BR-101
Atendendo a convocação do governador Renato Casagrande, o vice-governador Ricardo Ferraço encampou a luta pelas obras de duplicação da BR-101 no norte do Espírito Santo, único território capixaba cortado pela rodovia federal que não recebeu nenhum quilômetro das obras definidas em contrato de concessão. Em agenda no início da semana em Jaguaré, Ricardo Ferraço cobrou a concessionária Eco101 pelas obras que ela não fez. Segundo o vice-governador, além de não cumprir o contrato, a empresa ainda quer ser indenizada. Disse Ricardo Ferraço: “Nós falamos com eles: se vocês querem ser indenizados, nós também queremos ser indenizados por aquilo que vocês deveriam ter feito e não fizeram. Não tem indenização, não tem vida fácil para vocês aqui, porque vocês assumiram um compromisso com os capixabas e com os brasileiros e não honraram essas metas”.

DESCARTA ASSUMIR
Com a concessionária Eco101 colocando como premissa a indenização, após reunião na quarta-feira no Tribunal de Contas da União junto com a ANTT, Ricardo Ferraço disse que o Governo do Estado descarta assumir a concessão da BR-101 no Espírito Santo. Ele alega que o Estado não tem dinheiro para pagar a indenização reclamada, da ordem de R$ 600 milhões, e ainda fazer os investimentos necessários para a duplicação.

ENROLAÇÃO
Para não duplicar um metro sequer da rodovia federal no norte do Estado, a concessionária Eco101 utiliza como desculpa um trecho de 27 quilômetros localizado na Reserva Biológica de Sooretama, que não está localizada no norte capixaba, que ainda não tiveram as licenças ambientais liberadas pelo Ibama. No entanto, no norte do Espírito Santo existem duas praças de pedágio, uma na Paulista, em São Mateus, e outra em Pedro Canário, quase na divisa com a Bahia. Os pedágios são cobrados religiosamente. Já a duplicação…

R$ 28,30
Este é o valor que um automóvel paga ao cruzar o Espírito Santo pela BR-101. São sete praças de pedágio ao longo da rodovia federal. Começando pela Macrorregião Norte, nas duas praças, de um automóvel é cobrado um total de R$ 8,60 (R$ 3,70 em Pedro Canário e R$ 4,90 em São Mateus). Na Central, o motorista pagará R$ 4,60 na praça de Aracruz. Já na Macrorregião Metropolitana, de um automóvel será cobrado um total de R$ 9,20 (R$ 4,60 na Serra e em Guarapari). Finalizando com a Macrorregião Sul, o motorista pagará R$ 3,90 em Itapemirim e outros R$ 2,10 em Mimoso do Sul, totalizando R$ 6.
PÚBLICO X PRIVADO
Quando foi feita a privatização da BR 101, dizia-se que o setor público era incompetente e era necessária a privatização para resolver todos os males. Tantos anos depois, os capixabas e os demais usuários da rodovia pagaram milhões de reais para a Eco101 e continuamos sem um metro sequer de duplicação no norte do ES. E a empresa concessionária quer responsabilizar o setor público por queda do tráfego de veículos, que lhe teria dado prejuízos. Ora bolas, quem está no mercado sabe que o mercado é instável, ora com boa demanda e ora em baixa. Ou a Eco101 não sabia que a atividade privada tem riscos?

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ESTADO DE FÉ
O Espírito Santo tem vários templos religiosos que não só expressam a diversidade religiosa do capixaba, como também contam um pouco da formação da população e do próprio Estado. A Secretaria Estadual de Turismo apresenta uma lista de alguns dos mais famosos monumentos religiosos capixabas, e como sua beleza arquitetônica e histórica colaboram para uma experiência única, tanto para fiéis quanto para os apreciadores dessas construções. Destaques para templos em São Mateus, Vila Velha, Vitória, Anchieta, Ibiraçu, Serra, Guarapari, Viana, Domingos Martins, Afonso Cláudio e Castelo.

Foto: Júnior Eler/Divulgação

IGREJA VELHA
Destaque em São Mateus, o monumento Igreja Velha é uma ruína do que seria a maior de todas as igrejas do Município. A estrutura é uma construção do estilo Colonial Português da metade do século XIX, que teve sua construção paralisada em 6 de agosto de 1853 por falta de recursos do tesouro municipal à época. A alvenaria utilizada na construção da Igreja Velha foi de pedras e uma argamassa feita de óleo de baleia e cal. As pedras utilizadas vinham nos lastros dos navios que atracavam no Porto de São Mateus. Já a cal era retirada dos sambaquis, que são formações constituídas, principalmente, de conchas de moluscos formadas ao longo de milhares de anos pelas populações que habitavam regiões litorâneas, que eram facilmente encontrados na região de Barra Nova. A Igreja está localizada na Rua Manoel Andrade, no Centro, próxima à rodoviária, e pode ser visitada a qualquer momento do dia.

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SEM NOÇÃO
Um deputado federal por São Paulo achou que era uma boa ideia enaltecer no Congresso Nacional brasileiro o exército nazista de Hitler. Nesta semana, Delegado Paulo Bilynskyj, nome pelo qual gosta o deputado de ser chamado, ocupou a tribuna da Câmara para homenagear o Dia Internacional da Vishyvanka, veste tradicional da Ucrânia, terra de seus antepassados. Em discurso, o deputado de extrema-direita exaltou a participação de seu avô, o ucraniano Bohdan Bilynskyj, como combatente na Segunda Guerra Mundial e exemplo para sua atuação política. Bohdan foi voluntário da Waffen-SS, exército pessoal do ditador alemão Adolf Hitler, fato conhecido e divulgado pelo parlamentar. Sua fala foi logo repudiada pelo Instituto Brasil-Israel, uma das instituições de representação da comunidade judaica no Brasil.

SUCESSOR DE DALLAGNOL
Um pastor bolsonarista é o suplente que assume a cadeira do deputado federal Deltan Dallagnol, que teve o mandato cassado por unanimidade nesta semana pelo TSE. Itamar Paim, do PL, é pastor da 59ª Igreja do Evangelho Quadrangular e suplente de deputado federal pelo Paraná. Em sua prestação de contas, o pastor declarou possuir R$ 300 mil em bens à Justiça Eleitoral. Ele é natural de Paranaguá, mas atua como pastor em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba. Bolsonarista, o pastor é crítico do que chama de “ideologia de gênero” e do aborto legal, ou seja, das práticas autorizadas pela legislação brasileira para a interrupção da gravidez, como casos de anencefalia e estupro.

CPMI DOS ATOS GOLPISTAS
Assim como ocorreu na CPI da Pandemia, olhos e ouvidos de todo o Brasil estarão voltados para o Congresso Nacional a partir da próxima semana, quando terão início os trabalhos da CPMI dos Atos Golpistas. De um total de 32 nomes indicados pelos presidentes de blocos partidários, apenas alguns faltam ser oficializados para compor a comissão que investigará os atos golpistas que ocorreram em 8 de janeiro. O colegiado está previsto para ser instalado na próxima quinta-feira (25).

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CABO DE GUERRA
A princípio, a CPMI teria início na terça-feira, conforme o presidente da Comissão, deputado Arthur Maia, da Bahia. Mas, em função da urgência da votação do arcabouço fiscal, a CPMI, que promete ser o maior palco de disputa ideológica entre o governo e a oposição, foi adiada em dois dias. A relatoria da Comissão segue com o nome de Eduardo Braga, do Amazonas, como o mais cotado, mas o senador ainda avalia se integrará ou não a investigação ao fazer cálculos políticos. A CPMI dos Atos Golpistas é o maior cabo de guerra narrativo do Congresso, uma vez que a oposição bolsonarista planeja utilizar a investigação para desgastar o governo ao defender que ele teria sido negligente e omisso diante da depredação da Praça dos Três Poderes. Por seu turno, os aliados do atual governo vão tentar demonstrar as articulações dos setores ligados a Bolsonaro na preparação dos atos.

INTEGRANTES
Entre os titulares, a oposição escalou nomes como dos senadores Magno Malta, Damares Alves e Eduardo Girão, além dos deputados federais Delegado Ramagem e Filipe Barros. Já o governo se articulou para obter maioria de aliados na composição do colegiado para frear a ofensiva da oposição no início de maio. Destaque para os deputados federais Rubens Pereira Jr, Duda Salabert, Jandira Feghali e Rogério Correia, além dos senadores Fabiano Contarato, Eliziane Gama, Otto Alencar, Rogério Carvalho e Omar Aziz. O ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, e o ajudante direto do ex-presidente, tenente-coronel Mauro Cid e membros das Forças Armadas devem ser convocados a prestar depoimentos no Congresso ao longo das audiências. A conferir!

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