Para o presidente do Prodnorte e prefeito de Montanha, a emancipação do Ceunes permitirá que a ciência seja aplicada e direcionada “de fato para as nossas necessidades com autonomia das ações”.
André Sampaio avalia que o Ceunes já mudou bastante a característica da região desde a sua criação. “Agora, a gente quer consolidar essa amplitude de ações fazendo com que a universidade realmente pense e viva a nossa região, que não esteja só com um pé aqui. Queremos a universidade com corpo e alma na região” – ressalta.
O prefeito entende que a emancipação do Ceunes proporcionará que o reitor e os profissionais estejam totalmente estabelecidos na região. “Que militem pela região mesmo. O volume de pertencimento e de envolvimento com a comunidade regional é muito maior” – sustenta.
Outro cenário apontado por André Sampaio, que já foi diretor do campus de Montanha do Ifes, é a possibilidade de expansão do ensino superior, por exemplo, com a instalação de outros campi na região.
“É uma briga que atinge diretamente os nossos municípios. A gente não pode ficar de fora deste pedido, desta interlocução” – frisa. André Sampaio lembra que a luta pela universidade federal em São Mateus não é de agora, é antiga, passando por diversas gestões de poderes eleitos. “É uma luta institucional da comunidade regional”, enfatiza.
COMPLETO ENGAJAMENTO
De fato, a emancipação do Ceunes é um projeto antigo das lideranças do norte capixaba. Para o Diretor Geral da Rede TC de Comunicações, jornalista Márcio Castro, é necessário o completo engajamento de todas as lideranças políticas, sindicais e administrativas da região, numa comunhão de esforços para a conquista desse feito.
No entendimento de Márcio Castro, essas lideranças não podem se perder em embates entre aqueles que apoiam o governo Bolsonaro e os que fazem oposição a ele. “O projeto do Ceunes é, antes de tudo, uma justa aspiração histórica do norte capixaba e deve estar acima de qualquer disputa partidária”, afirma o jornalista.
Márcio entende que nem mesmo as dificuldades orçamentárias que atravessam as universidades federais são justificativas para se impedir a emancipação do Ceunes. Segundo ele, “uma futura universidade em São Mateus terá autonomia para, com assento no Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras, buscar sua evolução institucional e os recursos necessários para isso. Além disso, o reitor terá mais acesso às autoridades governamentais, sem passar pelo filtro da Ufes, que, primeiro, enxerga os interesses dos campi da capital”.
O Diretor Geral da Rede TC sustenta que “é importante atrair indústrias para a região norte, mas muito mais importante é ampliar o acesso ao conhecimento e à pesquisa científica, e isso só é possível com a plenitude da universidade federal em São Mateus”. Márcio finaliza afirmando que a sociedade contemporânea é fundamentada no conhecimento e nas novas tecnologias.
Foto do destaque: TC Digital
