Os partidos políticos que fazem a base do governo Paulo Hartung (PMDB) não estão conseguindo convergir em torno de um nome de consenso para disputar a eleição de governador, que ocorrerá em outubro. Desde que Hartung anunciou, na segunda-feira da semana passada, que não disputaria a reeleição, os partidos entraram em ebulição.
Enquanto isso, o ex-governador Renato Casagrande (PSB) e a senadora Rose de Freitas (Podemos), que são pré-candidatos a governador, trabalham intensamente, procurando atrair para si o apoio dos insatisfeitos com o desarranjo nas hostes eleitorais do governo.
Ontem, o senador Ricardo Ferraço (PSDB) afirmou que não será candidato a governador e manterá sua candidatura à reeleição ao Senado. Ricardo afirma que estava organizado para a campanha ao Senado e que não gosta de improvisações, como repentinamente ter que mudar seu foco para a eleição ao governo estadual. O senador reiterou que respeita a decisão de Paulo Hartung em não se candidatar à reeleição, mas que conversará com todos os partidos buscando apoio para sua empreitada ao Senado.
Já o atual vice-governador César Colnago, que era pré-candidato a deputado federal e admitiu aceitar o desafio da candidatura para disputar o governo estadual, realizou reuniões no fim de semana com diversos partidos para buscar apoio, mas não sedimentou ainda a candidatura e ontem à tarde estaria mais propenso a manter a pré-candidatura a deputado federal. Presidente estadual do PSDB, César Colnago também teria dialogado com o ex-governador Renato Casagrande, avaliando cenários.
O atual deputado estadual Amaro Neto, que se colocava como pré-candidato ao Senado, admitiu inicialmente avaliar a possibilidade de disputar o governo, mas no sábado informou aos partidos que não toparia o desafio. Ontem à tarde, circulou a informação de que Amaro poderia rever essa decisão, ao mesmo tempo que algumas fontes indicavam que na verdade ele estaria costurando apoio à candidatura ao governo da senadora Rose de Freitas.
Nesse momento, as articulações são intensas e todos conversam com todos. O senador Magno Malta (PR), pré-candidato à reeleição, tem sido cortejado por vários partidos em busca de alianças. Já conversou com Renato Casagrande, Rose de Freitas e Ricardo Ferraço. Dá sinais de que o palanque de Rose de Freitas é o que mais lhe agrada, por lhe dar mais liberdade para propagar a candidatura a presidente de Jair Bolsonaro (PSL).
Enquanto isso o presidente estadual do PTB, o ex-vereador de Vitória Sérgio Magalhães, vai insistindo na busca de apoio para a candidatura do professor Aridelmo Teixeira ao governo. Sócio e um dos fundadores da faculdade Fucape, em Vitória, Aridelmo foi presidente do movimento empresarial Espírito Santo em Ação e um dos idealizadores do programa Escola Viva, que trouxe a inovação do ensino em tempo integral para os alunos da rede pública estadual.
Amigo do governador Paulo Hartung, Aridelmo pode acabar virando o candidato do governo, se permanecer a indisposição de Ricardo Ferraço, Amaro Neto e César Colnago em assumir essa missão. Sem nunca ter disputado uma eleição, há quem veja em Aridelmo a oportunidade de renovação política e administrativa no Espírito Santo, num tempo em que a população se mostra entediada com a situação social, econômica e política do País. Além de empresário, Aridelmo é professor e tem formação profissional em contabilidade, inclusive com doutorado.
Em São Mateus, no fim de semana circulava a informação de que o deputado federal Dr. Jorge Silva (SDD) havia sido convidado para ser candidato a vice-governador na chapa de Renato Casagrande. Jorge Silva nega que tenha sido convidado, mas afirma que está conversando com todos os partidos no âmbito estadual para só então definir seu posicionamento. Já o prefeito Daniel Açaí (PSDB) tem dados sinais de consideração à candidatura ao governo de Rose de Freitas.