Quais políticas econômicas os candidatos a governador Renato Casagrande (PSB), Carlos Manato (PL), Audifax Barcelos (Rede), Guerino Zanon (PSD), Vinícius Souza (PSTU) e Cláudio Paiva (PRTB) pretendem implementar para melhorar a vida dos capixabas? Nesta entrevista realizada pela Rede TC de Comunicações, seis candidatos respondem. O candidato Aridelmo Teixeira (Novo) não enviou resposta no prazo estipulado pela Reportagem, encerrado na quinta-feira (1º).

Em contato com as assessorias de campanha, a Rede TC enviou duas perguntas para os candidatos. Conforme as orientações apresentadas, a resposta para cada pergunta foi limitada em até 720 caracteres, com tolerância para conclusão da frase.

PERGUNTAS E RESPOSTAS
A ordem das respostas leva em consideração a posição de cada candidato na pesquisa eleitoral feita pelo Instituto Ipopes, contratada pela Associação dos Diários do Interior do Espírito Santo (ADI-ES) e publicada por um pool de veículos de comunicação do Estado, inclusive o jornal Tribuna do Cricaré e o portal TC Online, no dia 26 de agosto.

Rede TCO Brasil está ainda passando por um período crítico na economia com uma inflação alta que penaliza, principalmente, os mais pobres. Neste sentido, a consequência mais grave é o desemprego e a desagregação social. Quais políticas públicas o senhor pretende adotar para combater este problema?

Renato Casagrande – Planejamos ações para extinguir a extrema pobreza no Espírito Santo até 2026 e pavimentar a estrada para o desenvolvimento inclusivo e com Justiça Social. Vamos garantir o acesso e elevação da renda das famílias com a ampliação do Bolsa Capixaba; promover qualificação com prioridade à população vulnerável para a inclusão no mercado de trabalho, com oferta de cursos e intermediação da mão de obra. Na geração de emprego e renda, o objetivo é intensificar as ações dos programas, fortalecer o acesso ao crédito produtivo e desburocratizado para ampliar o crescimento econômico sustentável, inovador e inclusivo.

Carlos Manato – No ES, nós temos um fator determinante a ser resolvido: o governo atual prega discurso de nota A na economia, mas há mais de 1 milhão de capixabas vivendo na linha da pobreza e na extrema pobreza. No Estado atual, da gestão que já ficou oito anos no poder, as pessoas não são o foco. Isto é um fato, os números da pobreza no ES são reais e foram amplamente divulgados. O governo Manato, ao contrário do atual, vai manter a nota A na Economia e, ao mesmo tempo, tirar os capixabas da linha da pobreza. Como? Capacitando, gerando emprego, criando um programa de transferência de renda que realmente funciona para quem está na extrema pobreza. O nosso propósito é: o capixaba sem fome, um governo para todos…

Guerino Zanon – A melhor política social é o emprego. Em Linhares, saímos de um estoque de empregos de 23 mil para 45 mil postos de trabalho nos anos em que administramos o município. E vamos implantar isso em todo o Espírito Santo. Se fizemos numa máquina municipal, imagine na máquina do Estado. É possível fazer. Mas tem que ser competente. Teremos uma Secretaria de Atração de Investimentos para levar desenvolvimento de Norte a Sul, em todas as regiões, de forma igualitária. Eu sei fazer. Levamos para Linhares a Brametal, a WEG, agora as gigantes do café Cacique e Olam, entre outras empresas que geram emprego para todo o Norte do Estado. Linhares é o motor do emprego no Estado. Agora o Espírito Santo precisa de gestão…

Audifax Barcelos – Uma das minhas prioridades é gerar emprego e renda. Pretendo criar mecanismos, como incentivos fiscais e tributários, para atrair empresas. Fiz isso quando fui prefeito da Serra e o município, hoje, é o que mais arrecada no Estado. Passou até a capital, Vitória. E em plena pandemia, em 2020, foi o município que mais gerou empregos no ES. Pretendo implementar programas de crédito facilitado a micro e pequenos empreendedores com recursos do Bandes e Banestes. Importante ressaltar que meu Plano de Governo prevê linhas de crédito para a mulher empreendedora. Também quero apostar na tecnologia para gerar trabalho. Vamos incentivar a formação de incubadoras tecnológicas para fomentar o empreendedorismo…

Cláudio Paiva – O Casagrande tem a máquina na mão, tem 52 mil funcionários públicos trabalhando para ele neste momento, tem os prefeitos do interior que ele está injetando recursos a rodo. Mas quem elege é aquele que está com a geladeira vazia, que está passando por dificuldade financeira, que está vendo os bandidos subindo nos morros e fazendo o que eles querem fazer. As pessoas querem gente nova, querem alternância de poder. E o Cláudio Paiva é uma alternância de poder. Eu estou preparado tecnicamente e psicologicamente para assumir o Estado.

Vinícius Souza – Um quarto da população capixaba vive abaixo do nível da pobreza. Longe de transformar essa realidade, o Estado se mantém a serviço dos ricos, transferindo-lhes as riquezas do povo. Precisamos reaver as grandes empresas e todas as riquezas que nos foram tomadas, fazer a Reforma Agrária e um plano de obras públicas que gere empregos em massa e assegure moradia de qualidade para toda a classe trabalhadora, refeitórios populares em todas as cidades, transporte digno e gratuito, escolas em tempo integral, serviços de saúde e segurança.

Rede TC – Devido a esses cenários, foram feitos alguns ajustes econômicos, exemplo da redução da alíquota de ICMS sobre combustíveis, como medidas para conter a alta de preços. O que fazer para contornar as consequentes perdas de receitas sem deixar de lado os investimentos que precisam ser feitos?

Renato Casagrande – Apliquei imediatamente a decisão do Congresso. Reduzi [o ICMS] nos combustíveis de 27% para 17%, na telecomunicação e energia elétrica de 25% para 17%. Isso nos dá uma redução de receita de R$ 1,6 bi, mas mesmo assim não deixamos de investir. Temos um Estado preparado, equilibrado. Em momentos de redução de receita, não precisamos alterar a programação de investimentos. Vamos precisar alterar no ano que vem, mas com responsabilidade com a população capixaba.

Carlos Manato – Para a população ficar ciente, a redução do ICMS foi uma medida do Governo Bolsonaro para diminuir o valor da gasolina. Apenas por esse motivo, quem dirige todos os dias – motoristas de Uber, taxistas – viram o valor abaixar um pouco. Se dependesse do governo atual, nada aconteceria e os capixabas estariam pagando ainda mais caro no combustível. E agora, como se não bastasse, a atual gestão confirmou que vai reduzir os investimentos para o ES, vai cortar verba do orçamento, vai tirar do bolso da população na outra ponta, com a desculpa de compensar o ICMS. Enquanto isso, mais de 1 milhão de pessoas estão na linha da pobreza e na extrema pobreza. A nossa meta é pensar no Orçamento com foco na população.

Guerino Zanon – Com boa gestão e boa equipe. Quando o governo é fraco e a equipe é ruim, não consegue buscar as soluções. Este governo guardou R$ 6 bilhões em caixa durante a pandemia, deixando comerciantes e trabalhadores sofrendo. As pessoas vivendo de doação de cesta básica e o governo fazendo poupança. Deixou as pessoas sofrerem, agora investe no ano da eleição para alimentar seu projeto de poder. E ainda quer mais quatro anos, anunciando que vai fazer cortes em investimentos e no custeio. É preciso fazer uma mudança segura em nosso Estado, trocar as figurinhas repetidas. Se a economia mantiver os parâmetros que estamos vivendo, a tendência seria uma queda entre R$ 1,8 bi e R$ 2 bilhões por ano. Mas, existe uma expectativa de um aumento da atividade econômica…

Audifax Barcelos – O Estado está preparado, com muito dinheiro em caixa (R$ 6 bilhões de superávit só em 2021, segundo o Tribunal de Contas), para suprir essa queda de receita, que acredito ser momentânea e pode ser revertida em médio prazo. É só colocar a casa em ordem. Para isso, precisamos colocar em prática o nosso plano de atração de empresas e tornar o Espírito Santo mais competitivo. Como fazemos? Desburocratizando a máquina pública, promovendo uma revolução digital com a facilitação de processos, encurtando caminhos para o empreendedor e colocando os órgãos de licenciamento ambiental para funcionar de forma ágil e contínua.

Cláudio Paiva – Nosso plano de governo é diminuir a zero. Primeiramente nós vamos trabalhar a cesta básica para que a população possa ter condições de ter uma comida barata no prato. Depois os medicamentos. O maior problema que a população tem é o medicamento acima da média dos preços. O salário é pequeno, então nós temos que diminuir o ICMS dos medicamentos que têm uso contínuo e para as pessoas que têm necessidade de usar esses medicamentos. E o combustível, ele vem por osmose. Se eu tenho condições de, durante quatro anos, abaixar o ICMS dos combustíveis, e fazer com que a economia possa girar, possa aumentar a renda, dar trabalho para a população, automaticamente eu vou trazer para o Estado mais empresas.

Vinícius Souza – Ricos não pagam impostos no Brasil. O modelo tributário pune os mais pobres, portanto deve ser radicalmente alterado. O Estado hoje dá isenção de impostos às empresas milionárias. Nós, ao contrário, defendemos a isenção de impostos às empresas pequenas, a conversão ao povo das grandes empresas estratégicas e a reversão das privatizações. Devem ser extintos os palácios e utilizado esse patrimônio público em favor do povo, suprimindo burocracias que impedem o acesso da população aos serviços. O povo será convocado para a redução do número de municípios de 78 para 10, por plebiscito.

Foto: Antonio Augusto/Ascom/TSE

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