Um dos temas discutidos no 2º Encontro Nacional de Mulheres Quilombolas da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) foi a violência contra a mulher quilombola. A secretária de Cultura de São Mateus, Domingas Dealdina, participou dos debates que também discutiram os direitos dos povos quilombolas, políticas e territórios das comunidades.
São Mateus foi representado também por oito delegadas. Destaque para Alba, da comunidade Dilô Barbosa, Sidineia, da Comunidade São Cristóvão, e Katia Penha, da Comunidade Divino Espírito Santo. O encontro aconteceu dos dias 14 a 18 de junho.
Conforme Domingas, as pautas discutidas no encontro são as que as comunidades quilombolas já trabalham no dia a dia e que segundo ela ficaram por um tempo sem espaço para dialogar.
“Agora, com a realização do encontro nacional, é uma forma de voltar a colocar isso na pauta novamente, principalmente do Governo Federal. O primeiro encontro nacional das mulheres quilombolas aconteceu em 2014. Foi um número bem menor de participantes. Neste segundo encontro, em Brasília, foram mais de 400 mulheres de todo o país” – frisa.
Ela explica que os encaminhamentos são para âmbito nacional e a maior parte são para pautas do Governo Federal. A secretária ressalta que também foram discutidos temas relacionados à saúde e educação.
De acordo com Domingas, durante o encontro foi produzida uma carta aberta à sociedade na qual são destacadas três questões que inspiraram as discussões. Uma delas são “a invasão e usurpação de territórios quilombolas”. Outro tema é “o abandono histórico dos quilombos”. Também consta na carta a “falta de políticas específicas para a garantia de direitos para as mulheres quilombolas voltados para superar as desigualdades, a discriminação e a violência”.
Secretária executiva da Conaq, Selma Dealdina, que é irmã de Domingas Dealdina, conduziu as mesas, místicas e grupos de trabalhos. Ela se emocionou no encerramento do encontro e falou que o momento foi importante para reafirmar as pautas de mulheres quilombolas.
JANJA, ANIELLE E APARECIDA
Além das mais de 400 mulheres quilombolas, delegadas de 24 estados, também participaram do encontro a primeira-dama Janja Silva, a ministra da Igualdade Racial Anielle Franco e a ministra das Mulheres Aparecida Gonçalves.
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