ITALO NOGUEIRA E JÚLIA BARBON
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O ex-prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (DEM) virou réu e foi alvo de buscas e apreensões em sua casa nesta terça-feira (8). A Justiça Eleitoral aceitou denúncia do Ministério Público estadual que o acusa de corrupção, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

A ordem, que inclui outras quatro pessoas, foi expedida pelo juiz Flavio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 204ª Zona Eleitoral, reponsável pelo caso das supostas rachadinhas no gabinete do então deputado estadual e hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos).

Paes, que foi prefeito nos mandatos de 2008 e 2012 pelo MDB, oficializou sua candidatura à prefeitura carioca pelo Democratas na última quarta (2). Em nota, sua assessoria afirmou que ele está indignado com a ação às vésperas das eleições, que estão marcadas para novembro.

“Eduardo Paes está indignado que tenha sido alvo de uma ação de busca e apreensão numa tentativa clara de interferência do processo eleitoral -da mesma forma que ocorreu em 2018 nas eleições para o governo do estado. A defesa sequer teve acesso aos termos da denúncia e assim que tiver detalhes do processo irá se pronunciar”, diz o comunicado.

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A Promotoria ainda não divulgou detalhes da denúncia, feita pelo Gaecc (Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção) do MP, mas a reportagem apurou que ela se refere a crimes cometidos nas campanhas eleitorais de 2010 e 2012 descobertos a partir da delação de executivos da Odebrecht.

Paes e o deputado federal Pedro Paulo (DEM-RJ) foram citados nos depoimentos dos executivos Leandro Azevedo e Benedicto Junior. Eles disseram que os dois políticos receberam R$ 14 milhões e US$ 5,75 milhões da empreiteira em 2010 e 2012.

No primeiro ano, o objetivo era apoiar a candidatura à Câmara de Pedro Paulo. O pedido foi feito por Paes, afirmou Azevedo. A empreiteira repassou R$ 3 milhões, segundo os registros entregues pelos delatores, no qual o ex-prefeito era identificado como “Nervosinho”.

Já em 2012, Benedicto Junior afirmou que o repasse para a reeleição de Paes foi de R$ 11,6 milhões em espécie e US$ 5,75 milhões em contas no exterior.

Os comprovantes de transferência entregues por Benedicto Júnior aos procuradores revelam três repasses de US$ 1,25 milhão para uma conta na Suíça, em junho e julho de 2012, e outros dois repasses de US$ 1 milhão para uma conta nas Bahamas, em setembro.

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Grande parte das entregas em espécie no país foram corroboradas em delação do marqueteiro Renato Pereira, que fez a campanha de Paes de 2012.

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