A Campanha Nacional de Vacinação e Multivacinação, após ser prorrogada por duas vezes, encerrou oficialmente nesta segunda-feira (31 de outubro) em todo o Brasil escancarando uma triste realidade: a baixa adesão da população aos imunizantes de rotina, principalmente contra uma das doenças mais perigosas, a poliomielite, causadora da paralisia infantil e que leva à morte, conforme destaca especialistas de todo o planeta.

Em São Mateus, assim como em todo o país, não foi diferente. Dados do Ministério da Saúde revelam que o Município vacinou apenas 55,72% do público-alvo contra a pólio, que são crianças de 1 a 5 anos. A meta preconizada pelo Ministério da Saúde é de 95%.

Para tentar aumentar essa cobertura vacinal, o secretário de Saúde, Henrique Follador, assegurou que São Mateus manterá os mutirões até o final do ano, mesmo sem a orientação do Ministério da Saúde. Ele frisa que, além disso, outra medida é manter a busca ativa pelos não-vacinados nas residências e também nas escolas.

O secretário afirmou que a vacina contra a poliomielite, conhecida também como Zé Gotinha, além de outros imunizantes que fazem parte do calendário de rotina de vacinação, está disponível em todas as salas de vacina do Município. E enfatiza: “Há vacinas para toda a população!”

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Ele reforça que a campanha nacional é somente para incentivar a imunização, mas que as vacinas estão disponíveis o ano todo.

 

Pólio é pior que covid, enfatiza Follador

 

Henrique Follador destaca ainda que percebe uma redução na cobertura vacinal também no Município a cada ano. “Há três anos as pessoas não procuram a vacina. E não adianta culpar a pandemia, porque antes dela já havia resistência. A pandemia veio e mudou o foco da vacinação. Mas as pessoas têm que entender que a pólio é pior que a covid-19” – alerta.

A Secretaria de Saúde de São Mateus alerta que, apesar do encerramento da campanha de vacinação, pais e responsáveis ainda podem levar os filhos para vacinar.
Foto: Secom-PMSM/Divulgação

Para Follador, falta responsabilidade das pessoas que optam por não vacinarem os seus filhos. “Há 30 anos, quando tinha menos informação, era difícil chegar àquelas pessoas dos rincões do País, conseguimos erradicar a doença. Agora, com ampla divulgação, as pessoas não procuram vacinar. É que essa geração não conheceu o terror da doença, não sofreram com as crianças morrendo ou ficando paralíticas. Por isso elas não acreditam na imunização, negam a vacina” – desabafa o secretário.

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Integrante da diretora do Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (Conasems), Follador afirma que não há caso de poliomielite confirmado no Brasil há de 30 anos. O último caso foi em 1989. Mas alerta que, caso a barreira imunológica seja quebrada, o Brasil corre o risco de ter volta essa doença.

 

Sem o Censo, público-alvo pode estar superestimado, aponta secretário

 

Outra observação do secretário Henrique Follador é em relação ao atraso na realização do Censo, que era para ter sido feito em 2020, mas foi adiado sucessivas vezes pelo Governo Federal. Para ele, sem os dados atualizados do Censo, o público-alvo pode estar superestimado.

Segundo o Ministério da Saúde, a estimativa é de que São Mateus possui uma população de 8.053 crianças com idade de até 5 anos. Porém ele afirma que essa quantidade pode ser menor.

“Mas, na dúvida, vamos continuar com as ações, mesmo que não sejam mais obrigatórias, para conseguir vacinar e salvar a vida das nossas crianças” – complementa.

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Foto: Secom-PMSM/Divulgação

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