114.292 pontos. Caso fique no positivo até o fim da sessão, o índice de referência da Bolsa também completará o quarto dia seguido de ganhos. Já o dólar caía 0,74%, a R$ 5,2020. A queda da moeda americana indica um movimento de correção em relação à alta da véspera.

É do exterior que vem a explicação para esse período positivo da Bolsa neste início de ano. Investidores estrangeiros estão vendendo ações que tiveram grande valorização, sobretudo no mercado dos Estados Unidos, e que agora estão sofrendo forte correção devido à expectativa de que o Fed (Federal Reserve) e outros bancos centrais elevem suas taxas de juros para combater uma onda inflacionária global.

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Foto: freepik.com

“Com a perspectiva de que o Fed tome medidas mais rígidas visando conter a inflação americana, os investidores globais buscaram ativos mais descontados, impulsionando a entrada de capital estrangeiro para a Bolsa brasileira. Assim, a Bolsa se manteve no positivo, com destaques para as ações da Vale, Petrobras, Bradesco e Itaú”, resumiu a Genial Investimentos em seu relatório diário.

Bolsa e real sofreram forte desvalorização no ano passado devido à tensão gerada pela antecipação da disputa eleitoral. O Ibovespa recuou quase 12% em 2021.
As expectativas para a Bolsa brasileira em 2022 também eram de queda devido à pressão que a disputa eleitoral costuma exercer sobre os gastos públicos, comprometendo a avaliação de investidores sobre a capacidade que o governo terá de executar o Orçamento.
Ainda não há consenso entre analistas de mercado sobre até quando o cenário positivo para o Brasil irá durar. A manutenção da valorização das principais commodities locais é apontada como o fiel dessa balança.

Nesta manhã de sexta, o petróleo Brent subia 1,03%, a US$ 92,35 (R$ 481,09). A commodity segue em alta em meio à expectativa de que a crise envolvendo potências ocidentais e a Rússia afete a oferta. Os russos estão entre os principais produtores globais de petróleo e gás natural.

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Nos Estados Unidos, o mercado de ações abria misto, dando sinais de correção após as fortes baixas registradas na véspera.
Os índices Dow Jones e S&P 500 subiam 0,24% e 0,15%, nessa ordem. O indicador da bolsa de tecnologia Nasdaq recuava 0,30%.

Nesta quinta-feira (10), os mercados acionários foram impactados pela informação de que os preços ao consumidor nos Estados Unidos subiram de forma sólida em janeiro, com o maior aumento anual da inflação em 40 anos.

O índice subiu 0,6% no mês passado, após alta de 0,6% em dezembro, informou o Departamento do Trabalho. Nos 12 meses até janeiro, o índice saltou 7,5%, maior avanço anual desde fevereiro de 1982, e após avanço de 7% em dezembro.

O salto marca o quarto mês seguido de altas superiores a 6% na base anual. Economistas consultados pela agência Reuters previam alta de 0,5% para o índice no mês e avanço de 7,3% na base anual.

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