Por mensagem à Reportagem, lideranças do Movimento dos Sem Terra (MST) relatam que um grupo contrário à ocupação, denominado Invasão Zero, está cercando a Fazenda Coqueirinho, em São Mateus. A área, localizada no km 16 da BR-381, já foi sede da fábrica de amido de mandioca Inquinor. A fazenda foi ocupada por cerca de 200 famílias organizadas pelo Movimento na madrugada desta quarta-feira (17).
De acordo com a mensagem, o local tem dificuldade de sinal de telefone celular. Imagens enviadas pelo MST mostram que há policiais militares no local.
A ocupação em São Mateus integra a Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, que faz memória ao Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 17 de abril de 1996, com o assassinato de 21 integrantes do MST.
De acordo com nota do MST, a área tem 294 hectares, com uma parte devoluta de 28 hectares. Conforme o Movimento, a fazenda está com processo tramitando na Justiça Federal.
Em resposta à Reportagem, o comandante do 13º Batalhão da Polícia Militar de São Mateus, tenente-coronel Jefson Coelho, disse que os militares estão desde o início da manhã no local “monitorando a situação a fim de evitar outros fatos”. Quanto à retirada dos integrantes do MST, o comandante afirmou que aguarda determinação judicial.
SEAG
A Secretaria Estadual da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) foi procurada e relatou que as iniciativas de reforma agrária se tratam de uma política de competência federal, sendo o órgão responsável o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). “Essa política pública é focada nos imóveis rurais improdutivos que podem ser desapropriados mediante pagamento prévio de indenização aos proprietários”, sustenta.
OUTRO LADO
A Reportagem também entrou em contato com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e ainda busca contato com liderança do grupo Invasão Zero. Assim que obtiver respostas, a matéria será atualizada.