Valmir Noventa é coordenador do Movimento do Pequenos Agricultores há cerca de 25 anos.

Coordenador do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) no norte do Espírito Santo, o agricultor Valmir Noventa analisa que o campesinato atravessa um dos momentos mais delicados da história do País, segundo ele, por várias razões. Uma delas tem reflexo ainda do período de forte crise hídrica, iniciado em meados de 2013 e que durou até 2016. Valmir salienta que a crise hídrica descapitalizou as pequenas propriedades rurais. Ele explica que, mesmo depois do retorno das chuvas regulares, a agricultura familiar ainda sofreu muito com a redução dos preços, “especialmente do café e da pimenta-do-reino”.

O produtor rural destaca ainda que políticas públicas de fortalecimento da agricultura familiar camponesa foram suprimidas nos últimos anos. “Política de crédito, de habitação, de comercialização. O que restou das políticas públicas foi o Pnae, o Programa Nacional de Alimentação Escolar. E mesmo assim tem ainda muitas deficiências. Mas é uma política que ainda vem funcionando. As outras políticas não acabaram, mas ficou praticamente inviável para o produtor ter acesso ao crédito agrícola” – argumenta.

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Segundo Valmir, a agricultura familiar sofre com uma política de comercialização praticamente extinta, além da redução nos preços e aumento do custo da produção. “Analisando esse quadro, a agricultura familiar camponesa vive um momento muito delicado”.

De acordo com Valmir Noventa, há no Brasil uma tentativa de inviabilizar economicamente o produtor. “Quer dizer, no momento em que torna dificultoso, cria obstáculos para a comercialização dos produtos agrícolas, inviabiliza. Ou seja, a sociedade vai ao supermercado, vê cheio de produtos, de alimentos, mas não vê a presença do campesinato. Mesmo na feira, não consegue visualizar ali a mão do camponês, da mulher camponesa”.

São Mateus-ES

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