A Coordenação Nacional de Articulação de Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), juntamente com a Coordenação Estadual Quilombolas do Espírito Santo – Zacimba Gaba, emitiram uma nota nesta sexta-feira (3). Conforme relatam as coordenações, o Movimento Quilombola não tem relação com o protesto que ocorreu na manhã desta sexta-feira (3), no km 58 da BR-101, em São Mateus, interrompendo o tráfego de veículos.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, cerca de 50 pessoas, integrantes de uma associação de agricultores e também produtores, fecharam a rodovia contra atos que apontam serem violentos do serviço de segurança terceirizado da empresa Suzano. O protesto iniciou por volta de 6h e terminou aproximadamente três horas depois. A PRF relata que intermediou um encontro dos manifestantes com a Polícia Militar e a segurança terceirizada da empresa Suzano para terça-feira.
De acordo com a nota das coordenações ligadas ao movimento Quilombola, elas negam participação e repudiaram o protesto desta manhã. Segundo afirmam, para os quilombolas capixabas, os manifestantes se intitulam como pequenos agricultores com a intenção de fragmentar e enfraquecer todo território quilombola para que possam vender lotes.
Além disso, as coordenações frisam que envolvidos já tentaram se apossar outras vezes das terras reconhecidas como comunidades quilombolas.
SUZANO
Em nota, a Suzano diz que a manifestação foi ilegítima e afirma que o ato foi conduzido por grupos que utilizam invasões em áreas da empresa para comércio irregular, apontando que eles não representam a comunidade local. “A Suzano reforça que atua em conformidade com a lei e busca a Justiça para resguardar os seus direitos”, aponta. A empresa diz que prioriza o diálogo aberto e transparente e “reconhece as legítimas comunidades da região” e eu desenvolve iniciativas de qualificação profissional e de geração de trabalho e renda.
SESP
A Secretaria Estadual da Segurança Pública (Sesp) relata que está à disposição da comunidade “para diálogo sobre as ações na região e receber informações de crimes, ou qualquer tipo de violência, que estejam sendo cometidos contra essa comunidade”. Conforme a Sesp, recentemente foram realizadas operações policiais na região para impedir a prática de queimadas criminosas, furtos de madeira e retiraram de circulação suspeitos de cometerem tentativas de homicídio. “A Sesp seguirá acompanhando toda a situação de perto e qualquer caso que chegar ao conhecimento, será investigado”, sustenta.
Foto do destaque: PRF/Divulgação