Em tempo quaresmal, a Igreja Católica trabalha a Campanha da Fraternidade, cujo tema em 2023 é Fraternidade e fome, com o lema Dai-lhes vós mesmos de comer (Mt 14,16). Responsável pela campanha na Diocese de São Mateus, o padre Vagner Carini afirma que a conversão neste período não pode ser uma atitude apenas individualista.

“Quaresma, tempo favorável para a conversão. Contudo, embora a conversão seja um movimento inicialmente pessoal e interior, ela não pode ser apenas uma atitude individualista, uma vez que a vontade de Deus se manifesta como um projeto de vida para todos”, sustenta o sacerdote.

Padre Vagner frisa que a Campanha da Fraternidade, ao abordar o tema fome, quer questionar as pessoas de boa vontade em seus grupos eclesiais, instituições civis acerca do seu envolvimento com as transformações espirituais, sociais, político-econômicas e ecológicas. “A fim de verificar a coerência com o projeto do Reino de Deus mediante a escuta mais atenta e comprometida do Evangelho. O amor a Jesus e ao próximo é um aprendizado contínuo. É preciso olhar a realidade com o olhar do discípulo missionário”, afirma.

Cartaz da Campanha da Fraternidade 2023: convocação à sociedade para refletir sobre Fraternidade e Fome.
Foto: Divulgação

A Campanha da Fraternidade na Diocese começou a ser trabalhada em dezembro, quando lideranças das 26 paróquias foram convidadas para um tempo de estudo e reflexão sobre o texto base em encontro realizado em Nova Venécia. Após reflexão, cada participante voltou com a responsabilidade de multiplicar o que foi recebido na sua paróquia, tendo esse repasse ocorrido no mês de fevereiro.

 

Sensibilizar a sociedade e a Igreja para  o enfrentamento do flagelo da fome

O padre Vagner Carini reforça que o objetivo principal da Campanha da Fraternidade 2023 é sensibilizar a sociedade e a Igreja para o enfrentamento do flagelo da fome, por meio de compromissos que transformem esta realidade a partir do Evangelho.

“A importância vem com a possibilidade de diálogo com esta realidade. O diálogo nos leva a compreender, trazer à luz as contradições, desvelando as raízes estruturais da fome no Brasil. Ainda nos ajuda aprofundar o que temos feito para investir esforços segundo a exigência evangélica do cuidado com a pessoa humana e o ambiente que o acolhe. E é claro que se faz necessário criar uma mobilização social a vista de construir política públicas que garantam a qualidade de vida para todos – reforça.

Padre Vagner pede aos fiéis que se deixem conduzir pelo espírito para uma profunda conversão a partir de Jesus. “Não podemos deixar de perceber sua conexão com os sofredores. Essa conexão não pode passar distante de nós, da nossa fé. Lembremos do amor a Jesus e ao próximo. Por que, às vezes, nos distanciamos do ensinamento do Mestre, nos descobrimos saindo do caminho que foi a nós proposto. Começamos a arrumar justificativas para não nos comprometermos com os irmãos e irmãs com efetiva solidariedade”, avalia.

Padre Vagner: “O diálogo nos leva a compreender, trazer a luz as contradições, desvelando as raízes estruturais da fome no Brasil”.
Foto: Divulgação

Quando isso acontece, o padre entende que começam a aparecer efeitos nocivos à sociedade. “Um desses efeitos é a fome em nível social. Isso é um clamor que chega aos céus e precisa chegar também a nossos corações. Iluminados pela palavra do Evangelho de Mateus 14,16: Dai-lhes vós mesmos de comer tenhamos um frutuoso tempo quaresmal”, manifesta.

 

Foto do destaque: Divulgação

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