O fim de semana será de Sol e calor em São Mateus com temperaturas de até 36°C. A previsão é do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).

Nesta sexta-feira (10), o Sol aparece entre poucas nuvens em São Mateus e não há previsão de chuvas. As temperaturas devem variar entre mínima de 22ºC e máxima de 36ºC.

No Estado também não há previsão de chuva, com predomínio de Sol em todas as regiões. As temperaturas aumentam em todo o Espírito Santo e o vento sopra com moderada intensidade entre o litoral sul e a Grande Vitória.

No sábado (11), o clima permanece ensolarado e com poucas nuvens. As temperaturas variam 22ºC e 35ºC. Também não chove.

De acordo com o Incaper, o tempo segue estável em todo o Espírito Santo no domingo (12) e na segunda-feira (13), com predomínio de Sol e sem previsão de chuva. As temperaturas aumentam em todas as regiões e o vento sopra com moderada intensidade pelo litoral.

Assim como vem ocorrendo nos últimos dias, São Mateus deve permanecer com céu aberto e ensolarado até a próxima semana.
Foto: Paulinha Soares/TC Digital

Meteorologista do Incaper orienta cuidados com a saúde durante o calorão

Para enfrentar os dias de calor intenso, o meteorologista do Incaper Ivaniel Fôro Maia orienta alguns cuidados com a saúde, principalmente para as pessoas mais sensíveis a temperaturas elevadas.

Segundo o meteorologista, dias de céu claro, como os observados atualmente no Espírito Santo, permitem a entrada de radiação solar intensa “que trazem grande quantidade de radiação ultra Violeta (R-UV), que em quantidade extremas provoca danos à saúde da pele”.

“Além do fator de aumento da radiação ultravioleta, o calor provoca estresse térmico, desidratação e problemas de saúde humana”, afirma Ivaniel Fôro.

O meteorologista esclarece que o calor é comum nesta época do ano, “pois entramos no período de transição entre o mais frio –Inverno– e o mais quente –Verão”. Ele afirma que nesta época do ano, devido a atuação de um sistema de alta pressão atmosférica sobre a poção central e o Sudeste do Brasil, inibe a formação de nuvens e, consequentemente, deixa o tempo mais quem e seco.

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“Com o tempo mais aberto, com poucas ou sem nenhuma nuvem, favorece a entrada de mais radiação solar sobre o Estado. E com a permanência deste sistema de alta pressão por vários dias, provoca aumento gradativo nas temperaturas em todo o Espírito Santo” – explica.

 

AGRICULTURA

Ivaniel Fôro aponta anda que a onda de calor causa impactos negativos para a produção agrícola. “Pois eleva as taxas de evapotranspiração das plantas, exigindo cada vez mais água no processo de irrigação. Em relação ao meio ambiente, existe um fator preponderante que é o aumento da possibilidade e do risco de incêndios em áreas vegetadas devido a permanência de dias secos e quentes consecutivos. A vegetação rasteira começa a secar, aumentando o potencial para queima e propagação de incêndios florestais ou em áreas de reservas naturais” – complementa.

 

Outubro mais quente

O Instituto Nacional de Meteorologia conclui que o Brasil teve o outubro mais quente registrado na média do País ao menos desde 1961. A temperatura média nacional no mês passado foi de 26,4ºC, ou 1,2ºC acima da média nacional do período 1991-2020. O desvio somente não foi maior porque muitas áreas do Sul tiveram temperatura perto ou abaixo da média, o que foi resultado de chuva excessiva a extrema com marcas acima de 500 mm, e que causaram enchentes e mortes.

O pior: “outubro de 2023 foi o quarto mês seguido em que o Brasil teve recorde mensal de temperatura média. Julho teve uma temperatura média no país de 23,0ºC, logo 1,1ºC acima da média nacional pela série climatológica 1991-2020. Agosto acabou com uma média nacional de 24,3ºC ou 1,4ºC superior à climatologia de 22,9ºC. Setembro foi o mês em que a temperatura mais ficou acima da média no país com o Brasil terminando o mês com 25,8ºC de média contra uma climatologia de 24,2ºC, um desvio de 1,6ºC” – justifica o MetSul.

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“O Brasil é um país de dimensões continentais, com sua área cobrindo grande parte da América do Sul. Assim, um mês de temperatura recorde no País já seria um fato notável, mas quatro meses seguidos de temperatura alta recorde é um dado espantoso e que deveria ser motivo de preocupação” – acrescenta o Instituto.

“Quatro meses consecutivos de temperatura recorde no Brasil não podem ser explicados apenas por variabilidade natural do clima ou a influência do fenômeno El Niño. O que está se testemunhando no nosso país se insere em um contexto muito maior em que os mesmos quatro meses também foram de temperatura recorde no planeta” – afirma.

“O Brasil, assim, está apenas acompanhando uma tendência de aquecimento acelerado da Terra nos últimos meses que não apenas está alarmando a comunidade científica como desencadeou uma enorme discussão entre os maiores especialistas em clima do planeta que buscam respostas para a Terra ter entrado em um ritmo de aquecimento muito mais rápido que o projetado nos últimos meses, o que passa pelo efeito estufa dos gases antropogênicos, mas poderia ter outros fatores contribuindo” – complementa.

 

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CONSECUTIVOS DE TEMPERATURA RECORDE E ONDAS DE CALOR HISTÓRICAS

O Brasil enfrenta uma sequência de meses de temperatura muito acima da média recordes e está na iminência de uma poderosa e histórica onda de calor com potencial de derrubar recordes de temperatura máxima em vários estados, fazendo de novembro outro mês excepcionalmente quente no território brasileiro. É o que aponta a MetSul Meteorologia.

Imagem: MetSul

“O que está ocorrendo no clima do Brasil não é normal e se insere em um contexto global de aquecimento acelerado do planeta, que ao mesmo tempo causa alarme entre os maiores experts do mundo em clima” – indica.

O mapa do clima, com base em reanálise, mostra as anomalias de temperatura no Brasil no mês de outubro recém terminado. As temperaturas ficaram muitíssimo acima dos padrões históricos em uma enorme área do território brasileiro, compreendo milhares de municípios do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e o Sudeste.

“O aquecimento foi muitíssimo acima do normal principalmente entre o Pantanal e o Cerrado. O aquecimento muitíssimo atípico chamou atenção de especialistas em clima no exterior que destacaram a excepcionalidade do que se enxerga no território brasileiro. O que se vê no mapa deveria preocupar a todos os brasileiros. Não é normal que um mês registre temperatura tão acima do média numa área tão imensa do Brasil e muito menos normal que o mês termine com temperaturas 2ºC a 6ºC acima da média histórica em quase metade do País” – aponta o Instituto.

Os impactos de temperaturas tão fora da curva histórica por longos períodos têm efeitos nocivos para a saúde humana, flora e fauna, e ainda para a economia, sobretudo a agricultura.

 

Foto do destaque: Paulinha Soares/TC Digital

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