Um projeto social que funciona em São Mateus há oito anos dá mais um passo no trabalho de ressocialização de presos da Penitenciária Regional de São Mateus por meio da agricultura. Neste sábado (29) tem início o plantio de mais uma cultura. De acordo com o presidente da Associação Semeando a Liberdade, Lauriano Zancanela, serão plantadas 4.000 mudas de pimenta rosa (aroeira) na Fazenda Rancho de Telha, nas imediações do presídio.

Para marcar o início do cultivo, um momento de oração em ação de graças acontece às 7h30 com a presença do bispo diocesano Dom Paulo Bosi Dal’Bó. Em seguida tem um café-da-manhã seguido do plantio das primeiras mudas. O ato simbólico comemora antecipadamente o Dia Mundial do Meio Ambiente, que ocorre em 5 de junho.

Entidade civil sem fins lucrativos e mantenedora do projeto, a Associação Semeando a Liberdade, desde 2013, já ressocializou 32 internos por meio do trabalho agrícola. Segundo Lauriano, esse quantitativo representa os internos que, posterior ao alvará de soltura, não reincidiram em crime.

O projeto teve iniciou com o cultivo de goiaba e maracujá. Aos poucos, o maracujá foi sendo trocado pelo café conilon. Lauriano detalha que atualmente existem 2.700 pés de goiaba e 11 mil pés de café plantados na área, além de lavouras menores temporárias como de aipim, quiabo e abóbora. Em 2022 deve ser iniciado o plantio de pimenta-do-reino.

O presidente da associação afirma que a aroeira foi escolhida por ser um produto com bom valor de mercado e de cultivo tradicional no Município.

Nova cultura possibilita inserção de mais internos

São Mateus – Lauriano Zancanela detalha que, com a ampliação das lavouras, será possível a inserção de mais internos no projeto. Atualmente são quatro trabalhadores. Outro será integrado em junho e a previsão é chegar a 6 ou 8 até o início de 2022.
O presidente destaca que o projeto surgiu por meio da Cáritas Diocesana e da Pastoral Carcerária. Tem apoio de parceiros como o Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual da Justiça (Sejus) e Incaper, além da Prefeitura de São Mateus e empresários. A área foi cedida ao projeto por meio de comodato com o Incaper.
Podem integrar internos em regressão de pena, baseado na Lei de Execuções Penais. A cada dois dias trabalhados no campo, é reduzido um dia da condenação. Parte dos recursos obtidos com a produção agrícola é destinada para os familiares dos próprios presidiários.

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