Nas artes, mulheres há muito fazem história. Em São Mateus muitas mulheres produzem arte em diversas linguagens. A Rede TC de Comunicações, em virtude do Dia da Mulher, entrevistou as artistas mateenses Cida Negris e Shila Joaquim. Elas compartilham do mesmo entendimento, quando o assunto é mulheres no mundo das artes E defendem que São Mateus possui um celeiro de excelentes profissionais em todas as áreas das artes.

Shila Joaquim ressalta que as linguagens que exerce passeia desenho, pintura, escultura e escrita. “No desenho e na pintura, trabalho na bidimensionalidade, na escultura e modelagem com o tridimensional. Escrevo, sou poeta e já publiquei textos dramatúrgicos” – frisa.

Para ela, o protagonismo feminino no mundo das artes primeiro se faz peça e produção. “Aqui no município existem mulheres que produzem muita arte. Digo que esse protagonismo se dá em primeiro momento através da produção, porque na produção a gente materializa uma expressão que a gente tem, um pensamento, um desejo, posicionamento estético, político e ideológico através da produção da arte” – enfatiza.

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Shila Joaquim sustenta que o artista precisa enxergar a sua arte dentro da cidade como um elemento importante de formação de pensamento e conhecimento.
Foto: Divulgação

“Na cultura, temos mulheres maravilhosas no nosso município, como a Carmem Garisto, que tem uma produção imensa e de qualidade. Na cerâmica, a gente vê grandes mulheres trabalhando como Daiane Brandão, Cida Negris, Osana, Ângela, que produzem muito Ou seja, a materialização da expressão dessas mulheres é vasta. Na literatura, também são muitas. A Thaís Ximenes, por exemplo, que é uma das mais novas. Em termos de produção estamos bem servidos” – complementa Shila.

Ela defende que a valorização da arte acontece em vários ângulos e o primeiro é no âmbito do artista. Para a artista, “nós somos responsáveis pela nossa própria valorização. É o que reforça a nossa autonomia. A arte é uma expressão, uma produção de conhecimento. Então é primordial para os artistas terem autonomia de enxergar a sua arte dentro da sua cidade como um elemento importante de formação de pensamento e conhecimento. Seria desejável que houvesse um bom espaço de exposição, para música e teatro. Que possa receber essa produção. Ainda não temos espaços expositivos para as artes dessas mulheres. Faltam mecanismos para que as artes das mulheres possam ser escoadas. Hoje temos editais em que podemos nos inscrever, mas ainda estamos no processo”.

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Cida destaca que muitas mulheres  mateenses vivem da produção artística

Ceramista profissional há oito anos, Cida Negris explica que a sua produção é de peças decorativas, como caricaturas, vasos, cachepôs, cântaros, pratos, esculturas de pessoas, copos, entre outros. Ela destaca que o contato com a argila veio desde a infância, quando passava horas moldando bonecos e demais brinquedos. “Acredito que o desejo de trabalhar com a argila veio dessa memória afetiva, mas foi a Shila que me deu um toque há oito anos. Ela disse: ‘você é uma ceramista’. Daí eu fui fazer a carteirinha e me profissionalizar. Não existe uma forma de crescer sozinha. A gente cresce juntos. E ela, artista, me abriu os olhos” – detalha.

Cida Negris pede mais diálogo entre os poderes públicos e a classe artística.
Foto: Divulgação

Cida ressalta que no Município tem muitas mulheres vivendo das suas artes. “São mulheres maravilhosas, onde o talento e a qualidade do trabalho vêm em primeiro lugar, além do profissionalismo. O que nos falta são políticas públicas. Existem várias formas de nos apoiar, editais para concorrermos, por exemplo. Temos talentosas mulheres, mas faltam esses incentivos”.

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Cida pede mais diálogo entre os poderes públicos e a classe artística. Ela destaca que existem muitas artistas da cerâmica, do bordado, do teatro, “mas cada uma trabalhando no seu ambiente, no seu canto”.

Foto do destaque: Divulgação

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