A Virada Cultural Quilombola iniciou em 2016 e neste fim de semana realiza a sua 7ª edição, na Comunidade Divino Espírito Santo. O evento não foi realizado em 2020 por conta das restrições estabelecidas pela pandemia do novo coronavírus. Neste ano serão dois dias de festa, neste sábado (18) e domingo (19). O acesso à Comunidade é no km 78 da BR-101.

De acordo com Kátia Penha, quilombola nascida e criada na localidade e uma das organizadoras do evento, no sábado será oferecido um café, às 13h, para as boas-vindas aos colaboradores e participantes da Virada Cultural Quilombola.

Logo após, às 14h, será feita a solenidade de abertura com uma Benção Afro. “Esse ano está sendo preparado pelo mestre Valentim e pelo mestre Luiz Gaudêncio. É onde a gente pede aos nossos santos protetores, Nossa Senhora da Penha, Divino Espírito Santo, e outros santos, que são padroeiros das comunidades quilombolas para que a gente abra a virada e tenha boas vibrações nesses dias de evento” – explica Kátia Penha, que atua na Coordenação da Conaq no Espírito Santo.

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Às 15h acontece uma roda de conversa. “Logo após, oficinas, danças com grupos de capoeira, reis de bois com o mestre Benedito da comunidade de Cacimbas, em São Domingos, e os reis de bois do Gaudêncio, que é da nossa comunidade” – detalha.

A programação do sábado continua com shows musicais a partir das 19h. O primeiro a subir ao palco é o forrozeiro Luiz Geraldino. Às 20h30 é a vez de Paulo Zuera animar os participantes da Virada Cultural. O forró tradicional continua com a banda Seus Meninus do Forró, a partir das 22h30. Didiu e Cia encerra a primeira noite de festa com show à meia-noite.

 

DOMINGO

A programação de domingo começa um pouco mais cedo, às 10h, com uma cavalgada. “O percurso é pela Rota da Resistência, cerca de 6 quilômetros até a Comunidade Divino Espírito Santo, saindo da antiga casa de um grande cantador de reis que é o Valdemar Gaudêncio, e essa é a rota onde nossos mais velhos até hoje seguem. Uma estrada antiga que tem nomes e história das pessoas da localidade. Na comunidade, uma moda de viola e show com Roger Cowboy fará a recepção dos cavaleiros e todo o povo. Teremos shows para que as comitivas brinquem e possam se divertir” – enfatiza.

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De acordo com Kátia Penha, às 14h tem show com Rogério e Cia, sorteio de brindes às 15h, finalizando com uma apresentação com Billy Forrozão às 16h30. “É muito trabalho, mas tudo feito com carinho para a população de São Mateus pisar no quilombo, conhecer a história, mas também festejar porque a identidade perpassa pela memória e cultura do povo” – frisa.

Kátia Penha prevê que 5.000 pessoas devem passar pela Virada Cultural Quilombola nos dois dias de evento.

 

Memória e identidade

Kátia Penha ressalta que a realização do movimento é da Associação dos Pequenos Agricultores Rurais da Comunidade Quilombola Divino Espírito Santo. O tema da virada cultural é Memória e Identidade, pois segundo ela, é preciso preservar a memória da história dos mais velhos.

“Somos uma comunidade secular com muitas histórias, memórias que a gente precisa continuar preservando. Os que cantavam reis, ladainhas, entre outras coisas, essa memória ficará entre nós. E a identidade para que a gente não se perca. A identidade de uma comunidade quilombola, do seu povo que vive, festeja, cultua, planta, roça. Essa identidade está enraizada em cada um que vive dentro de um território quilombola preservando acima de tudo a cultura” – afirma.

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Ela destaca ainda a importância da presença do forrozeiro Luiz Geraldino na virada cultural. “Ele faz parte da história de muitas rodas. Depois do mutirão de embarrear uma casa, ele sempre tocava a sanfona. Os mais velhos disseram assim: porque não a gente trazer o Luiz Geraldino? Então ele vai estar lá apresentando na 7ª virada e com muito orgulho a gente vai receber um dos mestres dos mestres que tocava e dançava para a gente desde pequenos” – enfatiza.

 

Foto do destaque: Divulgação

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