A quantidade de cesarianas supera a de parto normal no Hospital Maternidade São Mateus (HMSM). Conforme levantamento encaminhado à Rede TC de Comunicações pela gerente técnica da instituição, Mariana Quinquim, em 2021 foram realizadas 1.241 cesarianas contra 1.089 partos normais, num total de 2.330 partos.

Já em 2022, apesar do total de partos terem diminuído, o número de cesarianas permaneceu superior, sendo 1.262 cirurgias contra 913 normais, num total de 2.175 partos. Esses números não representam a quantidade de nascimentos de moradores de São Mateus, já que o HMSM atende mães também de municípios vizinhos.

 

PARTO HUMANIZADO

E com o objetivo de oferecer maior conforto e segurança na hora do parto, o Hospital Maternidade São Mateus incentiva a adoção do parto humanizado. A gerente técnica explica que a técnica consiste na assistência da mulher em todas as etapas e pode ser aplicado em ambas vias de parto, seja cesariana ou parto normal.

Segundo Mariana Quinquim, o HMSM oferta assistência à parturiente desde o pré-parto até o pós-parto, com o acompanhamento de enfermeiros obstetras que atuam 24 horas no hospital. “O objetivo é reduzir os eventos adversos que podem ocorrer. Por isso o parto humanizado é desde o acolhimento dessa paciente, passando pelo processo de trabalho de parto e no pós-parto. É um conjunto” – frisa.


Foto: Secom-PMSM/Divulgação

Ela destaca que o trabalho das tecnologias não farmacológicas é realizado pelos enfermeiros obstetras. “Essa equipe está na linha de frente com essas tecnologias que são a musicoterapia, aromaterapia, utilização da banqueta, massagens e outros que ajudam a paciente no alívio da dor. Ela é livre para escolher fazer o quê e onde para se sentir mais à vontade” – detalha.

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De acordo com Mariana, no pós-parto humanizado, a gestante tem o contato pele a pele com o bebê nos primeiros instantes do nascimento, o que para ela já estabelece o vínculo entre mãe e filho. Após, ela é convidada a levantar tomar um banho, se alimentar e amamentar o bebê na primeira hora de vida. “Todos esses benefícios estão voltados à assistência humanizada da mulher” – enfatiza.

 

QUANTIDADE DE PARTOS FEITOS NO HOSPITAL MATERNIDADE NOS ANOS DE 2021 E 2022

 

2021      2022

Cesariana                        1.241     1.262

Normal                             1.089     913

Total de partos              2.330     2.175

 

 

Bem-estar do bebê

Mariana ressalta que após o parto os bebês também são acolhidos e as mães orientadas. “Nós temos o banho humanizado do recém-nascido, orientamos as mães para que esse bebê, na hora da vacina, de fazer exames, seja amamentado naquele momento visando o alívio da dor e o aconchego do bebê”.

“Todo o nosso trabalho é feito voltado para esse acolhimento e tentando buscar a melhor forma de suprir as necessidades e trazer conforto, tanto para a mãe quanto para a criança” – complementa.

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Segundo Mariana, o Hospital Maternidade segue as diretrizes do Ministério da Saúde que rege tanto a gestação quanto o parto, com indicações concretas de como conduzir cesarianas e partos normais. “A gente trabalha com os protocolos” – afirma.

 

Experiências de mães

Moradora do Bairro San Remo, Ingrid Fontes de Araújo Sarmenghi é mãe de três filhos: Enzo, de 13 anos, Mariah de 6 e Laura de 2. Ela relata que desde a primeira gestação sentia desejo de fazer o parto normal. No entanto, tinha pouca informação e muito medo. “Minha mãe teve quatro partos normais. Eu queria o mesmo. Quando entrei em trabalho de parto fiz o inverso do que busquei nos meus dois partos posteriores. Fui cedo para a maternidade e o meu psicológico não estava preparado” – detalha.

Para Ingrid, a experiência do parto normal e humanizado foi fantástico. Ela define o momento como um renascimento. “Parece que a gente passa por um portal e renasce junto com o bebê. É muito forte. Uma experiência que toda mulher merece passar. Posso dizer isso porque tive cesárea e depois os dois partos normais e humanizados” – frisa.

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Ela destaca que os partos foram realizados no Hospital Maternidade através do Sistema Único de Saúde (SUS). “Apresentei o meu plano no hospital antes de entrar em trabalho de parto e fui respeitada em todos os meus desejos. Fui muito bem tratada, tanto eu quanto os bebês” – enfatiza.

De acordo com Ingrid, a primeira experiência de parto humanizado foi em 2017, com o nascimento de Mariah. Ela ressalta que naquele ano o parto humanizado em São Mateus era novidade, tanto que foi a segunda mulher a realizar o procedimento no HMSM.

“Não tenho nada do que reclamar. Acredito que o que precisa é que as mulheres busquem informações. A minha experiência foi maravilhosa, tenho muita gratidão e muita alegria porque fui muito bem tratada e pelo SUS” – salienta.

 

SUPERANDO O MEDO

Na opinião de Ingrid, muitas mulheres abrem mão do parto normal por medo, o que de acordo com a experiência dela, pode ser diminuído com informações. “Tinha medo da dor, como também tive medo da cirurgia. O que alivia e protege é a informação. A minha dica para as mulheres que querem passar por um parto normal e respeitoso, tanto para a mãe quanto para o bebê, é realmente buscar informações e levar um acompanhante que também esteja informado. O nosso corpo sabe parir, os bebês sabem nascer. É transformador. Acabou de sair o bebê, o sorriso vem e a dor vai embora. Deus faz tudo certinho” – frisa.

 

Foto do destaque: Joanya Paixão/Divulgação

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