PEDRO S. TEIXEIRA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A OpenAI não trabalha no desenvolvimento do GPT-5, possível versão mais potente da inteligência artificial (IA) por trás do ChatGPT (ferramenta capaz de gerar textos), disse o executivo-chefe da startup, Sam Altman, em evento realizado na quinta-feira (13) no MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos Estados Unidos.

Altman abordou o tema ao ser questionado pelo pesquisador do MIT Lex Friedman sobre a carta que pediu uma pausa no desenvolvimento de IAs geradoras (capazes de produzirem textos, imagens ou outras obras) e reuniu assinaturas de Elon Musk, do escritor Yuval Harari e do cofundador da Apple Steve Wozniak,.

O documento, foi divulgado no fim de março, pelo Future of Life, instituto aconselhado e financiado por Musk. Foi uma resposta a rumores de que o GPT-5 poderia alcançar a inteligência artificial geral, quando a tecnologia conseguiria executar qualquer tarefa intelectual possível para seres humanos.

No mesmo mês, a OpenAI havia lançado o GPT-4, nova tecnologia que, de um lado, impressionou o público pelas respostas mais precisas do que as do ChatGPT (equipado com o GPT-3.5), mas também elevou preocupações sobre novos riscos de desinformação, da cibersegurança e da deterioração do mercado de trabalho.

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Altman afirma compartilhar a preocupação com problemas citados na carta assinada por Musk, mas considera que o documento ignora nuances técnicas. “Não discute em que parte do processo precisamos pausar.”

Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

“É cada vez mais necessário adicionar segurança à medida que os modelos de IA ganham novas capacidades”, acrescenta Altman. De acordo com o executivo, a OpenAI prioriza o aperfeiçoamento do GPT-4, que passou por treinamentos de segurança por seis meses antes de ser apresentado ao público.

A OpenAI, contudo, seguirá com a estratégia de lançar produtos imperfeitos para o público, segundo Altman. O ChatGPT, por exemplo, entrega respostas imprecisas ou erradas. Empresas pioneiras em IA como o Google e a Microsoft, pisavam em ovos em relação à tecnologia, depois de gafes como o chatbot Tay, de 2016, que reproduziu discursos de ódio no Twitter.

“Nosso objetivo é fazer o mundo se envolver na discussão sobre inteligência artificial, pensar nisso e gradualmente melhorar e construir novas instituições ou adaptá-las para entender qual o futuro que a sociedade quer”, afirma o executivo, que chefia a parte empresarial da OpenAI.

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O braço sem fins lucrativos da startup, presidida por Greg Brockman, diz ter a missão de “desenvolver inteligência artificial geral que beneficie toda a sociedade”.

Altman reconstruiu a OpenAI como o que chamou de empresa de lucro limitado, em 2019. Isso permitiu que buscasse bilhões de dólares em financiamento, prometendo lucro a investidores como a Microsoft. Mas esses lucros são limitados, e qualquer receita adicional será bombeada de volta para a organização sem fins lucrativos OpenAI, fundada em 2015.

A ideia do executivo é que a OpenAI captará grande parte da riqueza do mundo por meio da criação da AGI e depois redistribuirá essa riqueza para as pessoas. Em Napa, em conversa com o New York Times, ele citou vários números -US$ 100 bilhões, US$ 1 trilhão, US$ 100 trilhões.

Em manifesto de 2021, Altman afirma que a inteligência artificial geral tem o potencial de transformar a economia e substituir profissionais caros, como professores de ensino superior e médicos. Por isso, ele convoca governos a discutirem os impactos da tecnologia desde então.

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