Por
Wellington Prado
Repórter
A Prefeitura de São Mateus, por intermédio das secretarias de Educação e de Defesa Social, criou um novo plano de trabalho de segurança em casos de urgência e emergência. A medida foi tomada em reunião nesta quarta-feira (5), mesmo com o Município apurando que eram falsas as ameaças de ataques a escolas, cujo boatos circularam em rede social. Neste mesmo dia, um homem invadiu uma creche em Blumenal (SC) e matou quatro crianças e feriu outras cinco.
A reunião na tarde desta quarta-feira ocorreu na Secretaria Municipal de Educação, com a participação da secretária Marília Silveira, do secretário de Defesa Social, tenente-coronel Carlos Wagner Borges, e diretores escolares, que estiveram de forma online.
“Nós orientamos o diretor escolar para que a partir de segunda-feira, as unidades terão uma linha telefônica direta de segurança, semelhante ao botão de pânico. A unidade terá acesso direto a essa linha, para que os órgãos de segurança sejam contactados”, adianta Marília.
O tenente-coronel Carlos Wagner detalha que a partir de ligação direta, a Guarda Municipal é acionada, uma viatura já se desloca para o local e, ao mesmo tempo, de acordo com a ocorrência, são acionados outros órgãos de segurança. “Por exemplo, uma escola está pegando fogo, vai acionar a Guarda e os bombeiros. Uma tentativa de assalto, aciona a Policia Militar e a guarda municipal”, sustenta.
Marília acrescenta o exemplo de que se alguém pular o muro da escola, o diretor acionar a Guarda, que também aciona os outros órgãos de segurança.
Reforço de viaturas e guardas a paisana
Dentro das ações operacionais contra ameaças e ataques em escolas, o tenente-coronel Carlos Wagner destaca que implementará o trabalho de agentes da Guarda Municipal disfarçados no ambiente escolar, com propósito de realizar um serviço de inteligência.
“A ideia é levar mais segurança às escolas. Mais viaturas nas portas das escolas, mais guardas, fardados e sem farda”, sustenta.
Secretaria de Educação implanta projeto de intervenção socioemocional
Simultaneamente ao trabalho operacional de segurança, em parceria com a Secretaria Municipal de Defesa Social, a Secretaria Municipal de Educação implanta ainda um trabalho de prevenção. “A Secretaria já tinha assumido desde o início de março um projeto de intervenção socioemocional, esse material já chegou, já está na secretaria de educação. A distribuição nas unidades escolares começa na segunda-feira”, detalha Marília.
Com o material em mãos, já na segunda-feira, a secretária relata que inicia a formação dos professores, junto com psicólogos.
“Essa é a missão do trabalho educativo. Nós na rede, através desta intervenção socioemocional, nós vamos fazer uma experiencia com alunos do 1º ao 5º ano, a princípio, que receberão um material didático, a ser utilizado por dois psicólogos contratados para esse trabalho especifico. Eles vão trabalhar temas ligados ao respeito, à valorização da diversidade e não às práticas de violência. Serão intervenções socioemocionais intercaladas ao ensino”, explica.
Esse trabalho educativo também tem o intuito de conscientizar contra o compartilhamento de boatos falsos de ameaças de ataques. Neste sentido, a secretária Marília orienta às famílias de alunos a checarem a veracidade de boatos diretamente com a escola. A secretária frisa que em todas as unidades escolares há grupos de whatsapp por turma, onde são inseridos os contatos de pais e responsáveis dos estudantes.
A secretária pondera que em São Mateus há um respeito das comunidades e moradores com as escolas, mas a Prefeitura, por meio das secretarias, continuará em alerta, para levar segurança a estudantes e profissionais.
O que fazer contra a onda de ataques?
Nos últimos seis meses, pelo menos seis ataques em escolas foram registrados no Brasil, sendo eles em Barreiras (BA), Sobral (CE), Aracruz (ES), São Paulo e Blumenal (SC), esse último, nesta quarta-feira. Esses casos somam 11 mortes.
Essa onda de violência gera preocupação. Mas, o que fazer para conter?
Secretária municipal de Educação, Marília Siqueira entende que o trabalho passa pelo cumprimento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). “Prevê que a educação de um cidadão tem a responsabilidade compartilhada. É do Município, é do Estado, é da Família. Então é a família acompanhar a criança, dialogar mais, dar mais atenção aos nossos adolescentes. Na escola nós estamos fazendo, prezando pela segurança”, disse.
Marília reforça que a escola não vai ensinar amor, embora saliente que a proposta educacional é o ensino humanizado, dando atenção e entendendo o que pensa o aluno.
Secretário municipal de Defesa Social, tenente-coronel Carlos Wagner entende que atos infracionais praticados por crianças e adolescentes estão relacionados diretamente “à ausência de cuidado da família com os filhos”.
O secretário também reforçou a preocupação com a internet sem limites que os pais permitem aos filhos. Citando o exemplo do ataque em Blumenal, ele frisa que foi um jogo que estimulou o autor. “Sem a supervisão dos filhos, entrega ele a qualquer tipo de conteúdo, de doutrinamento”, reforça.
O tenente-coronel reiterou que São Mateus está fazendo um trabalho forte, integrado entre prefeito Daniel Santana e secretaria de Educação e de Defesa Social. “Fazer de São Mateus um município cada vez mais seguro”, afirma.
Foto do destaque: Secom-PMSM/Divulgação