O mês de setembro tem uma importante mensagem para o País: a campanha Setembro Verde, dedicada ao incentivo à doação de órgão. Com dados da Central Estadual de Transplantes (CET-ES), a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) relata que em 2023, até agosto, houve 45% de recusa de familiares para doação, o que, segundo a pasta, aumenta a necessidade de intensificar o trabalho de conscientização.

A Sesa acrescenta que, em todo o ano de 2022, o Espírito Santo registrou o maior número de recusas familiares dos últimos 5 anos. Foram 58% das entrevistas obtendo como resultado a não autorização para a doação de órgãos.

“A campanha Setembro Verde tem como objetivo destacar que o ato de doar órgãos pode salvar vidas e precisa ser difundido. As doações só acontecem após uma série de processos e protocolos de segurança, incluindo o diagnóstico de morte encefálica, a autorização familiar para doação, a avaliação dos órgãos de modo a afastar doenças infecciosas, além da realização de exames de compatibilidade com prováveis receptores” – detalha a Sesa.

A Sesa preparou atividades de capacitação no Hospital Roberto Silvares em alusão à Campanha Setembro Verde.
Foto: Arquivo/TC Digital

Segundo a pasta, para que a doação ocorra, é preciso que o paciente tenha confirmada a morte encefálica, que ocorre geralmente em casos vítimas de catástrofes cerebrais, como traumatismo craniano ou derrame cerebral (AVC).

 

Procedimento precisa de autorização familiar mesmo com desejo da pessoa

Após a confirmação do diagnóstico, a Central Estadual de Transplantes do Espírito Santo é notificada e a família consultada. É por meio da entrevista realizada por uma equipe de profissionais de saúde que a família é informada sobre o processo e é solicitado o consentimento para a doação de órgãos. As explicações são da Secretaria Estadual da Saúde.

A coordenadora da CET-ES, Maria Machado, salientou que, no Brasil, a retirada de órgãos só é efetuada mediante autorização familiar. Portanto, mesmo que alguém tenha expressado o desejo de ser doador em vida, a doação só ocorre se a família concordar.

“O papel desempenhado pela família nesse contexto é de extrema importância. Por essa razão, é essencial que a sociedade compreenda e compartilhe a relevância da doação de órgãos. Isso garantirá que, durante o momento delicado da entrevista, mesmo diante da dor da perda, a família possa dizer sim, dando a oportunidade da realização da doação, tirando pessoas das listas de transplantes e devolvendo a vida ou a qualidade de vida àqueles que esperam” – ressalta a coordenadora.

 

Capacitação e conscientização acontece também em São Mateus

 

A Sesa destaca que durante o mês de setembro será intensificada no Espírito Santo a capacitação de profissionais, além da conscientização da comunidade, inclusive com atividades em São Mateus.

No Município, na segunda-feira (4), acontece palestra às 10h no Ceunes com o médico da Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Hospital Roberto Silvares, Fabio Furlin. A palestra será sobre Morte Encefálica e Doação de Órgãos. No mesmo dia, às 19h, o médico aplica palestra com o mesmo tema no Centro Universitário Vale do Cricaré (Univc).

No dia 5, às 14h30, a profissional integrante da CIHDOTT do Hospital Estadual Roberto Arnizaut Silvares (HRAS), Elizangela Sossai, palestra para profissionais de saúde sobre Comunicação em Situações críticas e entrevista familiar. A atividade com Elizangela Sossai volta a acontecer no Hospital para outros profissionais da saúde no dia 6, às 14h30.

 

DADOS SOBRE DOAÇÕES NO ESPÍRITO SANTO

No Espírito Santo, são realizados transplantes de coração, fígado, rim, córnea/esclera, medula óssea autólogo e medula óssea aparentado e não aparentado. A Sesa detalha que o Estado realizou 437 transplantes em 2022. Já em 2023, até o dia 31 de agosto, foram 277. Quando não há compatibilidade com os pacientes listados no território capixaba, o órgão é ofertado a pacientes de outros estados.

Em relação à lista de espera, até o dia 31 de agosto, 2.102 pacientes estavam aguardando por órgão no Estado, sendo 1.106 para rim, 979 para córnea, 14 para fígado e 3 à espera de coração.

Foto do destaque: Arquivo/TC Digital

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