PT E CASAGRANDE
Esta semana foi de definições para o PT e a pré-campanha de Renato Casagrande (PSB). O governador confirmou o óbvio: que disputa a reeleição. Neste sentido, procura costurar uma frente ampla para pode vencer o pleito ainda no primeiro turno. Durante a semana se reuniu com a executiva estadual do PT e, após algum suspense por ambas as partes, o partido anunciou nesta sexta-feira (15) que apoiará a candidatura do governador. Anteriormente lançado como pré-candidato ao cargo, o senador petista Fabiano Contarato retira a intenção de disputar o Governo do Estado neste momento. Já há nos bastidores da política a especulação de que ele poderá ser candidato forte ao governo em 2026, quando também termina o mandato de oito anos do senador.

Foto de divuklgação

ROSE E TEBET
Buscando mais uma eleição para o Senado, Rose de Freitas tem ganhado cada vez mais a simpatia do governador Renato Casagrande e deve ter o apoio dele na campanha. Rose, que é do MDB, recebeu ontem no Estado, e a convite dela, a pré-candidata do partido à presidência da República, a senadora Simone Tebet. O encontro, que contou com a presença do governador Renato Casagrande, teve ainda a participação de PSDB e Cidadania, que formam uma federação e apoiam, nacionalmente, o nome de Tebet na corrida presidencial. Casagrande já se manifestou que irá votar no ex-presidente Lula (PT) e que fará campanha para ele. Porém, também declarou que não vê problema em receber outros pré-candidatos que integram a ampla aliança que está formando em torno da própria reeleição.

NO ES
Nos bastidores políticos é dada como certa a entrada de MDB, PSDB e Cidadania na frente ampla da chapa de Casagrande. Já Rose de Freitas busca apoio do governador para ser reeleita senadora sendo considerada a favorita para ocupar este posto na chapa. PSDB e Cidadania querem cargo majoritário (vice-governador ou senador) na chapa para apoiar Casagrande e não descartam anunciar apoio a outro pré-candidato ou até mesmo lançar um nome próprio ao governo caso não consigam um acordo. Na verdade, porém, hoje o nome mais provável para compor a chapa com Casagrande é o de Ricardo Ferraço como candidato a vice-governador.

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FERRAÇO
Depois de não ser reeleito senador em 2018, Ricardo Ferraço se dedicou a seus empreendimentos privados e passou a maior parte dos últimos quatro anos com certo afastamento da política. Com larga experiência, já tendo sido deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, deputado federal, vice-governador e senador, entre outros cargos, Ricardo permanece filiado ao PSDB e conta com a amizade do governador Renato Casagrande. E, lógico, com o poder de fogo de seu pai, o deputado estadual Teodorico Ferraço, conhecida raposa política capixaba.

CONVENÇÕES
Com o prazo das convenções partidárias chegando, as articulações das diversas chapas vão se afunilando e exigindo mais pragmatismo dos políticos. São vários os pré-candidatos a governador. Além do próprio Renato Casagrande, apresentam-se como pré-candidatos ao Palácio Anchieta os ex-deputados federais Carlos Manato (PL) e Audifax Barcelos (Rede), o deputado federal Felipe Rigoni (UB), o ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon (PSD) e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Erick Musso (Republicanos). Nos bastidores, a avaliação dominante é que esses cinco últimos terão que fazer muito esforço para conseguirem levar a disputa ao governo estadual para o segundo turno, pois Renato Casagrande tem uma boa situação pré-eleitoral. A conferir.

GILDEVAN E RENZO
O ex-prefeito de Pinheiros Gildevan Fernandes sofreu um infarto no dia 30 de junho e precisou colocar três stents. Ele passa bem e tem ficado em repouso em Vitória. Atualmente Gildevan é filiado ao Partido Social Cristão (PSC) e estava praticamente certo que disputaria uma vaga para deputado federal. Ele já foi deputado estadual por dois mandatos (2010-2014 e 2014-2018), mas o inesperado problema de saúde pode fazê-lo desistir da candidatura. Se essa hipótese se confirmar, quem fica com a candidatura também prejudicada é o atual deputado estadual Renzo Vasconcelos, que se prepara para disputar uma vaga de deputado federal. É que Renzo também é filiado ao PSC e a possível desistência de Gildevan enfraquece a chapa do partido, dificultando a obtenção de quociente eleitoral mínimo para a conquista de pelo menos uma vaga de deputado federal. Renzo tem como principal base eleitoral a cidade de Colatina, onde sua família fundou e mantém o Unesc, importante centro universitário do interior capixaba.
PONDERAÇÃO
As discussões políticas deste ano ficam cada vez mais acaloradas com a proximidade das eleições. Na próxima quarta-feira (20), até o dia 5 de agosto, acontece a janela para que os partidos realizem as convenções e fechem os acordos para oficializar as candidaturas. Depois, começa definitivamente a campanha eleitoral. É preciso ficar vigilante e não se deixar levar por debates levianos e carregados de ódio. O Brasil assistiu, nos últimos meses, episódios lamentáveis, com destaque para a morte de um petista na festa do próprio aniversário, ocorrida no sábado passado e que chocou parte dos brasileiros que se solidarizaram com a família dele. É preciso ter ponderação. O próprio PT, com o objetivo de evitar novas tragédias, distribui orientações para que os petistas não discutam, gravem provocações em vídeo e andem em grupos. Simplesmente aterrorizante ver onde chegamos.

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PEC DOS AUXÍLIOS
O presidente Jair Bolsonaro esteve no Congresso Nacional na noite de quinta-feira (14) participando da promulgação da PEC chamada pela imprensa como PEC das Bondades ou dos Auxílios. Para o jornalista Reinaldo Azevedo, ferrenho crítico do governo, a chamada é “PEC ai que medo do Lula”. Bolsonaro acenou para um público em que tem menos chegada, como mulheres e pobres. Realmente a PEC é vista pelo governo e pela campanha do presidente como fundamental para melhorar a imagem dele com o público. Acontece que Bolsonaro sempre criticou programas sociais, inclusive foi o único deputado federal a votar contra o programa de distribuição de renda chamado de Bolsa Escola, em 2000, que mais tarde viraria Bolsa Família no governo Lula.

A FOME CONTINUA
Analistas políticos entendem que, antes de a gente dizer que é a PEC que turbina a candidatura de Jair Bolsonaro, talvez fosse conveniente esperar alguns números. A miséria brasileira atinge patamares elevadíssimos. O Brasil tem 33 milhões de pessoas que voltaram a passar fome, crianças estão nascendo com sinais de desnutrição. Isso tinha sido praticamente erradicado no País e está de volta. Mesmo os extratos que chamamos de classe média e que consegue ir ao supermercado, estão comprando soro de leite, feijão quebrado, pele de frango, o que em outros tempos seriam impróprios para o consumo e descartados. Então imaginar que esses R$ 200 reais a mais no Auxílio Brasil mudarão radicalmente o resultado das urnas, conforme vêm demonstrando as pesquisas, convém esperar um pouco. Até porque não é tão difícil explicar que esses benefícios acabam em dezembro.

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PARADOXO DA
RIQUEZA E DA POBREZA
O presidente do Conselho Federal de Administração, Mauro Kreuz, afirmou esta semana que o Brasil é um país paradoxal: “apesar de ser rico na produção de grãos e responsável por exportar alimento para muitos países, a insegurança alimentar atinge 60 milhões de brasileiros”. O administrador Mauro Kreuz sustenta que o País também enfrenta desafios na área da educação e acrescenta que “a Ciência da Administração, aliada à boa governança, tem a capacidade de impedir que interesses partidários e de poder sejam colocados acima dos interesses públicos que, além de promoverem a descontinuidade de projetos, são prato cheio para a corrupção”.

R$ 400 POR MÊS
Residente de Vila Velha, uma dona de casa de 41 anos está cursando a faculdade de Gastronomia para tentar conseguir um emprego e, assim, garantir a própria sobrevivência e a dos seis filhos que moram com ela, o menor deles com menos de dois anos de idade. Como usa parte dos R$ 400 mensais, pagos pelo Auxílio Brasil atualmente, para pagar o curso, sobra pouco para o sustento da família. Além de não ter condições de alimentar de maneira segura e saudável a si mesma e as crianças, a capixaba ainda precisa lidar com problemas de habitação. A casa onde vive possui um único cômodo e não tem geladeira. Ela divide uma cama com os filhos e todos precisam tomar banho de balde, já que falta chuveiro, porta e teto no banheiro que fica do lado de fora da construção. A descarga do vaso sanitário também não funciona. Por ter sido erguida em um terreno de ocupação, eles podem ser despejados do local pela prefeitura a qualquer momento. Essa história se repete milhões de vezes no Brasil da fome.

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