Os meses de setembro, outubro e novembro tiveram volumes de chuvas abaixo da média histórica em São Mateus, segundo dados dos institutos de meteorologia. No entanto, o que preocupa é a permanência e aumento da intensidade do fenômeno climático El Niño no próximo ano, conforme observa o engenheiro agrônomo e agente de desenvolvimento rural do escritório do Incaper em São Mateus, João Henrique Trevizani.

Ele explica que o El Niño “troca a chave” em quase todas as regiões do País. Chuvas constantes no Sul e redução no Sudeste, Centro Oeste, Norte e Nordeste. “As chuvas ficam reduzidas, espaçadas e mais pontuais, ou seja, pode ser que em São Mateus chova menos e em Conceição da Barra, que é próximo, chova mais, não caracterizando aquele fenômeno de chuva generalizado na região toda” – reforça.

João Henrique Trevizani ressalta que, caso as chuvas permaneçam com baixo volume até março de 2024, as culturas de café e pimenta-do-reino podem ter a safra afetada.
Foto: Divulgação

De acordo com João Henrique, o fenômeno El Niño seria, a princípio, de baixa e média intensidade. Mas ressalta que a instituição norte-americana Administração Oceânica e Atmosférica Nacional –NOAA, National Oceanic and Atmospheric Administration–, observou que pode ser um pouco mais acentuado do que se esperava e se estender até março ou abril de 2024.

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“A minha preocupação até agora não são os meses que passamos, outubro e novembro. O que me preocupa é a tendencia de ficar de dezembro a março com chuvas abaixo da média histórica. Olhando as lavouras, a gente já vê um impacto, mas não muito claro. Em alguns mananciais e barragens da região os níveis já estão baixando um pouco, mas a questão maior é se confirmar esse fenômeno na intensidade” – explica o especialista.

Segundo João Henrique, caso realmente as chuvas fiquem abaixo da média até o fim de março, as principais culturas da região como café e pimenta-do-reino devem sofrer impacto já na safra de 2024.

 

ESTIAGEM E ALTAS TEMPERATURAS

João Henrique não classifica o atual período como de estiagem prolongada. Ele explica que, na verdade, o que está ocorrendo desde setembro é um volume de chuvas abaixo da média esperada para o período.

“Quando a gente sai do Inverno e entra na Primavera, os meses de setembro e outubro são onde começam a aparecer as primeiras chuvas. E o que a gente tem observado é que está abaixo da média histórica. Para falar de estiagem prolongada teríamos que colocar um período maior de observação e não seria porque em julho e agosto choveu acima da média” – frisa.

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“Pareado ao baixo volume de chuvas, as temperaturas estão um pouco acima da média, o que gera uma percepção de seca. Isso tem sido muito mais pela temperatura do que propriamente pelo volume de chuvas. É um duplo efeito, a chuva um pouco abaixo e a temperatura mais alta potencializa o efeito dessa sensação de seca, de estiagem” – enfatiza.

 

Chuvas abaixo da média histórica

 

De acordo com os dados da estação automática do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) instalada no Bairro Litorâneo, as chuvas ficaram abaixo da média histórica –medida pelo Incaper– nos meses de setembro, outubro e novembro.

Em setembro choveu em São Mateus 30,2mm, quando a média histórica é de quase 80mm. No mês seguinte, em outubro, foi registrado um volume total de chuva de 57,4mm. A média para este mês é de aproximadamente 120mm.

Já o mês de novembro, que historicamente é o que concentra o maior volume de chuva no ano, em 2023 foi o menos chuvoso, com registro de 5mm. A média histórica para este mês é de cerca de 220mm.

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Pela média histórica do Incaper, dezembro é o segundo mês com maior volume de chuva do ano, com 150mm.

Foto do destaque: Reprodução

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