Com raízes fincadas em São Mateus, com história de episcopado sendo referência no Espírito Santo e na Igreja do Brasil, Dom Aldo Gerna completa 92 anos neste domingo (7). Em diálogo bem humorado com a Rede TC de Comunicações, o bispo emérito, reconhecido como bispo profético, avalia que se pode confiar no clero da Diocese e destaca a esperança no futuro da Igreja.

Dom Aldo tem a percepção que o atual clero da Diocese tem padres jovens um tanto desapegados do tempo da geração dele, onde o trabalho, avalia, era bem mais pesado e difícil. “Mas um clero que a gente pode confiar. Então há uma esperança grande para o futuro da igreja, para cumprir sua missão total, não só salvação da alma, mas para um mundo mais certo diante de Deus, mundo feliz que nós chamamos de Reino de Deus entre nós” – reflete.

Dom Aldo completa 92 anos neste domingo. Foto: Pascom-Diocese de São Mateus/Divulgação

O bispo emérito conversou com a Reportagem na quinta-feira, justamente no dia em que esteve com todo o clero da Diocese de São Mateus no encerramento de um encontro de três dias dos padres no Centro Diocesano João XXIII. Ele elogiou, inclusive, a reforma recente no local, frisando que a estrutura atual do antigo seminário parece “um hotel de primeira”.

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Dom Aldo confidenciou que esse momento com os padres foi comovente para ele, que se sentiu feliz com o convite. “Eles estavam reunidos e aproveitaram para também me dar um abraço, abraço distante, porque estou carregando as sequelas da vacina contra a gripe. Foi bonito, gostei” – disse, com alegria.

Bispo mantém rotina diária com missa e leitura da TC

O bispo emérito Dom Aldo Gerna reside em Guriri desde 2007, quando teve o pedido de renúncia aceito pelo Papa Bento XVI. A rotina, em meio à tranquilidade do lar, tem uma missa quase diariamente na residência, pela manhã, com a presença de alguns amigos.

“Eu sou gente como os outros humanos, com as mesmas dificuldades. Tenho as mesmas impressões dos velhos. Talvez até um pouco estimado com sabedoria, mas também com atitude de velhos. Também um pouco, às vezes, vamos dizer, inoportuno, sei lá, pesado para todos aqueles que me ajudam naturalmente a continuar vivendo, apesar, justamente, de todas as fraquezas da época” – detalha Dom Aldo sobre esse momento em que completa 92 anos.

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Mas apesar das dificuldades da idade, tem algo, além da missa, que o bispo emérito faz questão de manter na rotina diária: ler o jornal Tribuna do Cricaré. “Agradeço, felicito e faço votos que continue nesta visão de construir um mundo mais justo, mais fraterno, cheio de vida e de felicidade para todos, não só para pouquíssimos privilegiados que julgo infelizes diante da pobreza universal do mundo de hoje”, frisa.

A fala relacionada à TC vai de encontro à forma que Dom Aldo colocou o seu episcopado, sendo voz aos anseios de qualidade de vida e justiça social para o norte do Estado.

O bispo emérito acrescenta que gosta, especialmente, das notícias locais publicadas na TC. “Eu devo muita gratidão à Tribuna do Cricaré pelo respeito com que sempre lembra a gente, graças a Deus. Que Ele os abençoe e dê forças na sua missão de informar com otimismo e esperança as notícias para o mundo” – acrescenta.

Segundo bispo da Diocese de São Mateus

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Filho de Teresa e Andrea Gerna, Dom Aldo nasceu em Arigna, município de Ponte in Valtellina, Província de Sondrio, na Itália, em 7 de maio de 1931. Ele fez a profissão religiosa na congregação dos Missionários Combonianos em 9 de setembro de 1950, sendo ordenado sacerdote em Roma, na Basílica de São João de Latrão, em 22 de dezembro de 1956.

Dom Aldo chegou ao Brasil em 27 de novembro de 1957 e entrou a serviço da Diocese de São Mateus em 9 de dezembro do mesmo ano. Em 24 de maio de 1971, aos 40 anos de idade, foi nomeado o bispo da Diocese, sendo sucessor de Dom José Dalvit.

A sagração e posse como bispo ocorreu em 1° de agosto de 1971, com o lema Eu sei em quem acreditei (2 Timóteo 1:12). O Papa Bento XVI aceitou a renúncia no dia 3 de outubro de 2007. Com raízes já fincadas em São Mateus, naturalizado brasileiro desde 1976, Dom Aldo optou por continuar residindo no Município, em Guriri.

Foto de destaque: Pascom-Diocese de São Mateus/Divulgação

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