A Vara da Família de São Mateus realiza nesta sexta-feira (13), a partir de 13h, na FVC, mais uma Oficina da Parentalidade. A juíza Aline Moreira Souza Tinôco destaca que um dos objetivos é evitar a alienação dos filhos nos processos de separação. O projeto acontece uma vez por mês e, até então, era voltado aos adultos. Entretanto, a partir deste mês de março, será estendido para crianças e adolescentes.

Juíza Aline Moreira Souza Tinôco. Foto: Wellington Prado/TC Digital

A magistrada frisa que a Oficina de Parentalidade é um projeto reconhecido pelo Conselho Nacional de Justiça. Em São Mateus desde 2018, tem a parceria do Poder Judiciário com a Faculdade Vale do Cricaré (FVC), Defensoria Pública e Ministério Público Estadual.

Os participantes recebem convites junto com as intimações dos processos, mas a presença não é obrigatória. “O tema central consiste que o fim da conjugalidade não é um fim da parentalidade. Ainda que o casamento tenha terminado, seja união estável ou casamento, o pai continua sendo pai, a mãe continua sendo mãe. E esta criança e adolescente continua tendo uma família, apenas com uma nova formatação” – enfatizou.

Foto: Wellington Prado/TC Digital

A juíza Aline reforça que a oficina é ministrada por profissionais das áreas do Direito e da Psicologia, além de serem acompanhadas por acadêmicos da Faculdade Vale do Cricaré. A magistrada sustenta que o intuito é ajudar os pais a conduzirem o processo de separação “sem usarem os filhos”, sendo instruídos sobre o que é permitido, ou não. A titular da Vara da Família sustenta que os filhos não devem tomar partido.

Conforme disse, de forma consciente ou inconsciente, por falas pejorativas, por exemplo, os pais ou pessoas próximas acabam alienando os filhos dos casais que estão em separação.

“Isso interfere sobretudo na formação dessas crianças e adolescentes, que acabam muitas vezes se tornando um adulto com algumas frustrações, com problemas de natureza psicológica e comportamental”, sustenta.

Trabalho lúdico com as crianças

 A juíza Aline Moreira Souza Tinôco adianta que haverá salas específicas para adultos (os casais em separação em salas diferentes), para as crianças e para os adolescentes. A magistrada explica que os adultos serão envolvidos em atividade expositiva dos profissionais que ministram a oficina, além de espaço para os participantes tirarem dúvidas e se expressarem sobre a situação.

A magistrada relata que estará no local, mas não participará da oficina. O conteúdo da participação da pessoa na oficina não será utilizado no andamento do processo.

Já para as crianças e adolescentes, a juíza salienta que haverá um trabalho lúdico. “O conteúdo é bacana e enriquece as pessoas que estão no processo de separação”, disse. A juíza Aline frisa a importância de implantar o projeto na Vara da Família de São Mateus com o objetivo de estimular a pacificação no processo de divórcio, em que os pais mantenham o diálogo, sobretudo sobre os filhos.

“O sofrimento vai existir, mas que os pais consigam minimizar esses efeitos da separação”, comenta a juíza. Ela afirma que podem participar da oficina qualquer pessoa, inclusive quem ainda não entrou com o processo de divórcio.

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