O coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, participou nesta semana de audiência pública na Comissão de Legislação Participativa, da Câmara dos Deputados, sobre o impacto social dos preços dos derivados de petróleo.

“Com essa PPI –criada em outubro de 2016, no governo Michel Temer, sob a batuta de Pedro Parente, presidente da Petrobrás à época–, sofremos com aumentos sucessivos dos combustíveis, devido à influência dos preços internacionais do petróleo, do câmbio e também dos custos de importação de derivados, mesmo o Brasil não tendo a necessidade de importar derivados” – destaca Bacelar.

O encontro, presidido pelo deputado Waldenor Pereira, da Bahia, contou também com a presença de representantes da Petrobras, do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), da Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET) e do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (INEEP), além do deputado Glauber Braga, do Rio de Janeiro.

“Infelizmente com essa política, a gasolina já aumentou em torno de 73%, o diesel 54%. E donas de casa voltaram a cozinhar com lenha, porque não têm condições de pagar R$ 100 ou R$ 120 por botijão de gás de 13 quilos” – enfatiza.

O coordenador geral da FUP alega ainda que a política de preço visa principalmente à maximização dos lucros e geração de dividendos para os acionistas, “sobretudo os minoritários, em detrimento da população brasileira que paga preços exorbitantes com os aumentos sucessivos dos combustíveis”. Além disso, ele afirma que a PPI facilita o processo de privatização das refinarias, tirando a possibilidade do Estado brasileiro pensar uma política de preço que seja justa para os brasileiros.

 

CONGRESSO NACIONAL

Para Bacelar, é essencial que o debate sobre política de preço de combustível seja travado no Congresso Nacional. “E não deixar a decisão apenas nas mãos de onze senhores que se assentam no Conselho de Administração da Petrobras e atingem cada brasileiro com preços exorbitantes dos combustíveis, como é feito hoje. Existem projetos de lei tramitando no Congresso, como o da deputada Gleisi Hoffmann, antes senadora, que visa tratar a política de preço de combustível como política de Estado. Esse debate é de suma importância” – argumenta.

 

Privatização

não é resposta

 

Rio de Janeiro – O diretor geral da FUP, Deyvid Bacelar, destaca que são usados argumentos de que, com privatização, novos agentes econômicos entrariam no setor de refino e que o monopólio estatal estaria sendo quebrado.

“O monopólio estatal foi quebrado desde 1997 e a pergunta que sempre fazemos e nunca respondem é: qual grande empresa do setor petrolífero fez grandes investimentos aqui no Brasil, ao ponto de construir refinarias do porte das da Petrobras? Nenhuma”.

“Dizer que privatização vai atrair novos agentes econômicos e aumentar a concorrência não é verdade. Segundo estudos da PUC/RJ e do Ineep, teremos, sim, a criação de monopólios privados regionais. Significa que a população brasileira, que já paga muito caro pelos derivados de petróleo, ficará refém desses investidores”.

 

Foto do destaque: Divulgação

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