SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As contas do governo central tiveram um superávit de R$ 10,95 bilhões no mês de setembro, informou o Tesouro Nacional nesta quinta-feira (27). O dado é o melhor para o mês desde 2010, quando o saldo foi de R$ 52,9 bilhões, em valores atualizados pela inflação.

O resultado positivo demonstra que o governo arrecadou mais do que gastou no mês passado. O dado inclui as contas do Tesouro Nacional, da Previdência e do Banco Central.

O desempenho no mês passado foi ajudado por um recebimento de R$ 12,6 bilhões em dividendos da Petrobras, mas houve também incremento nas receitas com royalties e com a arrecadação do Imposto de Renda.

Com o resultado, o governo registra um superávit de R$ 33,8 bilhões no acumulado do ano. Nessa comparação, o saldo é o melhor para o período desde 2013, já considerando os efeitos da inflação.

A projeção oficial do Ministério da Economia, atualizada em 22 de setembro, indica que as contas do governo central terão, pela primeira vez desde 2013, um saldo positivo ao fim de 2022.

A estimativa atual é de um resultado positivo de R$ 13,6 bilhões, mas integrantes do governo avaliam que esse número pode ser ainda maior, mais próximo de R$ 40 bilhões.
O dado é bem melhor que o déficit de até R$ 170,5 bilhões autorizado pela LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) deste ano.

No ano passado, o setor público consolidado teve um resultado positivo, mas puxado pelo desempenho de estados e municípios.

Neste ano, a arrecadação do governo federal tem exibido desempenho bem acima do registrado em 2021, o que ajuda na melhora das contas.

Em setembro, a Receita Federal registrou uma arrecadação de R$ 166,3 bilhões, o que representa um recorde para o mês. Apesar disso, o ritmo de crescimento real (já descontada a inflação) desacelerou para 4,07% em relação a setembro do ano passado.

Em meses anteriores, essa taxa havia ficado acima de 7%, chegando a passar dos dois dígitos em alguns períodos.

Os dados divulgados pelo Tesouro nesta terça também mostram um avanço significativo na arrecadação total do governo.

Ao todo, a receita líquida, sem contabilizar as transferências para estados e municípios, teve um crescimento real de 6,4% em setembro ante igual mês de 2021, enquanto as despesas tiveram uma queda de 1,1%, já descontada a inflação.

No acumulado do ano, a receita líquida avançou 12,4%, enquanto a despesa subiu 2,2%, sempre em termos reais.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

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